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Estado de Minas

Muros que protegem os trilhos do metr� est�o cheios de buracos em BH e Contagem

Brechas na seguran�a facilitam o acesso de pessoas n�o autorizadas �s vias do metr� e de trens de carga, pondo em risco o sistema e os pr�prios invasores. Acidentes crescem


postado em 22/04/2019 06:00 / atualizado em 22/04/2019 09:51

Colunas de concreto caídas permitem a entrada na zona de domínio de ferrovias que se estende ao lado de pista de caminhada às margens do Arrudas (foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )
Colunas de concreto ca�das permitem a entrada na zona de dom�nio de ferrovias que se estende ao lado de pista de caminhada �s margens do Arrudas (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press )

�reas por onde passam os trilhos de trens de carga e do metr� – que transporta mais de 200 mil pessoas diariamente, cortando a zona urbana entre Belo Horizonte e Contagem – s�o constantemente invadidas por moradores de rua, dependentes qu�micos e pessoas proibidas de entrar na zona de dom�nio das ferrovias. O muros que deveriam proteger passageiros, cargas e at� os pr�prios invasores est�o repletos de falhas e buracos. H� trechos onde os port�es que permitem o acesso dos funcion�rios que fazem o manejo e manuten��o do sistema passam dia e noite escancarados, sem seguran�as nem qualquer outro tipo de vigil�ncia. H� dois anos, a reportagem do Estado de Minas alertou as empresas que administram as ferrovias e o metr� sobre o problema, mas a situa��o persiste. Enquanto isso, houve aumento de 2,5 vezes no n�mero de interna��es em hospitais do Sistema �nico de Sa�de (SUS) devido a acidentes envolvendo pedestres e trens em BH e Contagem. Em 2017, foram sete interna��es. No ano passado, o n�mero chegou a 18, segundo estat�sticas do Minist�rio da Sa�de. Duas pessoas morreram atropeladas nos trilhos da ferrovia no ano passado.

Mas os muros que deveriam proteger passageiros, cargas e at� os pr�prios invasores est�o repletos de falhas e buracos. H� trechos onde os port�es que permitem o acesso do pessoal t�cnico de manejo e manuten��o passam dia e noites escancarados, sem seguran�as ou qualquer outro tipo de vigil�ncia. H� dois anos, a reportagem do Estado de Minas fez o alerta para as empresas que administram as ferrovias e o metr�, mas a situa��o persiste. O resultado disso � um aumento de 2,5 vezes no n�mero de interna��es em hospitais do Sistema �nico de Sa�de (SUS) por acidentes entre pedestres e trens, em BH e Contagem. Em 2017, foram sete interna��es. No ano passado, o n�mero chegou a 18, segundo estat�sticas do Minist�rio da Sa�de. Duas pessoas morreram atropeladas nos trilhos da ferrovia no ano passado.

Um port�o de metal escancarado permite at� que um caminh�o atravesse o cercamento do conjunto de trilhos ferrovi�rios utilizado por v�rias companhias para o escoamento de cargas na altura do Bairro Horto, na Regi�o Leste de BH. N�o h� cadeados ou trancas e essa forma de acesso facilitado despertou o interesse de moradores de rua e dependentes qu�micos, que ingressam no espa�o restrito para consumir �lcool e entorpecentes. As marcas deixadas nas margens das estradas de ferro e at� entre os dormentes e trilhos mostram que a ocupa��o ali � intensa. S�o pilhas de garrafas de cervejas, latas de fermentados alco�licos, garraf�es de bebidas destiladas, cachimbos de crack e rastros de fogueiras. Proximidade perigosa, uma vez que por essa via circulam composi��es de dezenas de vag�es carregadas com artigos diversos, de a�o a produtos qu�micos.

Perigo ainda maior devido ao fato de os trilhos por onde passa o metr� serem paralelos a essa �rea invadida. A �nica separa��o existente � uma tela de cerca de um 1,5 metro, sem arame farpado ou concertina para afugentar invasores. As partes altas dessas telas se encontram amassadas, sugerindo que pessoas se apoiam sobre a estrutura para acessar a zona onde passa o metr� de BH, se expondo a riscos de atropelamento e eletrocuss�o (os trens de transporte de passageiros s�o movidos a eletricidade), com chances de provocar at� descarrilamento, o que pode ocorrer se os trilhos forem bloqueados por algum obst�culo.

O port�o aberto fica perto dos muros altos do Centro de Interna��o Provis�ria Dom Bosco e da passarela que liga a Avenida dos Andradas, no Pomp�ia, Regi�o Leste, � Rua Conselheiro Rocha, no Horto. Na pista de caminhada e na ciclovia, quem se exercita testemunha o ingresso despreocupado de pessoas estranhas na �rea restrita ferrovi�ria. “A gente ouve at� falar de acidentes. Com esse port�o totalmente aberto, entra quem quiser na estrada de ferro. Isso traz um risco danado para quem est� no metr�, por exemplo. E inseguran�a para que usa a pista tamb�m, porque ficam esses marginais a� nas linhas e a gente n�o sabe se podem assaltar algu�m quando tiverem oportunidade”, alerta o funcion�rio p�blico Ant�nio Augusto Vieira Filho, de 54 anos.

