Em caso de rompimento em Bar�o de Cocais, Rio Doce seria afetado pelo segundo desastre com barragens

O Rio Doce est� mais uma vez na rota das barragens em Minas Gerais. Mais de tr�s anos ap�s a trag�dia de Mariana, que devastou a bacia hidrogr�fica banhada pelo manancial federal desde a nascente at� a foz no Oceano Atl�ntico, o curso d'�gua est� mais uma vez no caminho caso ocorra um novo desastre do tipo em Minas.

Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), o manancial seria impactado caso ocorra o rompimento da Barragem Sul Superior, da Mina de Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, na Regi�o Central de Minas.

A Semad informou que uma poss�vel onda de lama passaria por quatro c�rregos antes de alcan�ar o Rio Santa B�rbara, para, em seguida, chegar ao Rio Piracicaba e, por fim, ao Rio Doce, em um ponto distante 195,2 quil�metros da barragem. O informe da Semad foi feito depois que a pasta recebeu comunicado da Vale de uma prov�vel ruptura do talude norte da cava de Gongo Soco. Essa ruptura poderia gerar um gatilho para desestabilizar a Barragem Sul Superior, e, consequentemente, espalhar rejeitos pela regi�o.

A qualidade da �gua desses mananciais poder� ser afetada, "tornando-a impr�pria para consumo humano. Pode ocorrer ainda redu��o do oxig�nio dissolvido, com consequente mortandade de peixes e outras esp�cies aqu�ticas. Os cursos d’�gua podem ter redu��o da vaz�o decorrente do assoreamento da calha principal e deposi��o do rejeito", segundo a Semad.

A pasta que cuida do meio ambiente do estado tamb�m identificou outros impactos em decorr�ncia de um poss�vel rompimento em Bar�o. A lama suprimiria 383 hectares de remanescentes de floresta da mata atl�ntica, alteraria a composi��o do solo original, afetando a fertilidade, e causaria impactos energ�ticos, pois chegaria ao  reservat�rio da Usina Hidrel�trica de Peti, localizada a 14 km de dist�ncia da barragem, entre os munic�pios de Santa Barbara e S�o Gon�alo do Rio Abaixo.

Os impactos para a biodiversidade ainda s�o avaliados, mas, de antem�o, esp�cies da fauna e da flora nas �reas e corpos h�dricos podem ser atingidas pela passagem ou deposi��o de rejeito.

MEDIDAS SOLICITADAS PELA SEMAD No �ltimo dia 15, em virtude do comunicado sobre riscos de rompimento do talude dentro de Gongo Soco e um poss�vel gatilho para a Barragem Sul Superior, a Semad determinou que a Vale monitore os recursos ambientais da regi�o. A pasta tamb�m determinou mitiga��o de impactos e perpara��o de equipes para a��o imediata.

Entre exemplos de determina��es se destacam "identifica��o de todas as estruturas, equipamentos e insumos existentes na dire��o do fluxo dos rejeitos no caso de um eventual rompimento; monitoramento das �guas superficiais e subterr�neas na �rea impactada; apresenta��o de projeto de mitiga��o do carreamento dos rejeitos para o C�rrego Bar�o de Cocais; al�m de instala��o de hospital veterin�rio de campanha e Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), com equipes de resgate de fauna mobilizadas", informou a Semad.