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Estado de Minas

Mobiliza��o de emerg�ncia pode se prolongar por semanas em Bar�o de Cocais

Incertezas quanto aos impactos da movimenta��o de talude da Mina Gongo Soco sobre barragem de rejeitos inst�vel exige a perman�ncia de for�as de seguran�a na cidade e monitoramento constante. Pared�o j� se deslocou dois metros neste ano


postado em 31/05/2019 06:00 / atualizado em 31/05/2019 07:42

Vista de Barão de Cocais, onde as incertezas começaram em março devido ao risco de barragem se romper e cresceram com o deslocamento de talude(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Vista de Bar�o de Cocais, onde as incertezas come�aram em mar�o devido ao risco de barragem se romper e cresceram com o deslocamento de talude (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)


Bar�o de Cocais – Diante da mais grave situa��o entre os quatro barramentos da mineradora Vale que atingiram n�vel de seguran�a 3 (risco iminente de rompimento), a mobiliza��o de emerg�ncia instaurada na Barragem Sul Superior, na Mina Gongo Soco, em Bar�o de Cocais, pode ainda se arrastar por semanas, inclusive em dias com possibilidade de chuva – fen�meno que fragiliza ainda mais essa estrutura. A gravidade da situa��o � determinada pela expectativa de queda de um talude (pared�o) dentro da mina que pode, mesmo a 1,5 quil�metro, produzir vibra��es suficientes para romper a j� inst�vel represa. “O talude � constitu�do de min�rio de ferro e por isso tem  comportamento espec�fico. � muito pesado e pode levar as pr�ximas semanas para desabar. Mas como � imprevis�vel, mantemos todas as nossas a��es de conting�ncia”, afirma o major Marcos Afonso Pereira, superintendente de gest�o de riscos de desastres da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec). De acordo com a Ag�ncia Nacional de Minera��o (ANM), o talude norte da Mina Gongo Soco j� se deslocou dois metros no acumulado do ano.

Como a reportagem do Estado de Minas informou ontem, o n�vel de estabilidade desse represamento � inferior a 1,2, sendo que o m�nimo exigido � de 1,5. Al�m de Sul Superior, as barragens B3/B4 (Nova Lima), Forquilha 1 e 3 (Ouro Preto) tamb�m se encontram no n�vel mais cr�tico de opera��o. “Toda barragem com n�vel 3 requer muita aten��o, pois ele significa rompimento ou risco iminente de rompimento. Concordo que Bar�o de Cocais requer uma aten��o maior que outras neste momento, pois temos um fato agravador nesse cen�rio, ou seja, a poss�vel queda de talude que est� atr�s da barragem”, disse o subcomandante da Cedec, tenente-coronel Fl�vio Godinho.

De acordo com a Cedec, o cen�rio mais prov�vel � que ocorra um deslizamento com assentamento gradual do talude no fundo da cava da minera��o, o que pode preservar a barragem. A cava, que � o local de onde se extraiu o min�rio, tem cerca de 110 metros de profundidade, sendo que a �gua acumulada dos len��is fre�ticos e chuva est� ao n�vel de 50 metros. O pared�o em movimento apresenta in�meras eros�es, trincas e fissuras. Uma boa parte se encontra submersa. “Uma das possibilidades de ter ocorrido essa fragiliza��o foi justamente a perda de �gua, que ajudava a manter a estrutura no lugar”, disse o major Marcos Afonso Pereira.

O talude que est� amea�ando ruir tem 10 milh�es de metros c�bicos. Segundo a Cedec, c�lculos dos engenheiros contratados pela Vale para o monitoramento dessa estrutura mostram que a cava da mina pode comportar duas vezes e meia o volume do pared�o. H� possibilidade de o pared�o escorregar aos poucos, j� que as movimenta��es s�o irregulares. � poss�vel que o material se deposite de forma lenta e gradual no fundo, sem causar estragos. O pior cen�rio � um descolamento repentino da placa, que pode causar uma onda de choque capaz de fazer com que os rejeitos da Barragem Sul Superior iniciem um processo de liquefa��o e fa�am romper o represamento. “Essa queda do talude pode provocar um cismo e ser um gatilho para o rompimento da barragem”, explicou o major.

“J� foi perguntado se o processo de escorregamento poderia ser acelerado. Mas trata-se de uma �rea que est� interditada e tudo que � feito por l� � de forma remota, sem a presen�a de pessoas. Assim sendo, s� resta aguardar e tomar as medidas de monitoramento e evacua��o das pessoas”, afirma o superintendente.

Segundo dados da ANM, a estrutura se movimentava a 24,6 cent�metros por dia em sua por��o inferior na tarde de ontem. Em alguns pontos do talude, os deslocamentos chegavam a 29,1cm/dia, mostrando uma acelera��o em rela��o aos dados do in�cio do dia. Por volta das 8h, o deslocamento em pontos isolados da estrutura estava em 28,4cm/dia. De acordo com a ag�ncia, o deslocamento era de 10cm/ano desde 2012, medida aceit�vel para uma cava profunda. Contudo, a partir do fim de abril fim de abril, a velocidade do deslocamento aumentou at� atingir o quadro cr�tico atual. Antes disso, em 22 de mar�o, a barragem Sul Superior j� havia entrado em n�vel 3, o que levou � retirada de moradores da �rea de autossalvamento da represa.

Empresa respons�vel pela Mina Gongo Soco, a Vale informou que as �ltimas an�lises indicam que h� “grande possibilidade” de o talude norte escorregar para a cava do complexo miner�rio.  (Colaborou Gabriel Ronan)


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