
Os registros de morte est�o distribu�dos por quatro regi�es de Minas Gerais. O Tri�ngulo Mineiro � que lidera a estat�stica, impulsionada por Uberl�ndia. A cidade � a que tem agora o maior n�mero de �bitos em decorr�ncia da doen�a, com oito. Frutal, cidade pr�xima, tem uma. A Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte vem na sequ�ncia, com oito mortes ao todo. Dessas, sete foram em Betim e uma em Ibirit�. Una�, no Noroeste de Minas, tem confirmadas duas mortes. J� Arcos, na Regi�o Centro-Oeste, e Paracatu, Regi�o Noroeste, t�m uma morte cada.
O n�mero pode aumentar. Entre as cidades que v�m sofrendo com a doen�a est� Contagem, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a prefeitura, j� foram confirmados 1.559 casos e outros 13.425 est�o sob investiga��o. N�o h� confirma��o de morte no munic�pio, mas tr�s �bitos est�o sendo investigados. A capital mineira tamb�m investiga �bitos que podem estar relacionados com a virose. Uma v�tima estava internada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Barreiro. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), exames foram feitos na paciente e encaminhados para a Funda��o Ezequiel Dias (Funed), respons�vel por fazer a an�lise do material. N�o foi informado pela administra��o municipal o prazo para divulga��o do resultado.
Se for confirmado que todas as mortes suspeitas notificadas nesses quatro meses foram causadas pela dengue, Minas Gerais ter� um dos mais letais per�odos da doen�a desde 2010. Naquele ano, epid�mico, foram 96 �bitos registrados em 12 meses e 212.502 casos prov�veis registrados. Tr�s anos depois, o n�mero de �bitos foi maior. Em 2013 ocorreram 107 casos fatais e 414.719 diagn�sticos da enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. A pior fase da doen�a foi em 2016, quando 208 pessoas perderam a vida. Naquele ano, 519.050 notifica��es foram registradas.

V�rus Denv 2 encontra popula��o vulner�vel
A epidemia de dengue em cidades mineiras � causada, principalmente, pela circula��o do v�rus Denv 2, que h� anos n�o infectava pacientes no estado, o que fez com que grande parte da popula��o estivesse suscet�vel ao agente. Dados da Secretaria de Estado de Sa�de mostram que a maioria dos casos registrados neste ano foram provocados por esse sorotipo, seguido do Denv 1 e Denv 3. N�o h� confirma��es de pessoas infectadas com o Denv 4 no per�odo.
Segundo a Secretaria de Estado da Sa�de, cont�gio por qualquer um dos quatro sorotipos do v�rus pode variar desde uma infec��o sem sintomas at� formas graves. As manifesta��es s�o as mesmas para todos os casos. “O sorotipo 2 circula no estado, mas sempre houve o predom�nio do sorotipo 1. Esse predom�nio do sorotipo 2 em 2019 preocupa, uma vez que grande parte da popula��o � suscet�vel a ele”, informou, em nota.
O boletim epidemiol�gico divulgado pela Sa�de estadual mostra tamb�m uma disparada de casos prov�veis. Em quatro meses, s�o 165.853 registros. Em janeiro, foram 17.368 casos prov�veis. Em fevereiro, mais 34.397 e 69.395 em mar�o. J� em abril, considerado a pior fase das doen�as transmitidas pelo Aedes aegypti, j� s�o 44.693. Nas �ltimas quatro semanas, 188 cidades apresentaram incid�ncia alta ou muito alta de casos prov�veis da dengue, o que � considerado epidemia. Outros 109 munic�pios est�o com incid�ncia m�dia no per�odo e 280 t�m baixa incid�ncia.
Na �ltima semana, o governador Romeu Zema decretou emerg�ncia na sa�de p�blica por causa do avan�o da doen�a. Dos 301 munic�pios contemplados pelo decreto de emerg�ncia, 46,8% apresentam incid�ncia alta ou muito alta de casos prov�veis. O decreto � justificado pelo aumento consider�vel de interna��es para tratamento da virose em compara��o com o ano passado, e tamb�m pela necessidade de preparar e instrumentalizar a rede de servi�os de sa�de para aumentar a vigil�ncia e assist�ncia aos pacientes. Segundo o estado, com o decreto ser� poss�vel mobilizar recursos de forma mais �gil para enfrentamento do mosquito transmissor e estrutura��o do atendimento aos pacientes infectados pelo v�rus da doen�a.
O governo do estado anunciou que, por meio de resolu��o, a Secretaria de Estado da Sa�de destinou R$ 4,18 milh�es para as a��es de combate � dengue, contemplando, no primeiro momento, 93 prefeituras. Os recursos s�o aplicados em a��es como refor�o de despesas com pessoal (entre elas contrata��o de agentes de controle de endemias e capacita��o para profissionais na assist�ncia hospitalar), al�m de custeio e manuten��o de atividades como confec��o e reprodu��o de material gr�fico informativo, aquisi��o de material de apoio para a��es de mobiliza��o e mutir�es de limpeza de �reas priorit�rias.
Alerta nos Estoques de sangue
O gabinete de crise da Funda��o Hemominas informou ontem que mant�m o alerta para a situa��o dos estoques de sangue, diante de eventos que afetam o armazenamento. “Considerando o aumento de casos de dengue em Minas Gerais, a funda��o esclarece que monitora diariamente o estoque de hemocomponentes em suas unidades em todo o estado, atenta � adequa��o e manejo para seguir atendendo � demanda de suporte hemoter�pico dos hospitais contratantes”, informou, em nota, acrescentando que nos per�odos de f�rias e feriados prolongados, historicamente, o volume estocado sofre redu��o de aproximadamente 30%. Quem contrai o v�rus da dengue fica impedido de doar por um per�odo que varia de 30 dias (dengue cl�ssica) a seis meses (dengue hemorr�gica) ap�s a cura. Por esses motivos, a institui��o faz apelo a quem n�o tem impedimento para que agende uma doa��o.