
Kalil disse que o assunto deve ser conversado e est� aberto ao di�logo, mas frisou que se os empres�rios n�o cumprirem a lei eles podem contar que n�o haver� aumento. "Eu j� disse, se n�o tiver trocador n�o tem aumento. Se tiver a gente cumpre o contrato. Existe um contrato, o prefeito n�o d� aumento para ningu�m. Isso n�o � prerrogativa do prefeito. � um contrato que foi feito h� anos e anos atr�s. Se descumpre o contrato de um lado, o prefeito se julga no direito de descumprir o contrato do outro", disse Kalil durante visita ao campo do cigano, no Bairro Lagoa, na Regi�o de Venda Nova, que foi revitalizado ao custo de R$ 410 mil.
"N�s temos que chegar em um termo. O servi�o de transporte tem melhorado, os �nibus tem melhorado como eu prometi. N�o se emplaca mais �nibus em Belo Horizonte sem ar condicionado e sem suspens�o a ar, ent�o n�s vamos conversar. Vamos conversar na hora que eles quiserem conversar. Se eles n�o quiserem conversar tamb�m eles ficam sem trocador e ficam sem aumento", completou o prefeito.
A fala do mandat�rio do executivo municipal vem em um contexto de sinaliza��o que as empresas n�o devem retornar com os cobradores para os hor�rios entre 6h e 20h30, momento em que t�m sido frequentes os flagrantes da aus�ncia do chamado agente de bordo. Essa situa��o j� gerou 5.098 multas aplicadas pela BHTrans entre janeiro e junho deste ano, mas as autua��es est�o indo para a d�vida ativa da capital por falta de pagamento.
Ontem, durante lan�amento de um aplicativo gerenciado pelo cons�rcio das empresas de �nibus, Joel Paschoalin comparou a figura dos cobradores com o cargo de ascensorista, que tem sido cada vez mais raro, e disse que � necess�rio investir em tecnologia para evoluir o sistema e avan�ar, retirando o dinheiro de dentro dos coletivos.
Paschoalin tamb�m disse que o sindicato das empresas discorda das autua��es aplicadas pela BHTrans por entender que existem mais linhas al�m das 25 troncais do Move que tamb�m s�o consideradas do sistema e por isso poderiam rodar em qualquer hor�rio sem cobradores, al�m de questionar o hor�rio da obrigatoriedade dos agentes de bordo. Para as empresas, a libera��o deveria ocorrer a partir das 18h e n�o das 20h30, por entenderem que nesse per�odo ocorre o maior percentual de uso do cart�o BHBUS nas viagens.
Outra quest�o levantada pelo presidente do Setra � a necessidade de criar mais faixas exclusivas para �nibus na cidade, principalmente na Avenida Amazonas, onde a velocidade m�dia dos coletivos no hor�rio de pico � muito baixa. Segundo Joel Paschoalin, esse � o principal problema que impacta na efici�ncia do sistema e gera reclama��es dos usu�rios. Kalil respondeu dizendo que a prefeitura est� estudando o assunto.

CAMPO REVITALIZADO
Kalil esteve neste s�bado conferindo de perto toda a reforma que foi feita no campo do cigano, no Bairro Lagoa, e tamb�m em seu entorno, acompanhado da presidente da C�mara Municipal de BH, vereadora Nely Aquino, e de gestores da prefeitura. "Isso aqui era um lix�o e hoje est� aqui essa coisa bonita. N�o � a melhor do mundo, mas est� muito arrumado e d� gosto de ver", afirmou o prefeito.
O campo foi revitalizado e ganhou alambrado em todo seu per�metro. O entorno tamb�m foi todo refeito, inclusive com a constru��o de uma ponte ligando os dois lados do c�rrego que corta o bairro e dificultava o acesso de crian�as � escola da regi�o.
Segundo Henrique Castilho, que chefia a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), esse tipo de a��o est� acontecendo tamb�m em outros pontos da cidade. "A gente entende que � uma �rea de lazer que a popula��o precisa disso para poder se divertir, n�o s� as pessoas que est�o jogando, mas as pessoas que est�o assistindo. O local estava completamente estragado, abandonado. Revitalizamos a �rea toda e agora fizemos tamb�m a revitaliza��o da pra�a, mais o asfalto da parte da frente e a rua de tr�s", afirma Castilho.

Para a vereadora Nely Aquino, que visitou o campo junto com o prefeito, a popula��o local luta h� mais de 15 anos para conseguir um espa�o melhor e por isso a revitaliza��o � muito importante. "Espa�o de lazer na periferia s�o raros. � de extrema import�ncia para os jovens e para os adultos terem esse espa�o. � uma coisa simples, mas que resolve os problemas de moradores do entorno e da regi�o", diz a presidente da C�mara MUnicipal de BH.
Morador do Bairro Lagoa, Paulo Ricardo Pereira de Oliveira, que � pintor e tem 29 anos, diz que cresceu na regi�o vendo o campo sem nenhuma infraestrutura e agora os filhos de quem viveu a mesma situa��o dele v�o poder ocupar o espa�o p�blico. "Essa �rea � a nossa �rea de lazer, porque como nossas casas s�o pequenas, que n�o t�m espa�o, nossa �re de lazer � o campo e a pracinha que fizeram agora", diz ele.