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Estado de Minas

Grafite em BH: um mapa colaborativo

Este � um guia visual em constru��o para a galeria a c�u aberto que se tornou Belo Horizonte


07/06/2019 17:44 - atualizado 28/06/2019 15:26


Belo Horizonte cada vez mais faz jus ao t�tulo de galeria a c�u aberto. As cores que recebeu nos �ltimos cinco anos n�o passam despercebidas por quem vive na capital mineira ou a visita. Os tra�os de artistas locais, nacionais e internacionais enfeitam muros, espa�os p�blicos e im�veis particulares, num processo que ganhou o carinho dos moradores. Para valorizar a crescente cena de arte urbana na cidade, o Estado de Minas lan�a hoje o projeto #GrafiteEMBH, um guia visual por alguns dos principais trabalhos que colorem a cidade, criado com a ajuda da curadora e produtora cultural Juliana Flores. 


O mapa interativo, feito a partir de levantamento exclusivo, re�ne dezenas de obras dos movimentos que, em parceria com o poder p�blico ou por meio de a��es individuais, constru�ram uma nova paisagem para BH.
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Na edi��o de domingo, 9 de junho de 2019, o jornal publica um guia de bolso, a vers�o f�sica do projeto, com o que coube no mapa at� agora.


Campanha digital
A partir de hoje, os leitores do Estado de Minas podem contribuir com o guia interativo de algumas artes de rua de Belo Horizonte. Para participar, basta postar a foto no Instagram com as hashtags #GrafiteEMBH ou #GraffitiBH, marcando o perfil do @emimagem, indicando o endere�o e (se poss�vel) a autoria do trabalho.

Ver galeria . 34 Fotos Grafite em BHGladyston Rodrigues/EM
Grafite em BH (foto: Gladyston Rodrigues/EM )


As imagens ser�o inclu�das no mapa, que j� conta com mais de 50 obras. Al�m disso, as imagens mais curtidas ser�o republicadas nas redes sociais do Estado de Minas e ganhar�o destaque em reportagem especial que vai encerrar o projeto.

A iniciativa visa gerar mapa colaborativo, retrato da arte urbana da capital, inclusive com a finalidade de cataloga��o de obras que, porventura, sofram apagamento, como ocorreu com o mural das Minas de Minas, com imagem da atriz Teuda Bara, na Rua Guiacurus, marcado em nosso mapa original. Com a pintura da parede na cor negra, atualizamos nosso mapa digital, indicando que ali, um dia, existiu uma obra de arte.

Mem�ria em registro

A preocupa��o de registrar essa mem�ria das artes de rua da capital mineira ganhou for�a na semana passada, quando o painel feito em 2017 pelo grupo Minas de Minas com o retrato da atriz Teuda Bara, do Grupo Galp�o, foi coberto por tinta preta, na Rua Guaicurus, no Hipercentro. 

A remo��o da obra, contudo, vai na contram�o do acolhimento que os grafites t�m entre os belo-horizontinos, que pode ser mensurado pelo aumento de permiss�es dadas pelos donos de im�veis para que sejam usados espa�os privados para pintura.

“A maioria dos meus trabalhos � de pessoas que me chamam. Fa�o muito os muros externos das casas. Tanto que espalhei meu trabalho pela cidade”, comenta Iron, artista visual de 38 anos. Uma caracter�stica das obras dele s�o animais inseridos na cadeia alimentar, como a gar�a enla�ada por uma cobra sob um dos viadutos do Complexo da Lagoinha.

A arte urbana muda o ritmo de quem passa, como podemos observar na passarela que liga o terminal rodovi�rio � Pra�a Vaz de Melo. O lugar testemunha passos apressados de quem pega o metr� muito cedo, mas quando se deparam com a natureza ali representada, muitos param para admirar.

“A arte urbana, grafites e murais, faz a gente olhar com novo olhar o lugar de sempre. Outra perspectiva para um lugar que nem se reparava mais. Interrompe rotina e te faz reparar”, diz Juliana Flores, uma das idealizadoras do Circuito de Arte Urbana (CURA). 

