
Bar�o de Cocais – O dia ap�s a previs�o de desabamento de parte da cava da Mina Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, na Regi�o Central, foi de afli��o para a popula��o, uma vez que a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) afirma que mesmo sem o deslizamento a Barragem Sul Superior est� em risco iminente de rompimento. As igrejas, ontem, amanheceram repletas de fi�is e os pedidos mais urgentes em ora��es foram pela seguran�a da comunidade. V�rios trabalhadores est�o chegando e se hospedando na cidade para a constru��o de uma defesa a seis quil�metros do barramento, que muitos chamam de “muro”, mas que se trata de uma barragem, uma vez que ser� usado para reter os rejeitos, impedindo que sigam pela calha do Rio S�o Jo�o at� Bar�o de Cocais, Santa B�rbara e S�o Gon�alo do Rio Abaixo. Pelo monitoramento, partes do talude da mina prestes a desabar se movimentaram 20 cent�metros s� ontem, o que representa o dobro do ritmo anual que a estrutura apresentava.

A barragem Sul Superior entrou no mapa das barragens em crise ap�s a ruptura dos barramentos 1, 4 e 4A, em Brumadinho, respons�vel pela morte j� confirmada de 242 pessoas e 28 desaparecidos, ao despejar 12 milh�es de metros c�bicos de rejeitos sobre o Vale do Rio Paraopeba. Ap�s essa trag�dia, iniciou-se uma crise no setor de barragens, ap�s terem sido revistos os crit�rios que caracterizam a estabilidade dos represamentos. Em 9 de fevereiro, a popula��o de Bar�o de Cocais recebeu o primeiro alerta de que a barragem n�o tinha garantia de estabilidade e que atingira seu n�vel tr�s de gravidade – risco iminente.
De l� para c�, foram realizados dois simulados e 400 pessoas foram evacuadas da comunidade de Socorro, a cerca de 2 quil�metros da barragem. A Sul Superior ret�m 6 milh�es de metros c�bicos de rejeitos e pode, ainda, atingir e incorporar o conte�do menor da Barragem Sul Inferior. Desde o dia 18, a situa��o piorou com a detec��o da movimenta��o acelerada de uma por��o do talude (pared�o) de 10 milh�es de metros c�bicos da mina, que pode desabar.

M�O DE OBRA Trabalhadores de todo o Brasil chegam a Bar�o de Cocais para a obra. Um deles, de 29 anos, que pediu para n�o ser identificado, veio de Rond�nia para trabalhar na obra. “Estou aqui hospedado com uma turma no hotel para trabalhar na constru��o desse muro. O contrato � at� dezembro. Para mim foi bom, porque estava parado”, disse o homem. Na cidade, o Corpo de Bombeiros j� iniciou os informes de uma opera��o pr�pria, denominada Bar�o de Cocais. Ontem, 11 viaturas e 30 militares trabalharam em refor�o ao efetivo do 6º Pelot�o, ligado a Itabira. Parte desses militares foram posicionados em locais estrat�gicos para acompanhamento da situa��o e orienta��o � popula��o em caso de necessidade de evacua��o. As obras de contingenciamento ao longo do curso dos rejeitos tamb�m foram acompanhadas. O efetivo realizou ainda testes com um aplicativo de georreferenciamento que poder� facilitar um trabalho de resgate caso os rejeitos se desprendam da barragem e soterrem parte da cidade, incluindo o Centro.
Na Igreja Matriz de S�o Jo�o Batista, que guarda obras de Aleijadinho e mestre Ata�de, os moradores aproveitaram a missa de domingo para pedir prote��o. Muitos contaram que evitam sair de suas resid�ncias, mas como haveria uma coroa��o de Nossa Senhora, decidiram participar levando os filhos vestidos de anjos. A cerim�nia com 14 crian�as foi um momento de alento em meio � tens�o. “Nas nossas ora��es, estamos pedindo que Deus tenha miseric�rdia de n�s”, disse a dona de casa Andreia Aparecida Chaves, de 37 anos, que levou a filha, Emanuelle Aparecida Chaves de Carvalho, de 8, para a coroa��o.