
Autoridades e a popula��o de Bar�o de Cocais, na Regi�o Central de Minas, est�o em alerta m�ximo neste fim de semana. De acordo com proje��es de t�cnicos, termina amanh� o prazo para a queda do talude norte da Mina Gongo Soco. Junto com a incerteza do dia exato e do hor�rio do colapso da estrutura, resta a maior das d�vidas: se o baque do material na cava ser� capaz de provocar vibra��o suficiente para causar o rompimento da Barragem Sul Superior.
Se o pior cen�rio se concretizar, Bar�o ser� a primeira cidade a ser inundada pela lama de rejeitos. E mesmo se a represa n�o se romper imediatamente depois do desmoronamento do talude, o sossego dos moradores do munic�pio n�o ser� restabelecido de pronto. Isso porque ser�o necess�rios monitoramentos constantes para verificar a possibilidade de liquefa��o da estrutura, cuja consequ�ncia � a ruptura da barragem.
A expectativa de um rompimento a qualquer momento aumenta na medida em que cresce a movimenta��o no talude. De anteontem para ontem, ele passou de 11 cent�metros/dia para uma movimenta��o de 12,9 cent�metros/dia na base e 16 cent�metros/dia nas partes mais altas, segundo a Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM). Ocorrendo o rompimento, a previs�o � de que o rejeito chegue at� a primeira casa num prazo de 1 hora e 12 minutos. “Temos tempo, condi��es e log�stica para fazer o trabalho”, afirma o coordenador-adjunto da Defesa Civil estadual, tenente-coronel Fl�vio Godinho. Na cidade vizinha de Santa B�rbara, o tempo � de tr�s horas e em S�o Gon�alo do Rio Abaixo, de 8 horas. “Nesses locais, ela chegaria numa condi��o diferente das regi�es pr�ximas � barragem”, completa.
As equipes de resgate e os respons�veis pelos alertas tamb�m est�o de prontid�o. Defesa Civil estadual e municipal, Corpo de Bombeiros (incluindo o batalh�o especializado em resgate, que atuou em Mo�ambique) e Pol�cia Militar est�o com efetivo na cidade. Os carros de som da Vale encarregados de tocar a sirene na cidade tamb�m est�o 24 horas de prontid�o. O tenente-coronel ressalta que os alertas s� v�o soar em caso de rompimento da barragem. Se apenas o talude cair, n�o haver� acionamento do plano de emerg�ncia.
De acordo com Godinho, n�o haver� novos treinamentos ou simulados. J� foram feitos dois. O primeiro foi no fim de mar�o, com ades�o de 40% da popula��o (2,4 mil pessoas). Na �poca, foram instalados sete pontos de encontro na cidade com funcionamento 24 horas por dia.
Tamb�m houve simulados de emerg�ncia com moradores de Santa B�rbara e de S�o Gon�alo do Rio Abaixo. O outro ocorreu no �ltimo dia 18, quando cerca de 1,6 mil moradores da zona de seguran�a secund�ria da cidade participaram. A a��o, de car�ter preventivo, foi feita pela Defesa Civil estadual, com apoio da Vale, das Pol�cias Civil e Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da Prefeitura Municipal. A mineradora participou da atividade com 350 funcion�rios e prestou apoio log�stico �s autoridades. O treinamento teve dura��o de 48 minutos e ades�o de 26,75% do p�blico previsto.
N�vel 3 Em mar�o, o risco da barragem da Mina Gongo Soco foi elevado para o n�vel 3 – o �ltimo previsto pela minera��o antes de vazamento e que se caracteriza por uma situa��o de ruptura iminente ou que est� ocorrendo. Depois de vistoria t�cnica, um auditor independente informou que a barragem est� em condi��o cr�tica de estabilidade, com possibilidade de liquefa��o. Na ocasi�o, a Vale assegurou aos bombeiros que atendem a regi�o que n�o havia possibilidade de rompimento.
Por meio de nota, a Vale disse que adotou todas as medidas preventivas em Bar�o de Cocais, desde 8 de fevereiro, com o objetivo de garantir a seguran�a dos moradores da regi�o. “Al�m da retirada preventiva dos moradores da zona de autossalvamento, a Vale apoiou as autoridades na realiza��o de simulados e na prepara��o das comunidades para todos os poss�veis cen�rios, com equipes de prontid�o permanentemente”, afirmou no texto.
A mineradora acrescentou que tanto o talude da Mina Gongo Soco quanto a Barragem Sul Superior est�o sendo acompanhados 24 horas por dia e as previs�es sobre deslocamento de parte da primeira estrutura, revistas diariamente. “A Vale refor�a que n�o h� elementos t�cnicos que possam afirmar que o eventual deslizamento de parte do talude poderia desencadear a ruptura da barragem. Mesmo assim, reitera que todas as medidas preventivas foram tomadas e segue � disposi��o das autoridades para prestar todo apoio poss�vel.”