(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas TURISMO RELIGIOSO

Sebrae lan�a rota em homenagem a Nh� Chica, primeira beata negra do Brasil

Trecho de 220 quil�metros da Estrada Real, o Caminho das Virtudes vai de Tiradentes a S�o Louren�o e est� dividido em 11 partes, indicando a vida de santidade da mineira, que morou por sete d�cadas em Baependi


23/08/2019 06:00 - atualizado 23/08/2019 07:51

Escultura de Nhá Chica: obra enfeita as escadarias da Igreja Nossa Senhora da Conceição(foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 5/5/13 )
Escultura de Nh� Chica: obra enfeita as escadarias da Igreja Nossa Senhora da Concei��o (foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press %u2013 5/5/13 )

A p�, a cavalo, de bicicleta, moto ou carro – o meio n�o importa tanto, mas sim f� e disposi��o para percorrer a rota de peregrina��o em homenagem a Francisca de Paula de Jesus, a mineira Beata Nh� Chica (1810-1895). O trecho de 220 quil�metros da Estrada Real, entre Tiradentes, na Regi�o do Campo das Vertentes, e Baependi e S�o Louren�o, na Regi�o Sul do estado, onde viveu a primeira negra do pa�s a ser beatificada, se torna atrativo tur�stico com o nome de Rota Nh� Chica – Caminho das Virtudes, projeto do Sebrae Minas lan�ado ontem, na Fazenda Topada, em Baependi.


Segundo a gerente da Unidade de Ind�stria, Com�rcio e Servi�os do Sebrae Minas, Marcia Machado, o objetivo � dinamizar, por meio do turismo, uma s�rie de atividades na regi�o e proporcionar o desenvolvimento local: “Queremos fortalecer o empreendedorismo e gerar desenvolvimento e renda, por meio da hotelaria, gastronomia e outras iniciativas”. Est�o envolvidos nove munic�pios: Tiradentes, Santa Cruz de Minas, S�o Jo�o del-Rei, Carrancas, Cruz�lia, Baependi, Caxambu e Soledade de Minas e S�o Louren�o. Uma cavalgada j� “sacramentou” o caminho, tendo � frente Carlos Oscar Niemeyer Magalh�es, dos Cavaleiros da Cultura e neto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).

Cavalgada 'sacramentou' o roteiro, que envolve nove municípios mineiros
Cavalgada 'sacramentou' o roteiro, que envolve nove munic�pios mineiros
  

Com potencializa��o e valoriza��o desse “recorte” da Estrada Real, o c�lebre caminho por onde se escoavam, desde o s�culo 18, ouro e diamantes de Minas para os portos do Rio de Janeiro e Paraty (RJ), o Sebrae Minas p�e � disposi��o dos gestores municipais um trabalho iniciado h� dois anos, com a��es de governan�a, pesquisas e levantamentos dos atrativos tur�sticos e hist�rico-culturais, al�m de roteiriza��o e capacita��o dos meios de hospedagem e alimenta��o. Esse ser� o segundo caminho entre Campo das Vertentes e Sul de Minas, j� que existe outra, de empreendedor particular, passando por Inconfidentes.

Virtudes


A Rota Nh� Chica – Caminho das Virtudes est� dividida em 11 partes, indicando a vida de santidade da mineira que morou por sete d�cadas em Baependi. S�o eles os caminhos da Castidade (de Tiradentes, passando por Santa Cruz de Minas, S�o Jo�o del-Rei, com 11 quil�metros), Prud�ncia (de S�o Jo�o del-Rei a Santo Ant�nio do Rio das Mortes Pequeno, 11  quil�metros), F� (de Santo Ant�nio do Rio das Mortes Pequeno a S�o Sebasti�o da Vit�ria, 16 quil�metros), Humildade (de S�o Sebasti�o da Vit�ria a Caquende, 22 quil�metros), e Fortaleza (de Caquende, passando por Capela do Saco, a Carrancas, 30 quil�metros).

Fazem parte ainda os caminhos da Justi�a (de Carrancas a Esta��o de Carrancas, 15 quil�metros), Pobreza (da Esta��o de Carrancas � Fazenda Traituba, 20 quil�metros), Obedi�ncia (da Fazenda Traituba a Cruz�lia, 37 quil�metros), Caridade (de Cruz�lia a Baependi, 19 quil�metros), Esperan�a (de Baependi, passando por Caxambu, a Soledade de Minas, 30 quil�metros) e Temperan�a (de Soledade de Minas a S�o Louren�o, 15 quil�metros). Ficar� a cargo dos prefeitos montar a infraestrutura, incluindo marcos referentes a cada trecho.

