V�timas de Brumadinho s�o lembradas em abra�o simb�lico � Serra da Moeda

Cerca de tr�s mil pessoas participaram do 12º Abrace a Serra da Moeda, na manh� deste domingo, na regi�o conhecida como Topo do Mundo, em Brumadinho. Diferentemente das 11 edi��es anteriores, em que os participantes sempre usaram uma camisa branca, nesta, a cor preta foi escolhida pelos organizadores para simbolizar o luto pelas v�timas do rompimento das barragens de C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro. 

Segundo a presidente da ONG Abrace a Serra da Moeda, Cristina Vignolo, este protesto ocorreu para exigir uma mudan�a de rumo na condu��o das pol�ticas para prevenir desastres causados por grandes empreendimentos poluidores. “Mais que responsabilizar os envolvidos nesse crime, � preciso evitar que situa��es semelhantes sejam repetidas”, disse.

O �pice do protesto aconteceu, pontualmente, �s 12h28 – mesmo hor�rio do rompimento das barragens da Vale – , quando um enorme cord�o humano se formou no cume da serra para simbolizar o abra�o � cadeia montanhosa.

O encontro tamb�m foi marcado por falas de ambientalistas em rep�dio ao grave crime ambiental. Foi feita a leitura de uma carta, em homenagem aos bombeiros que atuaram na trag�dia, escrita pela menina Helena Silva, de 10 anos, moradora de Congonhas, regi�o Central do estado. O texto sensibilizou a corpora��o na �poca do rompimento.

Outro momento marcante do ato p�blico foi uma interven��o com com 32 artistas, dirigida pelo bailarino, ator e core�grafo mineiro Tiago Gambogi. No final da apresenta��o, todos os participantes foram convidados a interagir na performance, formando a frase “Nosso Luto, nossa luta”, tema do evento este ano.

Al�m de trazer � tona o crime ambiental cometido pela Vale em Brumadinho, a 12ª edi��o do Abrace a Serra da Moeda continuou exigindo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (SEMAD), responsabilidade com a seguran�a h�drica da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Isso porque o �rg�o ambiental estadual vem se posicionando favor�vel � viabilidade de empreendimentos que produzem significativos impactos, especialmente na Serra da Moeda, sem qualquer estudo conclusivo acerca da viabilidade h�drica dessas atividades. 


Um desses empreendimentos que, segundo os ambientalistas do Abrace a Serra da Moeda, vem reduzindo drasticamente a vaz�o de nascentes da regi�o � a f�brica de refrigerantes da Coca-Cola FEMSA, instalada no munic�pio de Itabirito, �s margens da BR-040, em meados de 2015.

Em nota, a Coca-Cola FEMSA disse que "n�o h� evid�ncias t�cnicas de que os po�os que abastecem a f�brica estejam interferindo nas nascentes nem no rebaixamento de aqu�feros". O comunicado diz que a empresa faz essa afirma��o com base em estudos. Essa afirmativa se d� com base nos resultados obtidos no estudo hidrogeol�gico elaborado pela empresa Schlumberger Water Services, que visou, entre outros objetivos, averiguar se haveria rela��o entre a capta��o de �gua dos po�os utilizados para fornecer �gua � opera��o da Coca-Cola FEMSA Brasil Itabirito e a redu��o de vaz�o em nascentes pr�ximas", informou.