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Estado de Minas

Tr�s meses depois da trag�dia de Brumadinho, ningu�m foi preso

Depoimento de um dos investigados compromete alto escal�o da mineradora e contradiz desconhecimento sobre riscos. MP questiona manobra para baratear indeniza��es


postado em 25/04/2019 06:00 / atualizado em 25/04/2019 07:23

Área da mina em que morreram centenas de pessoas: engenheiro diz que alertas foram feitos a altos executivos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
�rea da mina em que morreram centenas de pessoas: engenheiro diz que alertas foram feitos a altos executivos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A PRESS)
As comprova��es de que o alto escal�o da Vale sabia dos riscos de ruptura da Barragem 1 da Mina C�rrego do Feij�o tomam propor��es mais robustas a cada novo passo das investiga��es. Depoimento � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito do Senado, em Bras�lia, de um dos integrantes do setor de gest�o Riscos Geot�cnicos da Vale, o engenheiro Felipe Figueiredo Rocha, da �rea de Recursos H�dricos da mineradora, refor�a as conclus�es da for�a-tarefa respons�vel pela investiga��o da trag�dia. De acordo com o funcion�rio, os problemas da estrutura foram apresentados tanto � diretoria quanto � diretoria-executiva da mineradora. Passados tr�s meses do rompimento da represa, ningu�m est� preso pelo crime.

Felipe Rocha est� entre as 13 pessoas que foram detidas em duas ocasi�es durante as investiga��es e liberadas por for�a de habeas corpus conseguido no Superior Tribunal de Justi�a. Em oitiva no Senado, ele contou que os riscos da Barragem 1 foram apresentados no Painel de Especialistas Internacionais em que estavam presentes toda a �rea de geotecnia operacional, al�m de representantes e lideran�as da geotecnia corporativa.

Acrescentou que no �ltimo dia do painel, quando � feita reuni�o de fechamento para apresenta��o dos riscos e decis�es, estavam presentes o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos e Carv�o, L�cio Fl�vio Gallon Cavalli, e o diretor de Opera��es do Corredor Sudeste, Silmar Magalh�es Silva. Os dois foram afastados do cargo junto de outros funcion�rios e do presidente da Vale � �poca do desastre, F�bio Schvartsman, por recomenda��o de promotores, procuradores e delegados respons�veis pelo caso.

Os riscos foram apresentados ainda, segundo Felipe Rocha, no Subcomit� de Riscos Operacionais, chefiado pelo gerente-executivo Eduardo Montarroz e do qual era membro tamb�m o gerente-executivo de Governan�a de Geotecnia Corporativa, Alexandre de Paula Campanha, tamb�m preso e solto por habeas corpus. Felipe Rocha destacou que foram apresentados nesse comit� os riscos das barragens que estavam posicionadas na zona de aten��o, sendo a Barragem 1 uma dessas estruturas. Depois dessa reuni�o, a mesma informa��o foi repassada ao Comit� Executivo de Riscos da Vale, do qual Alexandre Campanha tamb�m era integrante, segundo o depoimento.

O engenheiro se disse ainda incomodado com o fato de o diretor de Rela��es Institucionais da Vale, Luciano Siani, ter comentado em uma coletiva de imprensa que n�o sabia do painel de especialistas ocorrido em novembro do ano passado, embora o relat�rio de sustentabilidade da Vale, assinado pelo presidente, mencione que a mineradora usa o painel para tratar de barragens. “Esses pontos me fazem afirmar que os riscos da Barragem 1, apesar de n�o serem iminentes – eram riscos poss�veis – foram apresentados tanto para a diretoria quanto para a diretoria-executiva”, ressaltou.

Duas opera��es comandadas pelo Minist�rio P�blico em n�veis federal e estadual e Pol�cia Civil resultaram na pris�o de 11 funcion�rios da Vale e dois engenheiros da consultora alem� T�v S�d, nos meses de fevereiro e mar�o. Todos foram soltos dias depois por habeas corpus, cujo m�rito foi negado pela 7ª C�mara Criminal Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG). A volta imediata � penitenci�ria foi decretada em meados do m�s passado e os investigados chegaram a se entregar para o cumprimento do restante da pris�o tempor�ria. Poucas horas depois de serem reintegrados ao sistema prisional, nova liminar do STJ liberou os 13 novamente.


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