Em nota, o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha, observa que o caminho deve ser uma experi�ncia de reflex�o para turistas e devotos, com infraestrutura adequada para estimular o aumento do fluxo de visitantes na regi�o, e, consequentemente, a amplia��o das oportunidades para desenvolvimento dos pequenos neg�cios locais e a gera��o de emprego e renda para a popula��o.

Al�m de ser um passeio de f� e reflex�o, passando por diversas capelas, igrejas e santu�rios, acrescenta Afonso, a rota desperta a aten��o pelos atrativos gastron�micos, naturais, de aventura e hist�rico-culturais. “A ideia � que hot�is, pousadas, bares e restaurantes localizados ao longo do percurso ofere�am produtos e servi�os de qualidade e estejam preparados para ser pontos de acolhimento, com conforto e seguran�a aos peregrinos e turistas.”

Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Baependi, conhecida como santuário da beata. Cidade está em um dos 11 trechos do roteiro turístico
Igreja Nossa Senhora da Concei��o, em Baependi, conhecida como santu�rio da beata. Cidade est� em um dos 11 trechos do roteiro tur�stico
  

De acordo com o Sebrae Minas, a caminhada dura em m�dia nove dias, em um ritmo aproximado de 20km/dia, e pode ser feita em qualquer dos sentidos (Tiradentes a S�o Louren�o e vice-versa). At� o final do ano, a rota ser� sinalizada com placas e avisos sobre o significado das virtudes atribu�das � beata mineira. Haver� ainda um site com todas as informa��es sobre o percurso e ainda um guia impresso que vai orientar turistas e peregrinos sobre as condi��es da caminhada em cada trecho, dist�ncia, tempo necess�rio, inclina��o do terreno, equipamentos de seguran�a, servi�os dispon�veis nos munic�pios e estabelecimentos para alimenta��o e hospedagem.

Humildade


A hist�ria da Beata Nh� Chica mistura f�, humildade e amor ao pr�ximo. Francisca de Paula de Jesus era menina quando chegou a Baependi na companhia da m�e Isabel, uma ex- escrava, e do irm�o Teot�nio. Com eles, poucos pertences e a imagem de Nossa Senhora da Concei��o. N�o demorou muito e Francisca, ent�o com 10 anos, ficou �rf�, contando apenas com o irm�o, de 12. Antes de partir, a m�e deixara os filhos aos cuidados e sob prote��o de Nossa Senhora, a quem a menina chamava de “minha sinh�” e n�o fazia nada sem consult�-la.

Nh� Chica cuidou da heran�a espiritual que recebera da m�e.  Rejeitou todas as propostas de matrim�nio que lhe apareceram, dedicando-se de corpo e alma a Deus. O seu objetivo era atender, sem discrimina��o, a quem a procurava, dando-se bem com os pobres, ricos e mais necessitados. Nos l�bios, tinha sempre uma palavra de conforto. Desde muito jovem, era procurada para dar conselhos, fazer ora��es e dar sugest�es para pessoas que lidavam com neg�cios. Contam que muitas pessoas n�o tomavam decis�es antes de consult�-la e, para quem a considerava santa, respondia com tranquilidade: “� porque rezo com f�”.

A fama de santidade se espalhou de tal modo que pessoas de muito longe come�aram a visitar Baependi para conhec�-la, conversar com ela, falar de suas dores e necessidades e, sobretudo, pedir ora��es. A todos, atendia com a mesma paci�ncia e dedica��o, mas nas sextas-feiras n�o atendia a ningu�m. Era o dia em que lavava as pr�prias roupas e se dedicava mais � ora��o e � penit�ncia, alegando que sexta-feira � quando se recorda “a Paix�o e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a salva��o de todos”. �s 15h, intensificava as ora��es e mantinha uma particular venera��o � Virgem da Concei��o, com a qual tratava familiarmente como a uma amiga.

Ao lado de sua casa, construiu a capelinha onde venerava uma pequena imagem de Nossa Senhora da Concei��o, que pertencera � m�e. Nh� Chica morreu em 14 de junho de 1895, com 87 anos, mas foi sepultada somente no dia 18, no interior da capela por ela constru�da. As pessoas que ali estiveram sentiram exalar de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante os quatro dias do vel�rio.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)