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Estado de Minas

Ge�logo sem capacita��o assinou estabilidade da barragem de Brumadinho

Laudo, que deve ser emitido periodicamente, � uma exig�ncia para que uma barragem continue operando


postado em 01/06/2019 09:31 / atualizado em 01/06/2019 09:39

(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Em depoimento � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que investiga a trag�dia de Brumadinho (MG), o ge�logo da Vale, C�sar Augusto Grandchamp, disse que n�o possui especialidade em barragens. Mesmo assim, ele assinou o laudo que atestou a estabilidade da estrutura que se rompeu no dia 25 de janeiro, causando mais de 200 mortes.


"Eu, como ge�logo, n�o tenho especialidade em barragens. Eu n�o sou geot�cnico em barragens e muito menos especialista na quest�o de liquefa��o. Ent�o, eu confio e confiei plenamente na avalia��o que foi feita por especialistas da T�d S�d e pelas equipes da geotecnia corporativa e da geotecnia operacional da Vale", disse Grandchamp.


O laudo de estabilidade, que deve ser emitido periodicamente, � uma exig�ncia para que uma barragem continue operando. Ele � emitido ap�s avalia��es de uma empresa terceirizada que deve ser contratada pela mineradora. No caso da barragem de Brumadinho, esse trabalho foi feito pela consultoria alem� T�v S�d. O laudo foi emitido em junho de 2018 trazendo duas assinaturas: a do engenheiro Makoto Namba, pela T�v S�d, e a de Grandchamp, pela Vale.


Fator de seguran�a

Grandchamp � um dos 13 investigados pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) que j� foram presos duas vezes, mas atualmente est� solto beneficiado por um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ) em 14 de mar�o. No depoimento, que foi prestado ontem (30), ele tamb�m foi questionado porque a estabilidade foi atestada mesmo ap�s as an�lises levarem ao c�lculo de um fator de seguran�a de 1.09.


No m�s passado, representantes da empresa Potamos, que chegaram a desenvolver estudos na estrutura at� mar�o de 2018, disseram � CPI da ALMG que se afastaram dos trabalhos por discord�ncias metodol�gicas. Uma consultora da empresa, a engenheira Maria Regina Moretti, disse que n�o assinaria um laudo com fator de seguran�a 1.09 porque as boas pr�ticas de engenharia internacional estabelecem que o ideal � 1.3.


Segundo Grandchamp, al�m do respaldo de equipes que ele considerava de alto n�vel, o documento foi assinado respeitando norma da Associa��o Brasileira de Normas T�cnicas (ABNT).

"O fator de 1.3 foi colocado como um alvo a ser alcan�ado por aquelas barragens a montante cujo descomissionamento n�o fosse poss�vel. N�o existia uma recomenda��o e nem uma norma dentro da Vale indicando que o fator m�nimo aceit�vel para estruturas fosse 1.3. Sendo assim, o que dev�amos seguir era a norma da ABNT, que diz que o fator de seguran�a � definido pelo projetista ou pela empresa que est� fazendo a auditoria", respondeu.


O ge�logo, no entanto, reconheceu que a �nica barragem com fator de seguran�a de 1.09 que ele trabalhou foi a de Brumadinho, embora houvesse outras estruturas com fator de seguran�a abaixo de 1.3. Entre elas, citou Forquilha I, Forquilha II, Forquilha III, B3/B4 e Grupo. Todas estas est�o entre as mais de 30 barragens que foram paralisadas ap�s a trag�dia de 25 de janeiro. Forquilha I, Forquilha III e B3/B4 est�o entre as quatro que alcan�aram alerta m�ximo e apresentam risco de iminente ruptura.


"A equipe de geotecnia corporativa � a respons�vel pela normatiza��o dentro da Vale. Ent�o, se houvesse uma normatiza��o de que o fator a ser considerado fosse de 1.3, isso viria deles. O relat�rio passa por eles e � enviado por eles para a minha assinatura", disse Grandchamp.


 

Outro lado


 

Procurada pela Ag�ncia Brasil, a Vale afirmou em nota que a declara��o de condi��o de estabilidade (DCE) � elaborada por uma empresa de auditoria externa sob a supervis�o de uma equipe de geot�cnicos da Vale capacitada para fazer esse trabalho.


"Ap�s receber os estudos das auditorias, os geot�cnicos emitem um parecer e o encaminham para o gerente de Geotecnia Operacional, que assina a DCE por parte da Vale. Na aus�ncia do gerente, a DCE pode ser assinada por outro representante legal da �rea", diz o texto. Segundo a mineradora, � �poca do rompimento, a barragem tinha uma laudo v�lido conforme determina a legisla��o.


A Ag�ncia Brasil tentou, sem sucesso, contato com a T�v S�d. No m�s passado, quando questionada sobre as declara��es dos representantes da Potamos, a empresa informou que "em respeito �s investiga��es em curso, n�o est� comentando detalhes do caso".


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