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Usu�rios de transporte por aplicativo fazem apelo por mais seguran�a

Populariza��o dos servi�os de transporte de passageiros no pa�s reduziu exig�ncias para a contrata��o de motoristas, enquanto as queixas de passageiros aumentaram


postado em 17/06/2019 06:00 / atualizado em 17/06/2019 11:12

"J� estava tensa por passar em uma �rea erma � noite, quando ele parou em um sem�foro, virou o corpo para tr�s e me encarou" - Isabella Corradi, publicit�ria (foto: �lvaro Brigag�o/Arquivo Pessoal)
A chegada dos aplicativos de transporte de passageiros nas principais capitais do pa�s e a multiplica��o dos cadastros dos motoristas trouxe consigo um efeito colateral, sentido especialmente por mulheres que usam o servi�o, em forma de ass�dio e at� casos de viol�ncia mais grave, como estupros. Den�ncias d�o conta at� de motoristas dirigindo carros a servi�o de apps com tornozeleiras eletr�nicas. Outro problema que veio junto com a populariza��o dos apps foram os assaltos praticados contra os condutores, principalmente depois que as empresas respons�veis pelos aplicativos passaram a aceitar dinheiro como forma de pagamento.

A publicit�ria Isabella Corradi, de 26 anos, que atualmente mora em S�o Paulo, viveu em Belo Horizonte os dois lados da moeda dos aplicativos. Enquanto viu a rotina de sua fam�lia mudar pelos benef�cios trazidos pela facilidade de deslocamentos, ela tamb�m passou por uma situa��o que a deixou muito assustada. Na casa dela, os tr�s ve�culos da fam�lia foram reduzidos para apenas um, pela facilidade de deslocamento com os apps.

Usu�ria ass�dua da Uber, ela defende a continuidade do servi�o, mas � totalmente favor�vel a uma regulamenta��o que traga padr�es de seguran�a, como maior controle dos motoristas. Em mar�o, Isabella conta que pegou um carro usando o app da Uber em shopping no Bairro Santa Efig�nia, por volta de 1h30, depois que sa�a de um evento. Logo de cara, percebeu que o motorista come�ou a encar�-la frequentemente pelo retrovisor, o que a deixou incomodada. “J� estava tensa por passar em uma �rea erma � noite, quando parou em um sem�foro, virou o corpo para tr�s e me encarou. Ent�o, perguntei porque estava me olhando daquele jeito e ele respondeu que n�o era nada.”

A atitude se repetiu, o que assustou ainda mais a publicit�ria. “Ele n�o falava nada, s� me encarava. Eu n�o sabia o que ele estava pensando. Quando cheguei, fiz v�rios stories no Instagram e a Uber entrou em contato comigo, dizendo que tomaria as medidas cab�veis e perguntando se eu queria denunciar. Como ele sabia onde eu morava, fiquei com medo e resolvi esquecer essa quest�o”, diz a publicit�ria.

MAIOR RIGOR Isabella diz que o epis�dio a fez mudar a atitude dentro dos carros por aplicativo, dando menos espa�o para conversas e sempre escolhendo ve�culos de uma categoria acima da mais popular. “Tenho amigos que j� viram motorista dirigindo com tornozeleira eletr�nica. Eu acho que a Uber abriu a porteira para ganhar dinheiro e se preocupou pouco com a seguran�a do usu�rio.”

Relatos como o de Isabella n�o s�o pontuais e desafiam as empresas principalmente pela exposi��o negativa gerada a partir de uma den�ncia de viol�ncia. Para o coordenador do Movimento dos Motoristas por Aplicativo da Grande BH, Iori Takahashi, essa situa��o acontece pois h� pouca preocupa��o com a escolha dos motoristas. Na Uber, por exemplo, ele diz que no in�cio havia at� a necessidade de comprovar bons antecedentes criminais, o que n�o acontece mais hoje em dia.

BLOQUEIOS “Defendo muito a livre iniciativa das empresas, mas nesse ponto eu acho que o Estado precisa impor regras que aumentem a seguran�a do usu�rio. � necess�rio ter crit�rios para eliminar pessoas que n�o est�o preocupadas em prestar um bom servi�o. � muito comum voc� ter conta falsa de motorista. Pessoas que foram bloqueadas e voltam com outros cadastros, gente que n�o quer pagar a taxa para ter atividade remunerada na CNH”, diz Iori. Segundo ele, a falta de crit�rios para o controle de motoristas � mais comum nas empresas Uber e 99pop.

