
Visto como alternativa para a mobilidade urbana, o patinete se tornou um problema para a rede p�blica de sa�de em Belo Horizonte. De acordo com dados da Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), de janeiro a abril deste ano, o Hospital Jo�o XXIII atendeu mais de 70 pessoas que sofreram acidentes com o ve�culo que se tornou a sensa��o do momento nas grandes cidades do mundo. O n�mero tem dobrado m�s a m�s em 2019: um caso em janeiro, 13 em fevereiro, 20 em mar�o e 40 em abril. O diretor assistencial da Fhemig, Marcelo Lopes Ribeiro defende a regulamenta��o da velocidade e o uso de equipamentos de prote��o individual, como capacetes, luvas e cotoveleiras.
O diretor v� com preocupa��o o acr�scimo no n�mero n�o apenas pela gravidade dos acidentes, mas tamb�m pelo custo, que pode chegar a R$ 20 mil por acidentado.“Esse n�mero � assustador. Fiquei curioso e fui andar: n�o tem regulagem de altura, o guid�o � curto, a pessoa tem que ter equil�brio maior. A roda n�o � compat�vel com piso e as plataformas s�o finas demais”, avaliou.
A velocidade desenvolvida pelos patinetes tamb�m preocupa o diretor. A Resolu��o 465 do Conselho Nacional de Tr�nsito (Contran) diz que patinetes podem atingir 6km/h em �reas de circula��o de pedestres e 20km/h em ciclovias e ciclofaixas. No entanto, conforme o diretor lembra, esses ve�culos chegam a 30km/h nas cal�adas.
O HPS atendeu acidentados com escoria��es, fraturas de ossos, luxa��o no ombro e traumatismos cranianos graves. “O freio � dianteiro. Quando acionado, a pessoa � projetada, o que em caso de queda pode causar politraumatismo e les�es graves”, afirma. O n�mero de acidentes sobrecarrega o hospital. “Sou a favor da mobilidade urbana, mas estamos gastando com essas quedas que n�o estavam planejadas”, completa.
De acordo com a resolu��o do Contran, cabe aos �rg�os e entidades executivos de tr�nsito dos munic�pios regulamentar a circula��o dos equipamentos de mobilidade individual. O deputado estadual Alencar da Silveira J�nior apresentou Projeto de lei 689/2019, que regulamenta o uso de equipamentos de seguran�a e prev� que as empresas criem um seguro para acidentes de patinetes a exemplo do de Danos Pessoais Causados por Ve�culos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).
“Os impactos que esses patinetes est�o causando s�o grandes. Diversos acidentes e aumento expressivo dos gastos com sa�de. O projeto vai garantir que o governo n�o seja onerado. As empresas ter�o que fornecer seguro, n�o s� para bancar os custos hospitalares, como tamb�m eventuais indeniza��es por morte, invalidez ou afastamento do trabalho”, destaca o deputado.
O seguro seria de R$ 13,5 mil em caso de morte e invalidez permanente e R$ 5 mil para despesas de assist�ncia m�dica, sendo que 70% dessa indeniza��o deve ser encaminhada ao pronto-atendimento que recebeu a v�tima. Em casos de atendimento no Sistema �nico de Sa�de (SUS), todo o valor ir� para a rede p�blica. O projeto prev� tamb�m como obrigat�rio que as empresas de aluguel coloquem espa�o para que os usu�rios informem o contato de algu�m para ser acionado em caso de acidentes.
A VERS�O DA EMPRESA Por meio de sua assessoria de imprensa, a Grow, respons�vel pelas plataformas Green e Yellow, informou que todas as regras de seguran�a para uso dos patinetes est�o no site e aplicativo. “A Grin e a Yellow esclarecem que a idade m�nima para o uso dos equipamentos � 18 anos, conforme termo de uso dos aplicativos, e crian�as n�o s�o permitidas. Os patinetes podem ser usados em ciclofaixas, com velocidade de 20km/h, e em cal�adas, com velocidade reduzida, 6km/h. � proibido usar patinetes nas ruas”, informou, em nota, acrescentando que “� terminantemente proibido usar os equipamentos com mais de uma pessoa”. (MMC)