Um tapete de pedras pontiagudas cercado por gramas deve se estender sob os viadutos de Belo Horizonte em breve. Essa � a alternativa encontrada pela prefeitura para urbanizar os chamados baixios dos pontilh�es espalhados pela capital. A interven��o, segundo a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), tem um objetivo claro: evitar danos nas estruturas causados pela queima de materiais, como fios de borracha para extra��o do cobre, por parte da popula��o de rua. As interven��es j� come�aram no Viaduto Leste, no Complexo da Lagoinha, o primeiro a ser contemplado pelo projeto.

Segundo Castilho, cerca de R$ 1,8 milh�o � investido na urbaniza��o do Viaduto Leste e as obras devem durar seis meses. Perguntado se o pontap� inicial do projeto ter sido dado no Complexo da Lagoinha devido � maior presen�a de moradores de rua, o superintendente garante que n�o houve escolha por parte da prefeitura. “Todos os viadutos passar�o por esse processo, de vistorias e manuten��o. Os projetos est�o em andamento e tudo depende de recurso. Quando o recurso sai, o projeto � executado. N�o houve escolha.”
No Viaduto Leste, o tapete de pedras pontiagudas j� est� colocado em uma das �reas sob o elevado, que pode ser vista por quem chega ao Complexo da Lagoinha pela Avenida Cristiano Machado, a partir do t�nel. A poucos metros dali, j� debaixo do Viaduto A, que sai da Rua Curitiba e chega � Avenida Ant�nio Carlos, v�rios barrac�es improvisados com peda�os de madeira e tecido ocupam o chamado baixio, local onde em breve as pedras tamb�m dever�o ser colocadas."Todos os viadutos passar�o por esse processo. Os projetos est�o em andamento e tudo depende de recurso"
Henrique Castilho, superintendente de Desenvolvimento da Capital
Risco em outras �reas da capital
A prioridade dada aos viadutos, ainda de acordo com o representante da Sudecap, ocorre por se tratar do que ele chama de “obra de arte especial” da engenharia. Faz parte desse grupo, tamb�m, passarelas e t�neis de Belo Horizonte. “Estamos muito preocupados com isso (os danos contra os pontilh�es). O trabalho que temos feito � de manuten��o nas obras de arte especiais”, destaca.
O prefeito de BH, Alexandre Kalil, defendeu, no s�bado, as interven��es ao visitar o Campo do Cigano, espa�o revitalizado pela prefeitura no Bairro Lagoa, na Regi�o de Venda Nova. Kalil reagiu a coment�rios de que a prefeitura estaria expulsando a popula��o em situa��o de rua ao colocar as pedras sob o Viaduto Leste. Ele destacou que � importante olhar a parte social e atender a popula��o em situa��o de rua, mas frisou os perigos ao se colocar fogo embaixo dos pontilh�es. “Na hora que um viaduto daquele cair na cabe�a de um monte de carros, algu�m vai ser responsabilizado.”

Rea��o negativa na C�mara Municipal
O projeto classificado pela prefeitura como urbaniza��o tamb�m � alvo de cr�ticas na C�mara de BH. O vereador Pedro Patrus (PT) usou suas redes sociais para condenar o que chamou de “horta de pedras” e estrat�gia “antimendigo”. “� tratar os problemas sociais que enfrentamos a partir de uma perspectiva higienista e desumana. Lidamos com um aumento expressivo da popula��o em situa��o de rua em decorr�ncia da crise econ�mica e social do pa�s e esse problema n�o ser� (nem pode ser) resolvido com pedras”, comentou o parlamentar.
A cr�tica � rebatida pelo superintendente de Desenvolvimento da Capital, Henrique Castilho. Segundo ele, o �nico objetivo das interven��es � garantir a sa�de dos viadutos. Castilho tamb�m ressalta que a Sudecap � respons�vel “pelas grandes obras da cidade” e est� melhorando Belo Horizonte a cada dia.