
O diretor-presidente da Casa de Juscelino, Serafim Jardim, informou, ontem, que estuda propostas da iniciativa privada para formar parceria e reabrir o museu, no Centro de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, onde est� parte da hist�ria de Juscelino Kubitschek (1902-1976), ex- presidente do Brasil (1956-1961), ex-governador do estado (1951-1955) e ex-prefeito de Belo Horizonte (1940-1945). “Recebi telefonemas de diretores de empresas de Minas e de S�o Paulo, pessoas preocupadas com a situa��o e interessadas em cooperar com contribui��o mensal para a Casa funcionar”, disse Serafim, que, conforme antecipara ao Estado de Minas, na edi��o de quinta-feira, fechou o im�vel � visita��o p�blica e, na manh� de ontem, p�s um cartaz na porta anunciando a decis�o.
O motivo do fechamento da casa, inaugurada em 1985, � financeiro. De acordo com o relato ao EM, a Casa de Juscelino teve o nome bloqueado no Sistema Integrado de Administra��o Financeira de Minas Gerais (Siafi) pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC), “o que impede a entidade de receber verbas de conv�nios”. Declarando-se sem alternativas para continuar com as portas do im�vel abertas, Jardim ajuizou, no m�s passado, a��o na Vara da Fazenda P�blica Estadual da comarca de Belo Horizonte para que fosse determinado o desbloqueio da Casa de Juscelino, constru��o de mais de 150 anos. Al�m desse problema, houve outro s�rio, que foi o atraso no repasse de verbas pelo governo estadual.
“Os preju�zos s�o grandes, estamos numa luta de d�cadas. Temos um projeto aprovado pela Lei Rouanet para manter o funcionamento da Casa, mas n�o podemos receber os recursos devido a essa situa��o”, contou, com indigna��o, o homem que foi amigo de JK durante nove anos, desde o retorno do ex-presidente do ex�lio na Europa, e sempre orgulhoso da intimidade com o conterr�neo ilustre. “Alguns at� me chamavam de ‘secret�rio’”, lembra o autor do livro Juscelino Kubitschek – Onde est� a verdade?, sobre a morte do presidente, num acidente de carro na Via Dutra, em Resende (RJ), em 22 de agosto de 1976.

�CONE J� o prefeito de Diamantina, Juscelino Bragantino Roque (MDB), afirma que n�o vai aceitar a Casa de Juscelino fechada e avisou que a prefeitura vai assumir esse patrim�nio, que � considerado um �cone do Centro Hist�rico reconhecido como patrim�nio cultural da humanidade. Lembrando ser afilhado do ex-presidente e batizado com seu nome numa homenagem a ele, o chefe do Executivo contou que j� conversou com o vice-governador Paulo Brant, natural de Diamantina, a respeito da municipaliza��o do casar�o, que re�ne museu, biblioteca, bar e pra�a de eventos. “Minha ideia � manter o Serafim Jardim como presidente da Casa de Juscelino”, garantiu.
Em nota, a Secretaria de Estado de Turismo e Cultura, cujo titular � Marcelo Matte, informa que o repasse de verbas � institui��o – com quem o governo estadual mant�m conv�nio – est� temporariamente suspenso devido a pend�ncias na presta��o de contas do museu. “O repasse foi bloqueado pelo sistema de pagamento do governo em dezembro de 2018 devido ao problema com a presta��o de contas, que j� havia sido informado aos respons�veis, sem a devida resolu��o. T�o logo a pend�ncia seja resolvida, o repasse de verbas poder� ser retomado.” A secretaria ressalta ainda que tem “total interesse em sanar o problema e reconhece o valor hist�rico da casa, onde o ex-presidente Juscelino Kubitschek viveu durante a inf�ncia e adolesc�ncia”.
Serafim, de 84 anos, prefere acertar a parceria com a iniciativa privada. Sobre a posi��o do governo estadual, ele diz que a urg�ncia est� no desbloqueio do nome da Casa de Juscelino no Sistema Integrado de Administra��o Financeira de Minas Gerais (Siafi), e que n�o tem pend�ncias em presta��o de contas. J� a proposta da prefeitura ele prefere considerar, desde que seja feito um conv�nio, como ocorreu em Santos Dumont, na Zona da Mata, para manter aberto o Museu de Cabangu – na antiga Fazenda Cabangu, onde nasceu Santos Dumont (1873-1932), chamado de Pai da Avia��o. “Estou aqui h� 34 anos e outros tr�s trabalhando para dar forma � Casa, que tem um conselho de 14 pessoas e, como presidente de honra, Maria Stela Lopes Kubitschek, filha de JK. Vamos fazer melhor para nosso patrim�nio e tamb�m para Diamantina”, assegurou.