
Um �cone de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, voltar� � cena urbana para difundir cultura, fortalecer a hist�ria e preservar a mem�ria do filho ilustre. Est� marcada para o pr�ximo dia 12 a reabertura da Casa de Juscelino, depois de fechada por mais de seis meses devido � falta de recursos e repasse de verbas. Valendo-se de uma emenda parlamentar federal, o diretor-presidente da institui��o, Serafim Jardim, conduz obras no casar�o localizado na Rua S�o Francisco, 241, no Centro Hist�rico da cidade reconhecida como Patrim�nio da Humanidade, t�tulo concedido h� 20 anos pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco).
Jardim explicou que vai abrir o museu "com a cara e a coragem". E explicou que as interven��es contemplam telhado, parte el�trica, pintura geral e manuten��o de jardins, estando prevista a constru��o de uma rampa de acesso para portadores de necessidades especiais. A reabertura vai coincidir com a tradicional Semana JK, que reverencia a mem�ria de Juscelino Kubitschek (1902-1976), presidente do Brasil (1956-1961), governador do estado (1951-1955) e prefeito de Belo Horizonte (1940-1945).
Determinado a manter de portas abertas o casar�o no qual viveu JK quando crian�a e adolescente, o diretor-presidente informa que, no in�cio vai levar adiante seu objetivo enquanto n�o vem o patroc�nio da Cemig, via Lei Rouanet. Conforme reportagem de 25 de abril do Estado de Minas, o sinal verde para a garantia de recursos foi dado durante audi�ncia p�blica da Comiss�o de Cultura na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, quando autoridades estaduais ressaltaram que a Cemig abra�ou o projeto por estar de acordo com sua pol�tica p�blica e tamb�m porque Juscelino Kubitschek foi seu fundador.
A superintendente do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) em Minas, C�lia Corsino, informou que a emenda parlamentar foi obtida por meio da autarquia federal. "Nosso escrit�rio t�cnico em Diamantina tem dado suporte �s interven��es executadas no im�vel, acompanhando as a��es propostas pelo diretor-presidente."

"Meu quarto era acanhado"
Serafim explica que JK, nascido na Rua Direita, 46, morou na casa que hoje leva seu nome dos 3 aos 19 anos. Para o diretor-presidente, preservar a casa � mais do que uma miss�o, pois, 13 dias antes de morrer, JK lhe pediu que comprasse o im�vel, ent�o em poder de uma fam�lia, e zelasse por ele. O visitante pode ver o pequeno quarto onde JK dormia na inf�ncia e uma foto de quando ele, j� adulto, a revisitou e sentou na cama. Na parede, foi instalado um quadro com uma frase pin�ada de seus escritos: "Meu quarto era acanhado. N�o comportava mais que a cama, uma min�scula mesa, feita em caixote, com a respectiva cadeira arranjada n�o sei onde. E a�, de fato, �s seis horas da manh�, eu come�ava a estudar".
Imposs�vel n�o destacar a import�ncia do monumento. Um giro pela casa permite descobertas. No anexo, nos fundos, constru�do em 1994, est� o primeiro consult�rio de JK, formado na Faculdade de Medicina da UFMG em 1927, na capital. Num canto, um aparelho de anestesia, de 1930, doado por um particular de S�o Paulo (SP); no outro, o equipamento para eletrocardiograma, do mesmo ano; e, pendurado, um jaleco branco. Na sala ao lado, estudantes e pesquisadores t�m espa�o para estudar em obras doadas pela ex-primeira-dama.
Perto dali, h� um arm�rio, sem um prego, s� com encaixes, doado pela ex-primeira dama Sarah Kubitschek (1909-1996) e feito pelo bisav� de JK, o marceneiro Jan Nepomusky Kubitschek, conhecido como Jo�o Alem�o e natural da regi�o da Bo�mia, na Rep�blica Tcheca. Em outras partes da resid�ncia, h�, nas paredes, desenhos, a l�pis, do arquiteto modernista e urbanista L�cio Costa (1902-1998), datados de 1924, e outros com esbo�os de Bras�lia. Chamam aten��o o belo retrato da m�e, a professora J�lia Kubitschek (1873-1971) e a cozinha com o fog�o a lenha e utens�lios dom�sticos. "As pessoas entram no quarto de Juscelino e ficam muito tempo sentadas na cama. Alguns ficam comovidos", conta Jardim. No casar�o, trabalham cinco funcion�rios, e o pagamento em dia eleva as preocupa��es de Serafim, "e muitas vezes n�o tive como pag�-los, sendo obrigado a fazer vales"."As pessoas entram no quarto de Juscelino e ficam muito tempo sentadas na cama. Alguns ficam comovidos"
Serafim Jardim, diretor-presidente da institui��o
Imposs�vel n�o destacar a import�ncia do monumento. Um giro pela casa permite descobertas. No anexo, nos fundos, constru�do em 1994, est� o primeiro consult�rio de JK, formado na Faculdade de Medicina da UFMG em 1927, na capital. Num canto, um aparelho de anestesia, de 1930, doado por um particular de S�o Paulo (SP); no outro, o equipamento para eletrocardiograma, do mesmo ano; e, pendurado, um jaleco branco. Na sala ao lado, estudantes e pesquisadores t�m espa�o para estudar em obras doadas pela ex-primeira-dama.
Na biblioteca, pode ser visto ainda um retrato de JK, a �leo, pintado por Di Cavalcanti (1897-1976), que apresenta uma curiosidade. "A obra foi feita em 1952, quando Juscelino ainda era governador de Minas. Mas, ele j� traz, no peito, a faixa de presidente da Rep�blica, o que soa como premoni��o", diz Jardim. O quadro foi doado � institui��o, em 2001, peles irm�os Walduck Wanderley e Saulo Wanderley e por Sinval de Moraes.