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Estado de Minas

Este local deveria minimizar as cheias em BH, mas virou ponto de 'descarte de tudo'

Criada para evitar enchentes, bacia de deten��o vira �rea de cria��o de porcos e 'lix�o', que propicia prolifera��o do mosquito da dengue. PBH espera seca para fazer limpeza


postado em 19/04/2019 06:00 / atualizado em 19/04/2019 09:08

Bacia de detenção do Bairro Copocabana: Solução que virou problema(foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Bacia de deten��o do Bairro Copocabana: Solu��o que virou problema (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

A bacia de deten��o na Avenida Desembargador Felippe Immesi, no Bairro Copacabana, na Regi�o de Venda Nova, virou local para cria��o de porcos e cavalos e ponto de descarte de lixo, como sof�s e televisores velhos.

Constru�da para impedir enchentes na regi�o, a bacia tornou-se problema ainda maior. Em mar�o de 2016, a reportagem do Estado de Minas foi at� l� e registrou o temor dos moradores de que o local se tornasse criadouro do Aedes aegypti, vetor da dengue, zica e chikungunya. O EM retornou ao local nesta semana e constatou que a situa��o � ainda mais preocupante.

A sujeira atrai habitantes indesejados, como urubus que sobrevoam a �rea, ratos e insetos. Os moradores ainda t�m que lidar com o mau cheiro, que arde as narinas, mas esse acaba n�o sendo o maior problema para quem vive �s margens do c�rrego que passa por l�.

Porcos chafurdam na área, aumentando ainda mais o incômodo de moradores. O dono dos animais defende a criação(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Porcos chafurdam na �rea, aumentando ainda mais o inc�modo de moradores. O dono dos animais defende a cria��o (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

O maior temor � que o manancial transborde, invadindo as casas. Tendo no hist�rico do bairro outras enchentes, os moradores temem que a bacia n�o suporte as pancadas de chuva e o refluxo torne as enchentes ainda mais destruidoras.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou, por meio de nota, que a bacia de deten��o foi projetada para minimizar as cheias, al�m de contribuir para a redu��o do risco de inunda��es na regi�o da bacia hidrogr�fica do C�rrego do Nado.

Segundo a prefeitura, “o aporte de sedimentos para as bacias de deten��o faz parte de um processo natural. Os cursos d’ �gua transportam esses materiais.”

A sujeira que toma conta de espa�os urbanos, como a bacia de deten��o do Copacabana, se torna uma preocupa��o ainda maior quando a cidade passa por uma epidemia de dengue. Neste ano, j� foram confirmados 4.185 casos de dengue em Belo Horizonte. H� 14.271 registros pendentes de resultados.

O Aedes aegypti, cuja reprodu��o est� relacionada � �gua parada, pode ser encontrado em locais onde o lixo se acumula. A regi�o de Venda Nova registrou, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Sa�de, 343 casos confirmados de dengue e 1.280 suspeitos.

A sujeira carreada ameaça inverter o papel do ''piscinão
A sujeira carreada amea�a inverter o papel do ''piscin�o" e termina facilitando o t6ransbordamento do c�rrego (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

O motorista Sebasti�o Baldo�no, de 68 anos, precisa passar pela Avenida Desembargador Felippe Immesi para levar o neto � escola. Ao passar pela bacia, ele sempre � questionado pelo menino, que teme o mosquito. “Tem dia que tem tanto lixo que n�o damos conta de tanto mau cheiro. A comunidade tem que ajudar n�o jogando lixo no local”, afirma Sebasti�o, que mora no bairro h� 25 anos.

O comerciante Gilmar Pereira Ramos, de 59, sofreu com as consequ�ncias do assoreamento da bacia. H� cerca de quatro meses, ele e a fam�lia perderam os m�veis da casa, quando o c�rrego transbordou.

“A �gua vai para a bacia e n�o consegue sair. � muito lixo. Quando a bacia enche muito, a �gua volta toda”, afirma. Ele acredita que parte da responsabilidade pelo assoreamento � dos moradores que fizeram o local de “lix�o”.

A casa do motorista Talisson Pereira, de 27, est� longe do c�rrego. Ele mora na Rua Fran�a, a cerca de 200 metros da bacia, mas, ainda assim, teme a prolifera��o das doen�as advindas de condi��es sanit�rias inadequadas.

“Virou ponto para descarte de tudo. Tem at� animais sendo criados ali”, afirma. Segundo ele, a prefeitura fez a limpeza da �rea, mas os pr�prios moradores voltaram a descartar o lixo na bacia. “A galera joga muito lixo ali. Com tanto bicho, o local virou uma fazenda”, denuncia.

A prefeitura informou que os servi�os de desassoreamento n�o t�m a mesma efic�cia no per�odo chuvoso, pois o transporte de sedimentos � maior nessa �poca. Al�m disso, as bacias de deten��o da V�rzea da Palma sofrem com o constante ac�mulo de lixo e demais res�duos s�lidos, que s�o lan�ados de forma clandestina nessas �reas e nos afluentes que chegam at� elas.

“Isso faz com que as bacias fiquem assoreadas, diminuindo a sua efici�ncia no controle das cheias. Cabe ressaltar que o lan�amento desses res�duos promove a obstru��o das galerias que chegam nas bacias, bem como as que seguem para a Avenida V�rzea da Palma, causando problemas de inunda��es na regi�o.

PORCOS A vizinhan�a considera inadequado que porcos sejam criados na bacia de deten��o. No entanto, a cria��o foi defendida pelo comerciante Mixon de Ara�jo Martins, de 30, que assume ser dono dos su�nos.

Ele diz que n�o h� rela��o entre a cria��o de su�nos, a prolifera��o de doen�as e as enchentes na regi�o. “O projeto de constru��o da bacia foi mal calculado.

Em vez de a �gua descer, ela volta e molha a casa do povo”, critica. Segundo ele, s�o tr�s porcos e alguns leit�es. “N�o tem nada a ver com os animais. Se a prefeitura colocasse uma ca�amba no local e recolhesse o lixo, os problemas na bacia n�o ocorreriam”, justifica.

De acordo com a legisla��o vigente (Decreto Municipal 5.616/Art. 216), animais encontrados soltos nas vias e logradouros p�blicos, sem a presen�a de respons�vel, ser�o apreendidos e recolhidos ao Centro de Controle de Zoonoses. O �rg�o faz o recolhimento mediante solicita��o da popula��o feita por telefone (3277-7411 ou 7413) , presencialmente e por e-mail ([email protected]) ou por meio da Pol�cia Militar, Civil, Rodovi�ria, Corpo de Bombeiros e BHTrans.

A Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) informou que a Avenida Desembargador Felipe Immesi � atendida por servi�os regulares de limpeza urbana, como coleta domiciliar tr�s vezes por semana, varri��o a cada quinze dias e remo��o di�ria de res�duos de deposi��o clandestina.


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