
Policiais rodovi�rios envolvidos em um ciclo de suborno que durou aproximadamente 10 anos nas estradas mineiras, foram condenados pela Justi�a. Seis dos agentes presos na Opera��o Domiciano, deflagrada em 2017 pela Pol�cia Federal (PF) e a Corregedoria da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF), receberam penas que variam entre 5 e 18 anos de pris�o por corrup��o passiva. Os crimes eram praticados em cobran�as de propina a motoristas para n�o os fiscalizar ou autuar.
As investiga��es que apuraram os crimes constataram que os agentes cobravam propina de motoristas com ve�culos em condi��es irregulares para liberar a passagem por blitzes sem a aplica��o de multas ou san��es administrativas. Os crimes estavam sendo praticados h�, ao menos, 10 anos nas brs 050, 135 e 365.
De acordo com as apura��es da Corregedoria da PRF e da PF, os policiais corruptos lucravam mesmo quando o motorista se recusava a pagar propina. Quando o ve�culo infrator era parado, acabava sendo direcionado a p�tios de recolhimento privilegiados pelos agentes em troca de “comiss�o”. Outro crime cometido era o recebimento de propina de empres�rios da regi�o para liberar ve�culos que trafegavam com carga acima do limite permitido nas rodovias ou com outras irregularidades.
Em junho de 2017, uma for�a-tarefa, que contou com a participa��o de 140 agentes da corpora��o, 60 policiais federais e sete auditores da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), cumpriu 33 mandados de busca e apreens�o. A a��o terminou com a pris�o de15 agentes da PRF e de quatro empres�rios. Os mandados foram cumpridos em Araguari, Can�polis, Centralina, Itumbiara, Monte Alegre e Uberl�ndia, al�m de Delfin�polis, no Sul de Minas.

Justi�a
O Minist�rio P�blico Federal (MPF) ofereceu 17 den�ncias, contra 15 policiais e outras cinco pessoas. Entre os crimes estavam inser��o de dados falsos em sistema de informa��es, concuss�o, corrup��o passiva, corrup��o ativa, prevarica��o e viola��o de sigilo funcional. Algumas den�ncias foram desmembradas durante o processo, o que resultou em 33 a��es penais.
Em 26 de julho, cinco a��es tiveram as senten�as proferidas pela Justi�a. Os crimes praticados pelos seis r�us aconteceram entre abril e maio de 2017. Todos foram flagrados por meio de escuta e tamb�m por v�deo instalados sigilosamente nas viaturas. Os aparelhos registraram ocorr�ncias em que os policiais cobraram e receberam propina de motoristas que trafegavam pelas BRs 050, 365 e 153.
De acordo com o MPF, em uma das situa��es, os policiais, ao abordarem um motorista, chegaram a solicitar que o caminhoneiro acompanhasse a viatura at� outra parte da estrada, para que a "conversa" ocorresse em local n�o alcan�ado por c�meras instaladas no trecho anterior da rodovia. Em outro caso, o policial, ao receber a proposta de R$ 200 do motorista, responde que a quantia era pouca, porque ele j� ganhava "s� de comiss�o do guincho" o valor de R$ 240. O motorista acabou pagando R$ 300 reais.
A escuta ainda flagrou o motorista lamentando ter pago, antes, propina em trecho anterior da BR-365. Em resposta, segundo o MPF, o policial d� a entender que ele pode estar sujeito ao mesmo tipo de cobran�a em outro local � frente de onde se encontravam.
Os acusados foram condenados a penas entre 5 e 18 anos de pris�o. S�lvio C�sar Vasconcelos Br�gido, cujas penas, somadas, j� alcan�am 18 anos de pris�o, foi condenado por corrup��o em tr�s delas. Jos� Roque da Silva Filho recebeu pena de 5 anos e 4 meses de pris�o; Abadio Jos� Vital, pena de 6 anos e 2 meses; Cristiano Ribeiro Ferreira, 7 anos e 4 meses de pris�o; Marco Ant�nio Domingues e Jean Carlos de Morais, pena de 5 anos e 4 meses de pris�o cada um.