E aprecia��o n�o � necessariamente de aprova��o. “Voc� pode estranhar, achar diferente. � maravilhoso quando as pessoas come�am a identificar, perceber que tem cena, perceber o tra�o do artista. Ver um p�ssaro do Iron e depois um polvo e perceber que � o mesmo tra�o”, avalia.

Se no Centro os murais gigantes chamam a aten��o, nas periferias n�o deixam de trazer impacto visual. Com 16 metros, a imagem da mulher negra com o filho no colo na empena de um pr�dio captura o olhar de quem chega ao Morro das Pedras, na Regi�o Oeste.



“A escolha do lugar � pol�tica. Fazia grafites no Centro e nos bairros, mas meu interesse s�o as comunidades, contar a hist�ria dos moradores”, diz o artista Dagson Silva, que nasceu na comunidade e atualmente faz mestrado em artes na cidade de Marseille, na Fran�a.

Nosso beco do Batman

Os locais onde a arte chega se transformam em pontos de visita��o. A Rua Am�rico Scott, no Bairro Serra, caminha para se transformar tamb�m em ponto tur�stico. A via, perto da Avenida do Contorno, re�ne trabalhos de importantes nomes da arte urbana de BH e informalmente foi apelidada de Beco do Batman, em refer�ncia ao famoso corredor de grafites em S�o Paulo. 



“BH desponta como espa�o muito criativo para a arte urbana. S�o projetos que tornam vis�veis pesquisas pequenas e m�ltiplas para ocupar a cidade. � a conquista, em grande formato, da luta que acontece nas ruas h� muito tempo”, diz Bernardo Biagioni, curador da Galeria Quartoamado e criador do projeto Pedalar, que incluiu a Rua Am�rico Scott no roteiro dos passeios de bicicletas que promove pela cidade.

Movimento

Um dos projetos pioneiros de grafite em BH, o Telas Urbanas abriu espa�o para os artistas paulistas Onesto, Mag Magrela e Paulo Ito e para os mineiros Hyper, DMS e Dalata. 

O CURA, em tr�s edi��es, trouxe para empenas de edif�cios do Centro trabalhos de artistas como Thiago Mazza, Criola e Priscila Amoni, que ganharam destaque internacional, e artistas que despontam nacionalmente, como Comum e DMS. Fizeram parte das interven��es ainda Acidum Project, do Cear�, Hyuro e Milu Correch, da Argentina, e Marina Capdevila, da Espanha. 

O CURA recuperou ainda o hist�rico das interven��es em BH, ao recuperar imagens do franc�s Hugues Desm�zieres, considerado o pioneiro na cidade na pintura de murais.

O Territ�rio Arte Urbana (TAU) levou para o Bairro Santa Tereza os tra�os de Clara Valente, Binho, o artista paulista Cris Rodrigues. O Morro Arte Mural mudou a paisagem do Alto Vera Cruz foram pintadas 43 casas, formando um macromural que d� face para a Avenida dos Andradas, dos Cosmic Boys (Zeh Palito, de S�o Paulo, e Rimon Guimar�es, do Paran�).

O projeto Arte urbana – Gentileza, da Prefeitura de Belo Horizonte, espalhou murais por todas as regionais da cidade, com destaques para trabalhos de Dagson Silva. Em maio, os belo-horizontinos Clara Valente, Jo�o Gabriel dos Santos Ara�jo e Gabriel Dias, e a italiana Alice Pasquini mudaram a paisagem do entorno do terminal rodovi�rio e da esta��o do metr� na Lagoinha. 

O Museu de Rua fez, recentemente, interven��o convocando artistas para pintura na Esplanada do Mineir�o. Somam-se a esses projetos trabalhos individuais dos artistas, alguns muito populares, como o Bolinho, cria��o da artista Maria Raquel Alves Couto Ramiro.

Voc� sabia?

Aos poucos, as pessoas percebem que arte urbana � um termo que abarca diversas formas de express�o art�stica, com diferentes t�cnicas e origens. Muito gente usa o termo grafite para definir todas as pinturas, mas nem todos s�o. O grafite � uma das vertentes do movimento hip-hop, inscri��es que ganharam as ruas de Nova York, nos Estados Unidos. O muralismo j� � um movimento art�stico acad�mico, que teve como um dos precursores o pintor mexicano Diego Rivera (1886-1957).



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