As praias favoritas dos mineiros foram tomadas por ondas gigantescas, �guas revoltas e muito vento. Nada compat�vel com o sol e o calor t�o aguardados por quem viaja rumo ao Esp�rito Santo, Cabo Frio (RJ) e Nordeste do pa�s. Para quem est� de f�rias ou partindo rumo a essas regi�es, um alento: a ressaca dos �ltimos dias come�a, a partir de hoje, a perder intensidade. Mas, em meio a paisagens destru�das pela for�a da �gua, turistas que poder�o estender a estada at� a semana que vem est�o sujeitos ainda a chuva e temperaturas mais amenas.
O per�odo cr�tico da agita��o no mar tinha previs�o de fim para ontem. O Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil explica que o fen�meno de ressaca � observado quando a altura das ondas atinge 2,5 metros ou mais na costa. Esse �ltimo evento foi causado pela passagem de uma frente fria na semana passada (na segunda e na ter�a). Depois da passagem do sistema, os ventos permaneceram intensos em alto-mar, contribuindo para a eleva��o das ondas nas praias.
A Marinha informou ainda que a ressaca � comum no inverno, devido ao maior n�mero de frentes frias que ocorrem nessa esta��o. O Centro Hidrol�gico acrescentou que faz o monitoramento das condi��es e da previs�o do tempo na �rea mar�tima e que emitir� novos avisos de mau tempo conforme a necessidade e com a maior anteced�ncia poss�vel. Para os pr�ximos dias, a previs�o � de tempo est�vel e n�o se espera a ocorr�ncia de chuva ou diminui��o das temperaturas na Regi�o Sudeste.
Mas, a partir da semana que vem, o tempo muda, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A previs�o do instituto d� conta de chuvas no Nordeste, litoral do Rio de Janeiro e do Esp�rito Santo a partir de segunda-feira. At� domingo, o sol deve predominar. Apenas no Sul da Bahia havia desde ontem expectativa de precipita��es, segundo o meteorologista Bruno Miranda. A ressaca desta semana ser� assunto da reuni�o clim�tica mensal do Inpe. Especialistas devem debater as causas e a din�mica da ocorr�ncia, bem como avaliar se o fen�meno El Ni�o teve alguma influ�ncia sobre ela.
Fen�meno � o pior em 10 anos
A ressaca que castigou as praias de Cabo Frio, um dos destinos mais procurados por mineiros na Regi�o dos Lagos fluminense, foi a pior em mais de 10 anos, segundo a prefeitura da cidade. O munic�pio recebe nas f�rias de julho entre 30% e 40% de turistas de Minas e S�o Paulo. “Eventos como a ressaca s�o c�clicos. Para se transformarem em fen�menos mais fortes, � preciso uma combina��o rara de fatores, como aconteceu este ano”, informou a administra��o municipal.
As diferen�as de altura entre as ondas dependem, basicamente, da energia transferida pelo vento, acrescentou a prefeitura. Quando uma ondula��o gerada em local distante chega � linha da costa, a tend�ncia � de ondas maiores nos primeiros momentos, que tendem a diminuir depois. � o que se observa em um dos v�deos mais compartilhados em redes sociais sobre o fen�meno registrado na Praia do Forte.
Outro aspecto que pode alterar o tamanho das ondas diz respeito � posi��o de determinada praia em rela��o � dire��o da ondula��o, informa a administra��o. Assim, em uma mesma ondula��o, praias que recebem as ondas de forma frontal, como ocorreu na Praia do Forte, tendem a ter arrebenta��o mais alta do que aquelas em que o impacto ocorre em algum tipo de �ngulo.
A Prefeitura de Cabo Frio informou que, por precau��o, interditou os postos de salva-vidas instalados nas Praias do Forte e das Dunas, que ser�o reinstalados ainda esta semana. O Forte S�o Matheus, atra��o hist�rica que batiza a praia mais famosa da cidade, tamb�m foi fechado, pois as ondas estavam encobrindo as pedras que sustentam o acesso. A previs�o de reabertura � at� o fim de semana.
“O mar continua batendo com for�a nas pedras, inviabilizando o acesso ao Forte. Mas as pessoas continuam desobedecendo, retiraram a fita de isolamento e sobem no acesso ao Forte. Esse trecho est� perigoso. As ondas s�o fortes e � melhor n�o arriscar”, disse o superintendente de Defesa Civil da cidade, Jo�o Velloso. Na Praia do Forte a for�a das ondas deslocou a base de pedras sob o deck de madeira e danificou algumas rampas de acesso � areia. Em Arma��o de B�zios, tamb�m na Regi�o dos Lagos, houve ondas fortes em Gerib� e Tucuns.
AFOGAMENTOS Em outras praias do litoral fluminense, a ressaca deixou dois desaparecidos e um rastro de destrui��o, em consequ�ncia da for�a das ondas que chegaram a atingir mais de 3 metros em algumas praias. Em Saquarema, um menino de 5 anos que estava com o pai perto do mar, na Prainha, foi arrastado pela �gua e est� desaparecido. Em Paraty, na Costa Verde, um pescador foi retirar uma rede do mar no domingo � noite e tamb�m foi levado. O pescador n�o foi localizado.
No Rio de Janeiro, a cal�ada da Praia do Pep�, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, foi destru�da pelas ondas. Em Ipanema, na Zona Sul, uma parte do cal�ad�o tamb�m foi arrasada. As praias da Ba�a de Guanabara, que t�m mar tradicionalmente calmo, porque n�o est�o em regi�o de mar aberto, tiveram ondas de at� 3 metros de altura, como na Praia do Flamengo. Os surfistas aproveitaram as ondas. O mesmo aconteceu na Praia de Icara�, em Niter�i, que ficou com ondas enormes, convidativas para a pr�tica do surf. (Com Ag�ncia Brasil)
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Fonte: Corpo de Salvamento Mar�timo de Guarapari (ES)