Est� preso preventivamente � disposi��o da Justi�a, um homem de 75 anos investigado por abusos sexuais cometidos contra seus pr�prios netos, sendo duas meninas e um menino, no Bairro S�o Salvador, Regi�o Noroeste de BH, lim�trofe com o munic�pio de Contagem. Uma das v�timas tem 11 anos e h� ind�cios de que as agress�es possam ter come�ado desde quando ela tinha 4 anos de idade, segundo a Pol�cia Civil.
A institui��o informou que as crian�as relataram que os crimes eram praticados na casa do suspeito e que em alguns casos a av� presenciou os abusos. Segundo os relatos das v�timas que foram obetidos com a presen�a de psic�logos, as crian�as n�o entendiam o que acontecia quando eram mais novas, imaginando at� que poderiam ser atos de carinho, uma vez que a av� tamb�m chegou a presenciar.
"Essa m�e ent�o procurou a pol�cia, as crian�as foram ouvidas por meio de escuta qualificada e relataram que sofriam abusos provavelmente desde os 4 anos de idade, mas n�o tem como a gente precisar essa data porque � dif�cil para a crian�a saber determinar um in�cio de quando isso aconteceu ou quantas vezes pode ter acontecido", diz a delegada Renata Ribeiro, respons�vel pela investiga��o no �mbito da Delegacia de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente (Depca).
A delegada Renata Ribeiro explicou ainda que j� havia um inqu�rito de responsabilidade da Pol�cia Civil em Contagem relatado � Justi�a sobre os abusos praticados contra as duas meninas. Por�m, a m�e das crian�as procurou h� duas semanas a delegacia especializada para informar que os abusos se estendiam tamb�m ao garoto de 11 anos.
A partir da�, um novo inqu�rito foi aberto para apurar o crime de estupro de vulner�vel contra o menino, que resultou na pris�o, hoje, do av� suspeito dos crimes. No caso do garoto, a delegada explicou que ele sofria amea�as inclusive da av�, dizendo que se ele contasse seria taxado de mentiroso. N�o foram informados os motivos do fato do av� responder pelos casos que j� foram investigados contra as meninas em liberdade.
O caso fez a delegada Renata Ribeiro chamar a aten��o dos pais para acompanharem de perto o comportamento dos filhos e estabelecerem rela��es de confian�a s�lidas, principais aliadas da Pol�cia Civil para combater crimes sexuais que acontecem muitas vezes dentro de casa.
"Eu acho que o mais importante � a rela��o de confian�a que o pai e a m�e criam com seu filho. A crian�a tem que se sentir a vontade para poder relatar para o pai qualquer coisa diferente que tenha acontecido no cotidiano dela. No caso dessas crian�as, por exemplo, elas n�o sabiam que aquela conduta era errada. Elas achavam que aquilo era uma forma de carinho. Mas uma rela��o de confian�a que voc� cria com seu filho, ele pode se sentir a vontade para relatar aquilo ali. Essa rela��o de confian�a � essencial, a gente tem que estar pr�ximo dos nossos filhos", afirma a policial.
Veja mais detalhes do caso e da investiga��o nos t�picos abaixo:
Como aconteciam os abusos
De acordo com a delegada Renata Ribeiro, os depoimentos das crian�as, por meio do acompanhamento de psic�logos, apontaram que os abusos aconteciam por meio de toques e at� sexo oral. Ainda n�o h� relatos da pr�tica de conjun��o carnal, segundo a Pol�cia Civil.
As crian�as passavam muitos per�odos com os av�s. Uma das raz�es seria o fato de os pais trabalharem fora. Apesar de n�o ter sido presa, a av� das crian�as tamb�m � investigada, pois h� relatos e ind�cios de "omiss�o relevante" perante aos crimes, segundo a delegada.
Pr�ximos passos da investiga��o
As investiga��es seguem para apurar a conduta do abusador. Uma das quest�es levantadas pela Pol�cia Civil que criam suspeitas sobre o investigado � o fato de que ele alegou que trabalhou por 40 anos como fot�grafo de crian�as a servi�o de escolas infantis. Esse fato n�o comprova nenhum outro crime at� o momento, mas para a Pol�cia Civil n�o pode ser descartado. V�rias m�dias foram apreendidas e ser�o periciadas, al�m de telefones celulares, que podem conter material para subsidiar o inqu�rito.
O crime de estupro de vulner�vel prev� pena de 8 a 15 anos de reclus�o, mas a pena pode aumentar pela metade se o autor for ascendente da v�tima.
O que diz o investigado
O homem de 75 anos admitiu os abusos praticados contra as duas netas mulheres, segundo a delegada. Ele admite, inclusive, que houve ejacula��o durante abusos. Ele chegou a dizer que sofreria influ�ncias malignas e tamb�m tentou jogar a culpa para as pr�prias crian�as, dizendo que elas agiam com provoca��o. Sobre os abusos praticados contra o neto homem, a ele nega as acusa��es.