Portão aberto 24 horas permite a entrada até de veículos não autorizados(foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Port�o aberto 24 horas permite a entrada at� de ve�culos n�o autorizados (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


Ao longo da ciclovia e da pista de caminhada que segue �s margens do Ribeir�o Arrudas e das ferrovias, v�rias colunas de concreto que formam a cerca de prote��o da zona de dom�nio est�o ca�das, permitindo a passagem de pessoas n�o autorizadas. A reportagem contabilizou 12 falhas ao longo desse espa�o, locais por onde pessoas suspeitas s�o vistas transitando, de acordo com frequentadores do espa�o de exerc�cios.

J� na altura da Avenida Mem de S�, outro port�o tamb�m fica 24 horas por dia escancarado. De dentro da abertura, a poucos metros � frente, depois dos trilhos dos trens de carga, fica a Esta��o Santa Teresa do metr�, protegida por uma cerca de um metro e meio refor�ada por concertina. De acordo com um vendedor ambulante de  que atua na �rea, a abertura � usada por moradores de rua como banheiro. Mas alguns ficam perambulando pelos trilhos e chegam a se aproximar do metr�. “Isso da� tinha de ser reformado, porque a inseguran�a � muito grande. Qualquer um pode entrar e fazer o que quiser na ferrovia”, disse, pedindo para n�o ser identificado, por seu neg�cio ser informal.

No Centro, ao lado do Restaurante Popular, os muros s�o destru�dos para permitir a passagem dos usu�rios de drogas e moradores de rua. Segundo frequentadores do restaurante, os invasores come�am fazendo pequenos buracos e � noite v�o ampliando as aberturas at� que possam atravessar para os trilhos. O local tamb�m tem vest�gios de excrementos, o que mostra que muitos usam o acesso como banheiro.
Uma das 12 falhas contabilizadas pela reportagem no cercamento de proteção(foto: Fotos: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Uma das 12 falhas contabilizadas pela reportagem no cercamento de prote��o (foto: Fotos: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)


OUTRO LADO

A MRS Log�stica, empresa cujos trens se utilizam das ferrovias citadas para escoar mercadorias e que por isso precisa zelar pelo seu isolamento informou que vai “apurar detalhadamente as necessidades” da �rea. Por meio de nota, a empresa informou que disp�e de um plano de manuten��o regular no trecho da ferrovia mas que, “em fun��o de alguns casos de vandalismo, infelizmente � comum a necessidade de manuten��es adicionais em algumas regi�es”. Segundo a MRS, “o atendimento e contato � direto com a comunidade” e pode ser feito por meio de um canal permanente em seu site ou pelo telefone 0800-979-3636. “Aproveitamos para salientar que a circula��o de pedestres na �rea ocupada pela ferrovia e seus arredores � proibida”, destacou o texto.

A VLI, empresa que administra a Ferrovia Centro-Atl�ntica (FCA), destaca que s� em 2018 mais de 80 pontos foram reparados na Grande BH. “A ferrovia realiza periodicamente manuten��o, entretanto, atos de vandalismo acabam por danificar as estruturas. Para coibir esse tipo de a��o, a VLI mant�m uma equipe de vigil�ncia realizando rondas nas regi�es e, quando identifica a presen�a de qualquer indiv�duo, aciona a Pol�cia Militar”, informou a empresa de log�stica.

A empresa afirma ainda que “nenhuma norma do �rg�o regulador do transporte ferrovi�rio exige obrigatoriedade sobre constru��o de muros de veda��o na linha f�rrea”. O uso de cercas e muros, em muitos casos, pode “dificultar a mobilidade da popula��o e, por isso, a implanta��o de veda��o na linha f�rrea � estudada caso a caso”. A dist�ncia de frenagem de uma composi��o da empresa pode se estender por at� um quil�metro, informou.

A Companhia Brasileira de trens Urbanos (CBTU) considera que os problemas ocorrem nas �reas das ferrovias e n�o em suas �reas de dom�nio.

Mem�ria

Falhas repetidas


N�o � a primeira vez que o Estado de Minas flagra a exposi��o de �reas de ferrovias e do metr� ao livre acesso de invasores. Em maio de 2017, levantamento da reportagem constatou o mesmo problema. Naquele momento, o local mais inseguro era o trecho de quase um quil�metro de trilhos que seguem a Avenida do Contorno, entre os bairros Carlos Prates e Barro Preto, entre os elevados que levam � Avenida Nossa Senhora de F�tima. Naquele ponto, havia tr�s grandes buracos nos muros da linha f�rrea, que permitiam a passagem de um homem adulto. Cinco passos adiante ficam os dois trilhos de sentidos opostos por onde viajam os trens de carga da VLI Log�stica. Depois deles, num elevado de concreto, deslizam as composi��es de quatro vag�es do metr�. A �nica barreira que separava os dois espa�os era um rolo de concertina, que naqueles pontos tinha falhas de mais de tr�s metros de extens�o e permitiam a passagem pela linha de passageiros. Os perigos nesses pontos foram sanados. A reportagem alertou que, em alguns pontos, a separa��o dos trilhos do metr� para os da ferrovia de carga era feita “apenas por uma tela com um metro e meio de altura facilmente transposta pelas pessoas que perambulam pela linha f�rrea. Uma situa��o que persiste.


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