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Estado de Minas

Fraudes em �reas de risco de barragens que extrapolam Brumadinho podem levar a mais pris�es

Pris�o de estelionat�rio por receber indevidamente assist�ncia da Vale em Macacos indica expans�o de golpes para fora do entorno da mina que se rompeu em janeiro. Pol�cia investiga outros casos


postado em 14/05/2019 06:00 / atualizado em 14/05/2019 07:30

Luiz Carlos foi preso na fila dos vouchers da Vale. Ele se passava por removido de área da mineradora e estava morando em pousada paga pela empresa(foto: Polícia Civil/Divulgação)
Luiz Carlos foi preso na fila dos vouchers da Vale. Ele se passava por removido de �rea da mineradora e estava morando em pousada paga pela empresa (foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)

Depois de retirar 40 nomes da lista de desaparecidos de Brumadinho por erros diversos na inser��o dos dados, mas tamb�m por tentativas de estelionato, a Pol�cia Civil identificou, pela primeira vez, golpes fora dos acontecimentos ligados diretamente � trag�dia que matou 240 pessoas e ainda mant�m 30 desaparecidas.

Dessa vez, uma fraude foi detectada na lista de pessoas que tiveram que sair de suas casas em S�o Sebasti�o das �guas Claras, distrito de Nova Lima conhecido como Macacos, na Grande BH. Investiga��o comandada pelo delegado Murillo Ribeiro descobriu que Luiz Carlos da Silva, de 56 anos, estava morando em uma pousada custeada pela Vale havia mais de 20 dias, recebendo alimenta��o por conta da mineradora e j� tinha, inclusive, protocolado pedido para receber doa��o de R$ 5 mil, referente � sa�da de casa por risco na barragem B3/B4.

Os policiais descobriram que ele � morador do Bairro Bet�nia, Oeste de Belo Horizonte, e n�o tinha nenhuma rela��o com Macacos. Luiz teve o mandado de pris�o preventiva expedido pela Justi�a e foi capturado na fila para receber vouchers de alimenta��o da mineradora.

O delegado Murillo Ribeiro promete novos desdobramentos da opera��o que cumpriu a pris�o de Luiz, pois, segundo ele, h� ind�cios de atua��o de uma organiza��o criminosa em Macacos. “Para ter a hospedagem e alimenta��o custeadas pela Vale, ele apresentou comprovante de resid�ncia em nome de um terceiro alegando v�nculo com essa pessoa. V�rias pessoas deram mesmo endere�o e por isso a situa��o est� sendo investigada”, afirma o delegado. A divulga��o da pris�o de ontem foi feita justamente para tentar inibir outras pessoas que tiverem o intuito de praticar o mesmo crime. A expectativa � que outras fraudes sejam reveladas em breve.

Em 16 de fevereiro, as sirenes da barragem B3/B4 tocaram em Macacos, deixando a popula��o desorientada. Na ocasi�o, a Vale come�ou a remover moradores da chamada zona de autossalvamento, �rea territorial atingida em caso de rompimento do reservat�rio que n�o permite a chegada das autoridades para resgate em tempo h�bil. As sirenes foram acionadas quando a barragem mudou para n�vel 2 de seguran�a, o que significa est�gio de alerta. O resultado foi a evacua��o de quem estava em uma poss�vel rota da lama, mas tamb�m um p�nico generalizado, seguido de fuga de turistas que praticamente sepultou a comunidade e transformou Macacos em uma vila fantasma. Em raz�o desse fato, a Vale precisou remover para hot�is e pousadas os moradores da zona de autossalvamento. Segundo a empresa, em 24 de abril eram 263 pessoas nessa situa��o. Posteriormente, o n�vel de seguran�a da barragem ainda foi elevado para 3, apontando risco iminente de rompimento.

A Pol�cia Civil j� havia detectado a tentativa de golpes, por�m por pessoas que se passaram por parentes de mortos de Brumadinho. A Vale pagou R$ 100 mil de indeniza��o para os familiares dos mortos, o que ati�ou a cobi�a dos golpistas. A situa��o n�o ficou restrita apenas ao fato direto de Brumadinho. Para o delegado Murillo Ribeiro, a situa��o de outras barragens sem seguran�a garantida, caso de Macacos, atraiu golpistas em busca de qualquer benef�cio fraudulento. “Foi a primeira pris�o preventiva em uma �rea que n�o � especificamente ligada a Brumadinho. O objetivo � apurar os crimes realizados, mas principalmente assegurar que as pessoas que de fato foram removidas de suas casas sejam beneficiadas, j� que a pr�pria comunidade passou a fazer as den�ncias”, afirma o policial. Segundo o delegado, Luiz Carlos confessou os golpes e alegou que estava em dificuldade financeira, o que o motivou a desenvolver a fraude.

Em Brumadinho, a lista inicial de desaparecidos pelo rompimento da barragem tinha 310 pessoas, mas caiu para 270 com a retirada de 40 nomes. Entre os motivos que levaram a delegacia de Brumadinho a retirar esses nomes estavam tentativas de estelionato, mas outros nomes tamb�m foram riscados por estarem dobrados na lista ou inseridos com grafias diferentes como sendo de outras pessoas. Atualmente, 238 mortos j� foram identificados e outros 32 aguardam identifica��o no Instituto M�dico-Legal (IML), o que significa que as buscas dever�o ser encerradas com 270 mortos, quando chegar esse momento. A Vale tamb�m precisou remover moradores de outras cidades, o que pode abrir brecha para os mesmos golpes (veja quadro).

MUDAN�A FOR�ADA

Veja remo��es feitas pela Vale por risco de rompimentos em barragens de Minas Gerais*


Brumadinho
280 pessoas

alocadas em moradias provis�rias, hot�is, pousadas ou casa de amigos e parentes pelo rompimento da Barragem B1, da Mina C�rrego do Feij�o


Bar�o de Cocais
458 pessoas

foram alocadas em moradias provis�rias, hot�is, pousadas ou casa de parentes pelo risco de rompimento da barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco

Macacos, distrito de Nova Lima
253 pessoas

foram para hot�is e pousadas pelo risco de desastre na barragem B3/B4, da Mina Mar Azul

Nova Lima
24 pessoas

em hot�is pelo risco na
barragem Vargem Grande,
da Mina Vargem Grande

Ouro Preto
4 pessoas

em hotel pelo risco das barragens Forquilhas I, II e III e Grupo, da Mina F�brica

Rio Preto
3 pessoas

em pousada pelo risco em pequena central hidrel�trica da empresa

*Atualizado em 13 de maio


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