Nos olhos e express�es de fi�is e at� de religiosos a surpresa de ver a originalidade resgatada do altar da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem ap�s o restauro. Altar e vitrais do templo no Centro de Belo Horizonte foram revelados neste domingo (4), durante missa com a presen�a do arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo. "O que os fi�is viram, a surpresa deles, foi a minha tamb�m. Este � um lugar de adora��o perp�tua e essa origem ser resgatada � como um resgate da originalidade da nossa f� eterna", afirmou dom Walmor.
Durante seis meses, o tecido encobriu o altar-mor e todo o presbit�rio (espa�o de onde o padre conduz a celebra��o eucar�stica), enquanto os trabalhos de restauro eram feitos. E al�m da curiosidade para admirar as obras de arte sacra ainda mais belas, os fi�is puderam expressar sua gratid�o pela express�o de sua f�, numa missa celebrada pelo arcebispo. “O Santu�rio Arquidiocesano de Adora��o Perp�tua – Par�quia Nossa Senhora da Boa Viagem � p�rola no cora��o de Belo Horizonte, marco zero da capital mineira”, considera o arcebispo, lembrando que a igreja est� no local onde sempre estiveram templos e ao redor dos quais surgiram as povoa��es que antecederam a capital mineira, desde o s�culo 17.
As pr�ximas etapas da restaura��o ainda dependem de capta��o de recursos e doa��es. “Sobretudo para a parte externa, que � muito rica em detalhes e ampla”, comentou dom Walmor. No templo, a Eucaristia � adorada de forma perp�tua, aberto dia e noite, ininterruptamente. Os restauros contemplaram a composi��o do altar, as cores das paredes, os relevos decorativos, as pinturas art�sticas e vitrais. Durante a missa, as cortinas que est�o diante do presbit�rio foram abertas, revelando o trabalho de restauro do santu�rio, que ocorre por etapas.
O telhado, um dos pontos mais sens�veis e o acervo, j� est�o conclu�dos. Duas capelas laterais, que ficam no interior do templo, tamb�m foram restauradas. Nesses trabalhos, a equipe t�cnica descobriu as cores originais das paredes, barrados e relevos decorativos do Santu�rio. A imagem da Padroeira de Belo Horizonte, Nossa Senhora da Boa Viagem, do s�culo 18, tamb�m foi restaurada.
A restaura��o ocorreu num esfor�o dos religiosos sacramentinos, de fi�is e amigos do santu�rio. Os servi�os foram custeados a partir de doa��es de pessoas f�sicas e jur�dicas, por meio da Lei Federal de Incentivo � Cultura, assim como doa��es espont�neas de paroquianos e amigos do Santu�rio Arquidiocesano de Adora��o Perp�tua – Par�quia Nossa Senhora da Boa Viagem e eventos organizados pela comunidade paroquial.
Inaugurada em 1922 como monumento ao centen�rio da independ�ncia do Brasil, a Igreja Boa Viagem foi chamada de catedral provis�ria. A hist�ria da capital surgiu com a imagem que estava na capela original, em torno da qual nasceu o arraial, formou-se a vila e cresceu a capital. Uma hist�ria de 300 anos. Em 1709, o portugu�s Francisco Homem del-Rey conseguiu autoriza��o da Coroa Portuguesa, por meio de cartas de sesmarias, e se estabeleceu na regi�o onde hoje se encontra Belo Horizonte.

Segundo as pesquisas, ele trouxe uma imagem da padroeira dos navegantes portugueses, Nossa Senhora da Boa Viagem, que o acompanhou na travessia do Oceano Atl�ntico. Para homenage�-la e proteger a imagem, Francisco ergueu em suas terras uma pequena capela de pau-a-pique. Como estava na rota dos tropeiros que passavam pela regi�o transportando riquezas do interior do pa�s, a igrejinha recebeu o nome de Nossa Senhora da Boa Viagem e passou a ser conhecida tamb�m como a padroeira dos viajantes.
Com o passar dos anos e a enorme devo��o dos fi�is, a capela ficou pequena para receber tanta gente e em seu lugar foi erguida uma igreja maior. Mas, com a constru��o da capital, foi necess�rio construir um novo templo – o atual Santu�rio Arquidiocesano de Adora��o Perp�tua Nossa Senhora da Boa Viagem. Em 1932, o t�tulo de padroeira da capital mineira foi oficializado pelo papa Pio XII, a pedido do cardeal dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Mota.