
As abordagens �s v�timas ocorriam por telefone. Os bandidos tinham os dados dos alvos, o que facilitava a aproxima��o. Com os nomes das pessoas, eles ligavam e se identificavam como da administradora do cart�o de cr�dito. Em seguida, perguntavam se as v�timas tinham feito uma compra de valor alto. Com a negativa, afirmavam que a pessoa teria sido v�tima de um golpe. "De alguma maneira – que n�o ser� divulgada para n�o atrapalhar as investiga��es – os bandidos captam a vitima. Ela � escolhida de acordo com o poder aquisitivo, sobretudo, pessoas com cart�es black, gold ou platinum, que tem um grande poder de compra", explicou o delegado da Pol�cia Civil Jos� Oleg�rio de Oliveira.
As investiga��es apontam que, ap�s o primeiro contato, a v�tima � orientada a desligar e discar o n�mero 0800 que fica atr�s do cart�o – n�mero verdadeiro do banco. Por�m, o que a v�tima n�o sabe � que a liga��o est� grampeada pelos bandidos por meio de um aplicativo. "Ent�o, a v�tima disca o n�mero real, mas a liga��o cai na central dos bandidos. Mais uma vez, os criminosos simulam o atendimento do banco. Eles informam que o cart�o est� sendo bloqueado e a v�tima ser� transferida para o setor de cancelamento", disse o delegado.
Depois de ganhar a confian�a das v�timas, os criminosos pedem que a senha seja digitada no telefone e, em seguida, afirmam que a v�tima ter� uma aten��o especial: pediam para a pessoa escrever uma carta de pr�prio punho dizendo que n�o reconhecia a suposta compra. A carta tinha que ser colocada em um envelope junto com o cart�o de cr�dito, pedido sob o argumento de que ele seria periciado e bloqueado. Tudo deveria ser entregue a um motoboy, que passaria na resid�ncia.
Com os cart�es em m�os, os criminosos faziam v�rias compras nas m�quinas de cart�es de cr�dito, utilizando o c�digo de seguran�a dos cart�es. "No mesmo dia o cart�o come�a a ser utilizado. Eles fazem compras em atacados de R$30 a R$50 mil reais", acrescentou o delegado.
Jos� Oleg�rio acredita que Frederico Dione Pereira Bittencourt, de 27, preso preventivamente em Ribeir�o das Neves, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, � um dos "cabe�as" da quadrilha. Ele j� teria sido preso pelo menos oito vezes pela pr�tica do mesmo crime de estelionato. Investiga��es apontam que ele � suspeito de aplicar golpes desde 2016. N�o foi poss�vel contabilizar o valor total adquirido de forma il�cida.
Foi apreendido: uma impressora, umcomputador, celulares, diversos cart�es, material de falsifica��o de identidade, diversos videogames, entre outros. O �ltimo golpe dado deve chegar a R$ 30 mil. Outras quatro pessoas est�o sendo investigadas.
Oliveira alerta a popula��o para n�o cair no "golpe do cart�o": "O mais importante � atender a liga��o, desligar e ligar de outro telefone para o n�mero do cart�o. Assim, os bandidos n�o conseguem travar a linha telef�nica."