
O estudante Hudson Rangel Gomes Rosa, de 18 anos, acusado de agredir e matar um colega no Instituto de Educa��o de Minas Gerais (Iemg), em novembro do ano passado, vai responder por homic�dio doloso em j�ri popular. A decis�o foi do juiz do 1º Tribunal do J�ri, Marcelo Rodrigues Fiovarante.
Ao analisar o processo, o magistrado considerou que n�o havia insufici�ncia de elementos que comprovassem a tese da defesa – de que o crime deveria ser julgado como les�o corporal seguida de morte. Por outro lado, o juiz tamb�m considerou insuficientes as provas de que o acusado teria o objetivo deliberado de matar a v�tima.
Al�m disso, destacou que a v�tima n�o revidou, mas sim tentou se desvencilhar e deixou o local das primeiras agress�es, sendo alcan�ada por Hudson no alto de uma escada de acesso ao p�tio, o que a deixava em situa��o de vulnerabilidade e perigo. Tamb�m chamou a aten��o do juiz a destreza do acusado em acertar com precis�o e violenta intensidade a cabe�a da v�tima.
Na senten�a que determinou a pron�ncia do r�u, o juiz Marcelo Fioravante decidiu ainda manter a pris�o preventiva de Hudson Rangel, considerando a grande censurabilidade e gravidade de sua conduta e tamb�m a repercuss�o do crime na comunidade.
O caso
A briga que provocou a morte teria come�ado quando alunos do Instituto de Educa��o jogavam futebol na quadra da escola. Inicialmente, houve apenas agress�o verbal. Mas um grupo de alunos acabou atingindo a v�tima com socos e pontap�s.
De acordo com a dire��o da institui��o de ensino, o adolescente tentou fugir para o interior da escola, mas l� dentro foi agredido com um chute na cabe�a. Ele estaria de costas quando sofreu o golpe.
O Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) se deslocou ao local e levou o aluno ferido ao Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, onde ficou internado por seis dias no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Suspeito de ser o principal agressor, Hudson Rangel Gomes Rosa foi detido pela Pol�cia Militar (PM) no dia da briga.
O suspeito teve sua pris�o transformada de tempor�ria para preventiva nessa sexta-feira pela 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte.
Sonho era ser engenheiro
Um jovem tranquilo e cheio de sonhos, que pretendia ser engenheiro. Assim era Luiz Felipe Siqueira Souza, de acordo com a fam�lia do adolescente. “Era um menino de bem, da paz. N�o contribuiu em nada para a viol�ncia contra ele”, afirmou em entrevista ao Estado de Minas, no in�cio da noite de ontem, a enfermeira Jana�na Maciel, prima do adolescente. Moradora de Minas Novas, ela disse que “o sentimento da fam�lia � de indigna��o e muita tristeza diante de um ato brutal como esse”.
Luiz Felipe perdeu a m�e, Abigail Siqueira, aos 3 anos e foi criado pelo pai, Valdenson Evangelista de Souza, que tem outro filho, Luca, de 16. Valdenson trabalhava como vendedor de eletrodom�sticos em Minas Novas. Mas h� dois anos, diante do desemprego e falta de oportunidades no Vale do Jequitinhonha, viu-se obrigado a deixar o lugar de origem. Junto com os dois filhos, foi para S�o Paulo, onde trabalha como motorista de uber. Em maio, Luiz Felipe se transferiu para Belo Horizonte, onde passou a morar com uma tia no Bairro Santa Efig�nia, enquanto o pai e o irm�o dele continuaram na capital paulista.
O adolescente foi matriculado no terceiro ano do ensino m�dio no Instituto Estadual de Educa��o e fez as provas do �ltimo Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). “O sonho era cursar engenharia civil”, revela Jana�na. O corpo do adolescente ser� sepultado no mesmo jazigo da m�e dele, em Turmalina.