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Estado de Minas

Confira dicas de cartilha lan�ada para evitar o ass�dio nos est�dios de tatuagem

Manual criado por tatuadoras, orienta clientes e profissionais sobre condutas adequadas durante as sess�es


15/05/2019 06:00 - atualizado 15/05/2019 08:20

As tatuadoras Bruna Martins e Thereza Nardelli, autoras da cartilha sobre condutas adequadas nos estúdios de tatuagem (foto: Larissa Kümpel/EM/D.A. Press)
As tatuadoras Bruna Martins e Thereza Nardelli, autoras da cartilha sobre condutas adequadas nos est�dios de tatuagem (foto: Larissa K�mpel/EM/D.A. Press)

As estat�sticas mostram um quadro desalentador: 86% das brasileiras j� sofreram ass�dio em lugares p�blicos. Metade contou que j� foi seguida nas ruas, 44% tiveram seus corpos tocados e 37% disseram que homens j� se exibiram para elas, aponta a mais recente pesquisa da ActionAid –  organiza��o internacional que trabalha por justi�a social, igualdade de g�nero e pelo fim da pobreza –, feita este ano. 

Em mar�o, a pris�o de um tatuador por por esse tipo de crime chamou a aten��o de mulheres sobre a seguran�a nos est�dios, o que resultou na cria��o de um manual assinado por elas com orienta��es para evitar esse tipo de comportamento criminoso durante sess�es de tatuagem. Ontem, as cartilhas come�aram a ser distribu�das em est�dios de toda a capital.


As autoras da cartilha s�o tatuadoras, que se reuniram a convite da ativista e professora de literatura Duda Salabert para discutir o tema, logo depois de Leandro Caldeira Alves Pereira, de 44 anos que trabalhava em um est�dio na Savassi, ter sido indiciado por viola��o sexual mediante fraude contra pelo menos 19 mulheres. “A gente se uniu para criar um material informativo, visto que o ponto em comum nos relatos era a falta de informa��es das v�timas em rela��o aos procedimentos de tatuagem”, explica a tatuadora Thereza Nardelli, de 30 anos, que participou da produ��o do manual, o primeiro do tipo no pa�s. “A gente se inspirou na cartilha que o coletivo “N�o � N�o” fez durante o carnaval. Foi um trabalho muito legal e nos juntamos para adaptar o texto”, complementa. Infelizmente, sustentou, esse tipo de caso de ass�dio no ambiente de tatuagem � mais comum do que possa parecer. “� algo que sempre aconteceu e vai acontecer”, afirma.


A cartilha orienta sobre os limites entre o que � uma conduta adequada de um profissional de tatuagem e o que pode ser considerado ass�dio ou algo mais grave. Antes de fazer uma tatuagem, o primeiro conselho �: conhe�a o profissional e seu ambiente de trabalho, mesmo que ele tenha boas refer�ncias.”Temos que ficar espertas, principalmente, com os toques impr�prios. Um bom profissional n�o vai precisar encostar em voc� ou se apoiar em alguma regi�o �ntima se n�o tiver completa necessidade desse apoio. Se voc� estiver se sentido invadida j� n�o � um procedimento padr�o”, explica a tatuadora Bruna Martins, de 25, cocriadora da cartilha. Al�m do mais, alguns dizeres e express�es faciais e pedidos para a cliente se colocar em posi��es constrangedoras tamb�m podem ser considerados ass�dio.


A cliente deve ser avisada e consentir sobre a necessidade de contato do seu corpo com o do profissional, especialmente em �reas �ntimas. “Se (a tatuagem) for em uma �rea �ntima, aconselhamos sua cobertura com papel toalha ou fita crepe. A cliente tamb�m pode pedir alguma dica sobre que roupa usar. Por exemplo, se for uma tatuagem nas costas, voc� pode vestir uma blusa de bot�o de frente para tr�s para n�o ficar nua”, disse Thereza. Segundo a cartilha, n�o � necess�rio ficar nua antes, durante nem ap�s a tatuagem – como para o registro fotogr�fico. A mulher tamb�m pode chamar algu�m de confian�a para a acompanhar ao est�dio de tatuagem. “Levar um acompanhante � um direito seu. Ou tamb�m � legal deixar uma pessoa de confian�a avisada. Assim, voc� tem um contato na m�o caso aconte�a alguma coisa. N�o s� em situa��es de ass�dio, mas, �s vezes, a press�o pode cair durante a sess�o e voc� ter� uma pessoa pra te ajudar”, complementou Bruna.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


PARA OS HOMENS
O manual tamb�m traz dicas importantes para os tatuadores e donos de est�dios sobre como orientar sua equipe profissional no que diz respeito ao combate ao ass�dio e como proceder e definir uma pessoa respons�vel para o acolhimento de poss�veis den�ncias. A sugest�o � ter uma mulher de refer�ncia ou um grupo de mulheres com contatos de �rg�os p�blicos. Outro ponto essencial � combater posturas coniventes dos colegas: “� o ‘coleguismo’ que protege os assediadores em seu meio profissional. � preciso formar uma rede de aliados para que as v�timas sejam acolhidas, e o ass�dio n�o pode ter lugar”, diz Thereza. Portanto, converse com todos os profissionais do est�dio e se posicione a respeito de casos de ass�dio no seu ou em outros est�dios. “Nosso objetivo principal � que qualquer procedimento de tatuagem seja feito de maneira segura – tanto para o cliente quanto para o tatuador”, concluiu Bruna.
Caso ocorra abuso, a orienta��o � que a v�tima re�na o maior n�mero de provas, tais como data, hor�rio, local do ass�dio, testemunhas e caracter�sticas do agressor. Outro quesito imprescind�vel � buscar uma rede de apoio, especialmente mulheres que estejam pr�ximas e possam auxiliar. A cartilha tamb�m aconselha que se verifique se h� c�meras de seguran�a no local, pois as imagens podem ser �teis para a comprova��o da viol�ncia. E para que as autoridades possam agir � necess�rio fazer o boletim de ocorr�ncia.


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