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Estado de Minas

Desvios de recursos deixam rastros em estradas de Minas

Notas obtidas em estudo da CNT apontam os impactos na qualidade das rodovias provocados por fraudes envolvendo empresas de engenharia e o Dnit. Dois trechos em �rea investigada pela Pol�cia Federal na regi�o de Oliveira, no Centro-Oeste do estado, s�o considerados apenas regulares e um como bom


postado em 07/08/2019 06:00 / atualizado em 07/08/2019 14:27

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Enquanto a Pol�cia Federal, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da Uni�o (CGU) revelam esquema de desvios milion�rios em contratos de empresas de engenharia com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) na regi�o de Oliveira, no Centro-Oeste de Minas, o retrato das BRs que passam por essa regi�o e s�o responsabilidade do �rg�o federal traz problemas. Dados da �ltima pesquisa de rodovias da Confedera��o Nacional de Transportes (CNT) mostram que quando consideradas condi��es como pavimento, sinaliza��o e geometria das tr�s rodovias da regi�o de Oliveira que o Dnit administra, em duas delas a condi��o geral � regular, em uma escala de cinco n�veis na seguinte ordem: �timo, bom, regular, ruim e p�ssimo.

S�o as BRs 354, que vai desde Patos de Minas at� Perd�es, e 265, cujo eixo principal conecta as cidades de Lavras e Barbacena. Somente a BR-494, que vai de Nova Serrana at� S�o Jo�o del-Rei passando por Oliveira, tem o cen�rio geral avaliado como bom, mas, mesmo assim, tem um segmento considerado regular. Al�m disso, em pesquisa divulgada ontem tamb�m pela CNT, a entidade mostrou que a alta de pre�os do asfalto contribui diretamente para a diminui��o das obras em rodovias e que a fiscaliza��o inadequada da qualidade do produto leva nossas estradas a ter um pavimento de menor durabilidade.

Sobre as condi��es das rodovias, a avalia��o da CNT diz respeito ao ano de 2018, e traz, s� em Minas Gerais, um retrato de mais de 15 mil quil�metros entre rodovias estaduais, federais e concedidas � iniciativa privada. Desse total, 998 foram avaliados no ano passado somente nas BRs 265 (cujo eixo principal vai de Barbacena a Lavras), 354 (de Patos de Minas a Perd�es), e 494 (de Nova Serrana a S�o Jo�o Del-Rei). S�o trechos que totalizam 507 quil�metros dessas tr�s rodovias que o Dnit administra em sua unidade de Oliveira, segundo o �rg�o federal. A Pol�cia Federal n�o informa quais s�o os trechos com contratos investigados para n�o atrapalhar a continuidade das apura��es. Mas foi nessa regi�o que, conforme a PF, empreiteiras se uniram para disputar contratos de manuten��o com pre�os combinados, direcionando os ganhadores e superfaturando contratos que somaram R$ 457 milh�es em quatro anos.

Segundo a delegada Marcia Paulino Versieux, as fraudes funcionavam de duas formas: em uma vertente, empresas combinavam valores a serem apresentados nos editais para direcionar os resultados. Em outra linha de atua��o, fiscais do Dnit recebiam dinheiro para fazer vista grossa durante as fiscaliza��es de obras e permitir servi�os de baixa qualidade. “Al�m da manipula��o dos certames, no final do processo de execu��o das obras tamb�m havia fraudes. Porque existiu uma combina��o com os fiscais das obras. Houve falhas nas medi��es e servi�os n�o realizados”, explica Marcia Paulino.

A consequ�ncia imediata desses crimes se v� nas condi��es das rodovias. A BR-265, por exemplo, que tem seu principal trecho entre Barbacena, na Zona da Mata, at� Lavras, no Sul de Minas, teve 425 quil�metros avaliados na pesquisa da CNT, dos quais 254,2 na jurisdi��o do Dnit em Oliveira. Essa rodovia tamb�m liga cidades do Sul de Minas, como Lavras e Boa Esperan�a, e na Zona da Mata, entre Barbacena e Ub�. O pavimento bom, a sinaliza��o boa e a geometria ruim levaram a estrada a um resultado geral considerado regular.

Outra rodovia avaliada pela CNT que tem trecho passando pela regi�o de Oliveira � a BR-354, que vai de Perd�es, no Centro-Oeste, at� Patos de Minas, no Alto Parana�ba. A CNT percorreu 452 quil�metros dessa estrada, sendo 94,8 na regi�o de Oliveira, entendendo o pavimento como regular, a sinaliza��o como boa e a geometria como p�ssima, com resultado geral regular. Por fim, a BR-494, entre Nova Serrana, no Centro-Oeste, e S�o Jo�o del-Rei, teve 121 quil�metros avaliados na Pesquisa CNT Rodovias de 2018. Nesse caso, a pesquisa avaliou extens�o menor do que o total administrado pelo Dnit por sua unidade de Oliveira, que chega a 158,7 quil�metros. Pavimento e sinaliza��o foram considerados bons e geometria regular, dando um resultado geral como n�vel bom.

Segundo a Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), os programas de governo afetados com o esquema de corrup��o revelado pela opera��o batizada de Rota BR-090 s�o o Plano Anual de Trabalho e Or�amento (Pato) e o Programa Crema, de restaura��o e manuten��o rodovi�rias. O primeiro inclui servi�os de ro�ada, limpeza e manuten��o dos dispositivos de drenagem e tapa-buraco, entre outros. Ele � considerado conserva��o rotineira, com o objetivo de consertar defeitos e restabelecer o funcionamento correto da rodovia. J� o Crema fornece servi�os de manuten��o estruturada, sendo classificado como conserva��o preventiva peri�dica. Nesse programa ocorrem atividades para evitar o surgimento ou o agravamento de defeitos, como fresagem e reciclagem das camadas deterioradas do pavimento, recapeamento da capa asf�ltica, entre outros.

Em nota, o Dnit informou que est� � disposi��o das autoridades para continuar colaborando com as investiga��es e com os esclarecimentos que forem necess�rios. A autarquia informou que os desvios apontados pela PF tamb�m ser�o investigados por procedimentos internos. “O Dnit reafirma estar em permanente contato com os �rg�os de controle e que pauta sua atua��o dentro da legalidade e lisura, respeitando todos os princ�pios �ticos da administra��o p�blica”, informa o �rg�o federal.
 

Press�o do asfalto


A Confedera��o Nacional do Transporte (CNT) publicou ontem estudo que mostra que o setor de transporte e a sociedade em geral s�o prejudicados pelo aumento do pre�o do asfalto, pela necessidade de moderniza��o do produto e pela falta de fiscaliza��o da qualidade adequada. De acordo com a pesquisa da CNT, esse aumento de pre�o gera obras de constru��o e manuten��o de vias mais caras, e, consequentemente, reduz esses servi�os, uma vez que o or�amento dos governos � restrito. A condi��o das rodovias ent�o piora e quem sente na pele essa situa��o s�o os motoristas que transportam cargas e pessoas. 


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