Risco de sarampo � novo pesadelo para a sa�de em BH: veja como se proteger
Ap�s dengue e doen�as respirat�rias, capital entra em alerta contra v�rus altamente contagioso. Com chegada de paciente de SP, que enfrenta surto, cidade deflagra protocolo de emerg�ncia
postado em 22/08/2019 06:00 / atualizado em 22/08/2019 20:49
UPA Centro-Sul, que recebeu homem proveniente do estado vizinho com suspeita da doen�a, teve de ser isolada para imuniza��o das pessoas presentes e desinfec��o do ambiente (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Depois de enfrentar mais de 100 mil casos de dengue e registrar cerca de 1.300 notifica��es de S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave associada a doen�as respirat�rias, a sa�de publica em Belo Horizonte enfrenta agora o terceiro pesadelo do ano: a amea�a do sarampo. A cidade entrou em alerta ontem, depois que um morador do interior de S�o Paulo, de 30 anos, com suspeita de cont�gio e de passagem pela capital, deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro-Sul, no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Hospitalar. O atendimento ao p�blico chegou a ser interrompido e a unidade ficou isolada por quase cinco horas, para p�r em pr�tica o protocolo de imuniza��o de todos os que l� estavam e de desinfec��o do local. A Secretaria Municipal de Sa�de rastreia os passos do paciente paulista na tentativa de localizar pessoas que estiveram nos mesmos lugares por onde ele passou, para garantir a todas a preven��o. A partir de hoje, crian�as entre 6 e 11 meses de idade tamb�m dever�o ser vacinadas contra a virose em todo o pa�s.
De acordo com a secretaria, o paciente saiu do interior de S�o Paulo em dire��o � capital paulista, de onde embarcou para BH, na segunda-feira de manh�. Em Minas, participou de reuni�o de trabalho e estava hospedado em um hotel. A pasta comunicou a situa��o ainda ao estado, a fim de acionar a companhia a�rea para que fa�a contato imediato com os passageiros do voo, bem como com o estado de S�o Paulo, para provid�ncias de bloqueio no per�odo em que o rapaz estava l�.
Ontem, agentes da Sa�de municipal atuaram no hotel em que o homem se hospedou. “As pessoas t�m um pouco de resist�ncia. O hotel fica melindrado pelo fato de ter tido paciente com suspeita de sarampo, mas � preciso falar com os h�spedes que estavam l� e verificar a situa��o dos funcion�rios, para as pessoas se protegerem e protegerem suas fam�lias”, avisa a diretora de Promo��o � Sa�de e Vigil�ncia Epidemiol�gica da Secretaria Municipal de Sa�de, L�cia Paix�o.
O bloqueio vacinal foi feito tamb�m na UPA, assim que o homem deu entrada. A unidade de sa�de foi fechada por volta das 10h e s� reabriu �s 14h50, depois do cumprimento de uma s�rie de procedimentos. Pacientes, acompanhantes e funcion�rios foram vacinados e superf�cies foram desinfectadas – provid�ncia necess�ria diante da alta transmissibilidade da doen�a. A cuidadora Elaine do Santos, de 44, acompanhava a m�e, que estava internada na unidade. Ela contou que n�o houve p�nico nem tumulto. “Fecharam tudo, imunizaram as pessoas e nos deram m�scaras. Os funcion�rios deixaram todo mundo muito tranquilo”, relatou.
O paciente com suspeita da doen�a foi transferido � tarde para o Hospital Eduardo de Menezes, da Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), no Barreiro, onde est� isolado. De acordo com a Fhemig, o estado de sa�de dele � est�vel. “O protocolo de bloqueio do local de atendimento do paciente com suspeita de sarampo � do Minist�rio da Sa�de. O objetivo � impedir a circula��o de pessoas enquanto se tomam essas medidas, porque a doen�a � extremamente contagiosa. A transmiss�o ocorre por via a�rea e o v�rus fica no ambiente por duas horas”, explica L�cia.
(foto: Arte EM)
Nesses casos, segundo ela, � fundamental a��es imediatas para evitar a transmiss�o e n�o deixar que BH chegue a enfrentar o drama de S�o Paulo, onde mais de 1,6 mil casos j� foram confirmados. “Um grande n�mero de casos traz impacto para a assist�ncia e h� risco de �bito em crian�as, principalmente as pequenas”, diz. A partir de hoje, ser� aplicada a chamada dose zero nos beb�s. Pelo calend�rio de imuniza��o, a vacina contra o sarampo � aplicada aos 12 e aos 15 meses de idade. “Como a situa��o epidemiol�gica estava tranquila, desde 2012 se vacinavam as crian�as com 1 ano. Agora, voltaremos a imuniz�-las mais cedo.”
Crian�as
Em BH, a expectativa � proteger as 29 mil crian�as que nascem por ano, moradoras da capital. O Minist�rio da Sa�de anunciou o envio de 1,6 milh�o de doses a mais para os estados. Na capital, a secretaria garante que h� estoque. As doses est�o dispon�veis nos 152 centros de sa�de, que funcionam de segunda a sexta-feira. Em Minas, o p�blico-alvo � de cerca de 130 mil crian�as, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de. As autoridades de sa�de alertam que a dose zero n�o substitui as restantes, devendo as crian�as serem vacinadas normalmente aos 12 e aos 15 meses.
A pediatra Andr�a Chaimowicz, da Unimed-BH, diz que a decis�o de vacinar os beb�s mais novos � acertada. “� um p�blico mais sens�vel, e para quem a doen�a � mais grave. O sarampo n�o tem tratamento e pode ser mais grave em menores de 3 anos. A doen�a, que � viral, pode ter complica��o bacteriana causando pneumonia, encefalites e otite”, afirma. A m�dica lembra que, de maneira geral, houve relaxamento em rela��o � vacina. Assim, casos que vieram dos Estados Unidos, Europa e Venezuela encontraram terreno f�rtil no pa�s, cuja cobertura vacinal est� aqu�m do desejado. “A vacina � muito importante e n�o apenas a de sarampo, mas de todo o calend�rio de imuniza��o”, alerta a m�dica.
O v�rus na capital
Em Belo Horizonte, os �ltimos casos de sarampo aut�ctones (transmitidos no pr�prio territ�rio) foram registrados em 1997. Por�m, a capital j� tem neste ano a confirma��o de pelo menos um cont�gio pelo v�rus, de uma crian�a de 1 ano, que pode ter se contaminado em outra cidade do estado. Minas j� confirmou quatro casos de sarampo em 2019, incluindo o de BH. Mas h� o risco de a doen�a ter infectado mais pessoas. A Secretaria de Estado de Sa�de (SES/MG) j� notificou 190 casos suspeitos em 73 munic�pios mineiros. Do total, 51 ainda est�o sendo investigados.
