
A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) do Senado que investiga o rompimento da Barragem de Brunadinho (MG), ouviu nesta quinta-feira (16) o ex-gerente-executivo operacional da Vale no complexo miner�rio Paraopeba (MG), Rodrigo Melo. Melo disse que a Barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho (MG), n�o tinha risco iminente de ruptura.
Mesmo amparado por um habeas corpus, concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que al�m de garantir que ele n�o seria preso, lhe permitia o direito de ficar calado e o desobrigava do compromisso de dizer a verdade, o executivo decidiu responder as perguntas feitas pelos senadores.
� CPI, como fizeram outros ex-diretores da companhia, ele disse que como a Barragem da Mina do C�rrego do Feij�o apresentava um laudo de estabilidade e n�o tinha o risco iminente de ruptura, n�o foi iniciado nenhum processo de evacua��o do local.
Melo tamb�m explicou que desde o desastre da mina em Mariana, o tratamento de min�rio operado na mina de Brumadinho era um tratamento a seco, n�o utilizava barragem.
Questionado porque a Vale n�o retirou o refeit�rio da mina da rota da barragem, Melo disse que para que fosse inicia o processo de realoca��o das estruturas, deveria ter um input ou uma recomenda��o da �rea t�cnica e, como “ n�o havia risco”, isso n�o foi feito.
Continua contratado
O ex-gerente da Vale disse que, por recomenda��o da For�a Tarefa, que investiga o caso, est� afastado da Vale desde o dia 29 de janeiro. Apesar disso confirmou aos senadores que, ainda assim, continua contratado e recebendo sal�rio da mineradora. A Vale tamb�m � respons�vel pelo pagamento de seu advogado.
Diante da declara��o, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) disse ser dif�cil para os parlamentares acreditarem nas respostas dos depoentes.
“N�s estamos aqui fazendo perguntas s�rias, mas como vamos acreditar que ele vai chegar aqui e falar a verdade, e nada mais do que a verdade, sendo contratado e tendo defesa paga pela pr�pria Vale? � muito dif�cil”.
A presidente da CPI, senadora Rose de Freitas (Pode-ES), se mostrou surpresa com as respostas do ex-gerente da Vale. Ela relembrou que, ao ser ouvido pelos senadores em abril, o executivo da �rea de Recursos H�dricos da Vale Felipe Rocha disse que todos os diretores estavam cientes dos riscos de rompimento da barragem.
“Ele afirmou expressamente. Ent�o, quem, afinal de contas, est� dizendo a verdade neste processo? O senhor n�o acha que uma declara��o dessas tem um peso na l�gica de racioc�nio que esta CPI, o Minist�rio P�blico, a Pol�cia Federal est�o construindo?”, perguntou a senadora.
Melo respondeu que n�o se responsabiliza pelas palavras do colega e afirmou que a ele cabia fazer a gest�o operacional da lavra, do beneficiamento e do embarque de min�rios, processo que era feito a seco.
Hoje tamb�m estava marcada a oitiva do ex-gerente-executivo de Geotecnia Operacional da Vale, Joaquim Pedro de Toledo. Ele alegou impossibilidade de comparecimento, e a data para o depoimento ser� reagendada.
Hist�rico
A mina C�rrego do Feij�o se rompeu em 25 de janeiro, matando 236 pessoas e deixando 34 desaparecidas, segundo dados recentes da Defesa Civil de Minas Gerais.