
Lideran�as da sociedade civil de Ara�ua�, no Vale do Jequitinhonha, reivindicam do governo do estado a instala��o de uma delegacia regional. O munic�pio de 36,7 mil habitantes, no Vale do Jequitinhonha, tem cerca de 3.500 inqu�ritos aguardando apura��o.
De acordo com a vice-presidente do Conselho Municipal de Seguran�a P�blica de Ara�ua�, Silvana Ferreira, s�o crescentes os �ndices de criminalidade. A cidade � atendida por apenas um delegado seccional. Mas, na pr�tica, sustenta ela, o delegado fica a maior parte do tempo fora do munic�pio, pois tamb�m responde pela delegacia de plant�o em Pedra Azul. Desta forma, os inqu�ritos instaurados para a investiga��o de crimes em Ara�ua� n�o andam, favorecendo a impunidade. ''Est� ocorrendo uma sensa��o de inseguran�a no munic�pio'', afirma.
A vice-presidente do Consep de Ara�uai revela que a “sensa��o de inseguran�a” se repete nos munic�pios de Coronel Murta, Virgem da Lapa e Berilo, que tamb�m n�o t�m delegados em car�ter permanente. “Nessas cidades, inclusive, postos banc�rios foram fechados por causa da falta de seguran�a”, observa Silvana Ferreira. Ela lembra ainda que o munic�pio j� teve uma delegacia regional de policia civil, que foi desativada na gest�o anterior do Governo do Estado.
O presidente do Consep de Ara�ua�, Carlos Henrique dos Santos, salienta que a delegacia seccional da cidade tamb�m enfrenta a car�ncia de investigadores e tem de poucos ve�culos.
Mais um problema enfrentado pela popula��o local � que Ara�ua� est� distante de outras delegacias regionais – Pedra Azul (170 quil�metros), Almenara (190) e Te�filo Otoni (235 quil�metros) e isso gera gastos para parentes de vitimas de homic�dios. "Os corpos das v�timas precisam ser enviados para a necropsia no IML (Instituto M�dico Legal) de Almenara, Pedra Azul ou Te�filo Otoni e as fam�lias ainda precisam arcar com as despesas do traslado. Quando o corpo retorna a Ara�ua�, j� vai direto para o cemit�rio para o sepultamento, sem tempo para vel�rio”, diz a vice-presidente do Consep de Ara�ua�.
Os problemas estruturais da delegacia de pol�cia de Ara�ua� provocam atraso na investiga��o de crimes, como o assassinato do fazendeiro Antonio Neiva de Oliveira, mais conhecido como “Antonio de Aristoteles”, em 26 de julho de 2018.
Segundo o advogado Ruy Jardim Neiva, filho da v�tima, mais de oito meses ap�s o homic�dio, pouco foi investigado e os autores est�o impunes.
Ruy Neiva relata que o pai dele foi agredido e torturado durante uma tentativa de assalto � fazenda dele, distante 20 quil�metros da �rea urbana de Ara�ua�, em 28 de janeiro de 2018. Ruy Neiva disse que procurou a Pol�cia Civil de Ara�uai para pedir apura��o. Mas recebeu a informa��o de que o caso n�o poderia ser investigado devido “� falta delegado e de viaturas e combust�veis”.
Seis meses depois, Antonio Neiva foi assassinado com tres tiros na mesma propriedade rural e os autores seriam os mesmos que tinham agredido o fazendeiro, acredita o filho da v�tima,.
O que diz a Policia Civil
Procurada, a Policia Civil de Minas Gerais (PCMG), informou em nota que “est� trabalhando diuturnamente para diminui��o dos �ndices de criminalidade em todo estado, inclusive na regi�o do Vale do Jequitinhonha (...)”. Mas, em rela��o � reivindica��o da comunidade de Ara�ua�, da instala��o de uma delegacia regional de policia no munic�pio, alegou que o pleito depende de estudos t�cnicos.
“Antes da implanta��o de Unidade da Pol�cia Civil � necess�rio rigoroso e criterioso estudo t�cnico para avaliar diversos fatores e planejamento estrat�gico para subsidiar a viabilidade da proposta”, argumenta a PCMG.
O texto ainda que, “a PCMG reafirma seu compromisso de proporcionar atendimento ao p�blico com presteza, probidade, interesse e objetividade, buscando sempre assegurar � sociedade investiga��o criminal qualificada e eficiente”.
J� a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional informou que o Pres�dio Regional Doutor Carlos Vitoriano, em Ara�ua�, tem capacidade para 89 presos e, atualmente, conta com 230. “A Seap est� envidando esfor�os para reduzir o impacto da lota��o por meio da gest�o eficiente de vagas”, diz o �rg�o, e acrescenta que busca solu��es, em di�logo permanente com o Poder Judici�rio, Minist�rio P�blico, Defensoria P�blica, por interm�dio do Grupo de Monitora��o e Fiscaliza��o do Sistema Carcer�rio (GMF).