Por meio de nota, a Pol�cia Militar, informou que “para coibir delitos em ve�culos, dentre outras medidas, s�o realizadas blitz de tr�nsito, abordagens, opera��es de batida policial e opera��es presen�a em grandes corredores”. A corpora��o ressaltou em BH tem 86 bases de seguran�a comunit�ria instaladas em pontos estrat�gicos da cidade e que a estrat�gia de policiamento tem refletido bons resultados, “uma vez que as estat�sticas apontam para redu��o de 50,7% nos crimes de roubo a ve�culos quatro rodas em Belo Horizonte no per�odo de janeiro a maio de 2019, em compara��o ao mesmo per�odo do ano passado”.

Empresa destaca mudan�a de h�bito

Iori Takahashi, coordenador do Movimento dos Motoristas por Aplicativo da Grande BH, defende maior rigor para garantir segurança de usuários(foto: Beto Novaes/EM/DA Press - 31/8/18)
Iori Takahashi, coordenador do Movimento dos Motoristas por Aplicativo da Grande BH, defende maior rigor para garantir seguran�a de usu�rios (foto: Beto Novaes/EM/DA Press - 31/8/18)

Principal representante das empresas que oferecem o servi�o de transporte de passageiros por aplicativo, a Uber destaca que em Belo Horizonte, assim como em outras cidades do Brasil, o maior volume de viagens ocorre no per�odo noturno e aos finais de semana, justamente quando o tr�nsito est� menos congestionado, e a oferta de transporte p�blico � menor. “Em BH, a faixa a partir das 20h na sexta-feira � o per�odo da semana que tem o maior n�mero de viagens acontecendo simultaneamente. Esse uso representa o impacto que os aplicativos, como a Uber, t�m na mobilidade urbana”, informou a companhia.

Al�m disso, a empresa destacou que uma pesquisa do Observat�rio Nacional de Seguran�a feita pelo Datafolha em 2019 mostrou que 83% da popula��o da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte que consome bebida alco�lica passou a usar apps de mobilidade em vez de dirigir. A Uber pontua que essa situa��o � uma das a��es a ser consideradas que contribu�ram para reduzir o n�mero de mortes na capital mineira, que passou de 273 em 2008 para 121 em 2017, �ltimo ano com dados fechados de tr�nsito dispon�veis na cidade.

Sobre a qualidade dos ve�culos, pontuou que para ter a capilaridade necess�ria para alcan�ar a popula��o fora das �reas centrais precisou de alternativas mais pr�ticas e acess�veis, com pre�os equivalentes ao tipo de servi�o escolhido. Em rela��o �s den�ncias de crimes praticados pelos motoristas, a Uber informou que mant�m uma central destinada exclusivamente a receber esse tipo de den�ncia. “Temos uma equipe que monitora essas informa��es e pode banir da plataforma usu�rios ou motoristas que tiverem uma m�dia baixa de avalia��es ou conduta que viole os termos de uso, como por exemplo, comportamento inapropriado ou perigoso.”

EQUIPE DE VIGIL�NCIA A 99pop informou, em nota, “que a empresa incentiva o acesso e integra��o de diferentes modais de transporte, facilitando o deslocamento das pessoas nos centros urbanos” e citou pesquisa feita pela Fipe/USP no ano passado, em S�o Paulo, na qual indicou que o servi�o n�o impactava no tempo de viagem m�dio, porque a maioria dos usu�rios (85%) j� andavam em ve�culos individuais (particular ou t�xi). Em rela��o � seguran�a dos passageiros, disse que “a empresa possui uma equipe composta por mais de 100 profissionais dedicados exclusivamente � seguran�a”, como ex-militares, engenheiros de dados e psic�logos, al�m de adotar outras iniciativas, como c�meras de seguran�a nos ve�culos.

Em nota, a Cabify informou que “sempre buscou e busca construir uma cultura de di�logo e transpar�ncia com o poder p�blico, a fim de desenvolver, junto com as autoridades e �rg�os reguladores, uma regulamenta��o equilibrada e justa para todos os envolvidos no neg�cio.” Em rela��o � seguran�a no servi�o, a empresa ressaltou que para se cadastrar, “o carro do condutor precisa estar em perfeitas condi��es e com a documenta��o em dia”. A empresa informou que “investe constantemente em tecnologias que ofere�am mais seguran�a aos seus parceiros”.



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