
Ele explica que no caso do setor de urg�ncia do hospital, por exemplo, tem sido muito comum pacientes ficarem internados em cadeiras e macas aguardando serem transferidos para a enfermaria do pr�prio J�lia ou para outros hospitais. "Os pacientes ficam em tratamento em locais onde deveriam ficar em observa��o. H� casos de pessoas que ficaram sete dias em cima de uma maca ou cadeira. A unidade tem improvisado corredores como enfermaria e todo espa�o que existe na urg�ncia", diz o sindicalista.
Martins tamb�m diz que h� um d�ficit de profissionais que trabalham no J�lia. "Enquanto dever�amos contar com um t�cnico para cada cinco pacientes, estamos com um t�cnico para 11 pessoas, o que traz risco para o paciente. As medica��es podem ser feitas com atraso e a sobrecarga pode at� gerar algum procedimento errado", afirma ele.
O diretor da Asthemg diz que v�rias reuni�es j� foram feitas com a Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e com a dire��o do hospital, por�m, a situa��o n�o foi resolvida. Com o aumento dos casos de dengue, Martins diz que a cria��o de uma estrutura melhor para atendimento desses pacientes foi usada pela diretoria do hospital como argumento para melhorias, mas isso s� serviu para melhorar atendimentos da doen�a causada pelo Aedes aegypti, segundo ele.
O diretor-geral do J�lia, F�bio Baccheretti Vitor, diz que o Hospital J�lia Kubitscheck, assim como todas os grandes hospitais da rede p�blica que s�o porta aberta para a popula��o, vem registando um aumento de demanda, explicado pela epidemia de dengue e tamb�m pela maior procura do Sistema �nico de Sa�de (SUS).
Como n�o h� uma capacidade de cria��o de leitos acompanhando esse aumento, � uma realidade dessas unidades conviver com pacientes em macas em corredores, por exemplo. "No J�lia n�o � diferente e atualmente n�s tentamos nos organizar para lidar com essa situa��o. Hoje, por exemplo, eu tenho 51 pacientes internados no meu setor se emerg�ncia. Desse total, 24 est�o deitados em camas dentro da enfermaria. Dos outros 27, 20 est�o em uma sala grande de medica��o, com posto de enfermagem, onde eu tenho quatro camas e 16 macas. Os demais est�o em macas que ficam nos corredores", diz o diretor.
F�bio acrescenta que mesmo esses pacientes nos corredores tem um t�cnico de enfermagem respons�vel e recebem o atendimento devido, al�m de serem casos menos graves. Segundo o diretor, o tempo m�dio de perman�ncia de pacientes na urg�ncia e na emerg�ncia que n�o estejam na enfermaria � de dois dias.
Outro problema que interfere nesse quadro � a quest�o das faltas nos plant�es, segundo ele, que s�o muito comuns na unidade, prejudicando a escala de atendimento. Sobre o n�mero de t�cnicos para cada paciente, o diretor apontou os dados desta quinta-feira, em que os 51 pacientes da urg�ncia t�m 15 t�cnicos � disposi��o. Isso significa um profissional para cada 3,4 internados. "No entanto, n�o temos previsibilidade na sa�de e temos dias pontuais em que aumenta a demanda. O n�mero sobe e a gente rapidamente tenta agilizar o m�ximo poss�vel", afirma. Dos 15 t�cnicos, seis deles aderiram � paralisa��o, segundo o gestor.
Por fim, o diretor-geral destaca que houve a montagem de uma estrutura adicional para absorver o aumento de atendimentos causado pela epidemia de dengue como forma de resposta a esse gargalo.