
A Pol�cia Militar lamentou, na manh� desta ter�a-feira, o ferimento do jovem de 25 anos internado depois de ser atingido por um tiro disparado por engano pela PM. O caso aconteceu quando a pol�cia rastreava um carro roubado em Juiz de Fora, na Regi�o da Zona Mata. O ve�culo baleado tinha as mesmas caracter�sticas do procurado.
Segundo os relatos do contador Alexandre Gon�alves, motorista do ve�culo confundido, tr�s pessoas ocupavam o carro. Elas retornavam de Varginha, no Sul do estado, com destino a Ub�, tamb�m na Zona da Mata.
O porta-voz da Pol�cia Militar, major Fl�vio Santiago, disse � imprensa nesta manh�, que o caso � acompanhado pela Corregedoria. “Em face do ocorrido, a Pol�cia Militar tomou os procedimentos de Pol�cia Judici�ria Militar, apreendeu as armas dos militares - procedimento de praste - o juiz, entendendo num primeiro momento pela legitimidade da a��o, liberou os policiais, que est�o trabalhando normalmente”, informou. “Os tr�s t�m de 10 a 12 anos de servi�o, n�o t�m nada na ficha”, completa Santiago.
Questionado sobre a quantidade de disparos feitos contra o carro, o major disse que somente quem opera o estado de flagr�ncia � capaz de mensurar essa necessidade. “Um ve�culo com as mesmas caracter�sticas de um produto de roubo n�o obedece um sinal de parada. O risco que o policial militar corre � muito grande. S� ele � capaz de precisar a quantidade de disparos que ele deve fazer em defesa da vida”, afirmou o porta-voz da PM.
“Houve uma �poca em que se falava de proporcionalidade m�nima, com armas de alta precis�o e alta energia, muitas vezes utilizadas pelos infratores hoje em dia. A seguran�a dos policiais e da sociedade, ter� que ser feita muitas vezes com um n�mero majorado de disparos”, disse major Fl�vio Santiago. “Lembrando que foram 12 km o trajeto. Segundo a vers�o das v�timas, eles n�o conseguem enxergar que se tratava de viatura policial e, segundo os policiais, eles avisaram o tempo todo da quest�o de sinaliza��o que a viatura oferece, e, tudo isso ser� motivo de argui��o no processo que acontece a partir de ent�o”, completa.
Por fim, o porta-voz lamentou toda a situa��o. “A Pol�cia Militar lamenta esse ‘cluster’ de incidentes, a n�o obedi�ncia da parada, a verosimilhan�a dos ve�culos - um ve�culo que n�o � comum de se encontrar, um C4 Pallas, nas mesmas caracter�sticas e cor. O tenente comandante do pelot�o conseguiu intervir favorecendo a cirurgia, est� acompanhando a fam�lia, ou seja, a Pol�cia Militar tenta trazer toda a lisura e transpar�ncia e tamb�m amparo �s pessoas, porque sabemos que vivenciam e vivenciaram momentos dif�ceis”, lastimou.
Outra vers�o
“Avistamos atr�s da gente um carro com far�is altos e piscando sem parar. Falei com os meninos: 'nossa, este cara est� com pressa. Vou jogar para direita e deixar ele passar.' Desloquei para a direita e achei que ele iria passar. Foi no momento que escutamos um ou dois disparos”, conta o condutor do ve�culo.
De acordo com Gon�alves, naquela altura, eles pensavam que eram barulhos do cano de descarga. S� depois perceberam que eram tiros, o que causou a suspeita de um assalto e p�nico nos trabalhadores. “No intuito de seguir, eu decidi procurar a Pol�cia Rodovi�ria para buscar ref�gio l�”, comenta Alexandre.
Ainda segundo os relatos de Gon�alves, quando ele chegou a um trevo que dava acesso ao posto policial havia um carro parado na faixa de acesso. Com isso, ele seguiu em outro sentido, em dire��o a Ub�, com objetivo de fugir da abordagem.
Justamente no trevo, a pol�cia, de acordo com Alexandre, disparou mais vezes. Neste momento, o jovem de 25 foi atingido pr�ximo � coluna.
“Ele come�ou a espernear e gritar dentro do carro. 'Me acertaram (sic) aqui'. Foi quando passamos no primeiro ou segundo radar e eles ligaram o giroflex e a sirene. Foi quando eu pensei: 'ser� que � pol�cia? Por que os caras vieram atirando desde l� de tr�s e n�o pararam?'”, relata.
Neste momento, o contador afirma que decidiu parar o ve�culo, pois o amigo estava ferido. O empres�rio Rodrigo Souza, passageiro, descreve como foi este momento. “Descemos do carro e eles abordaram a gente no ch�o. Mas Deus � t�o bom que naquele mesmo momento o r�dio deles tocou, dizendo que haviam achado o carro roubado”, diz.
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.