
A organiza��o da Parada LGBTQI do Aglomerado da Serra se manifestou, neste s�bado, contra o que chamou de “viola��o do direito de livre manifesta��o” e “pol�tica racista” das autoridades. O evento, que aconteceria na Pra�a do Cardoso, no Bairro Nossa Senhora de F�tima (Regi�o Centro-Sul de BH), precisou mudar de lugar e migrar para um espa�o menor, na Associa��o dos Moradores do Cafezal.
Segundo o coletivo, todas as autoriza��es para realiza��o do evento foram solicitadas � prefeitura de Belo Horizonte, � Pol�cia Militar e ao Corpo de Bombeiros. No entanto, de acordo com a nota da organiza��o, a pol�cia indeferiu o pedido de �ltima hora.
Em posicionamento por telefone, a sala de imprensa da PM negou a informa��o do coletivo. A corpora��o disse que seu Batalh�o de Tr�nsito autorizou a programa��o, assim como os bombeiros, por�m o Executivo municipal n�o deu permiss�o.
Segundo a produtora cultural e presidente da Associa��o de Moradores da Serra, Cristiane Pereira, conhecido como Kika, tudo estava acordado at� quinta-feira, quando a prefeitura disse que a pol�cia n�o autorizaria o evento.
Ela entrou em contato com a corpora��o, que, por sua vez, disse que o Executivo municipal n�o havia autorizado. Diante do “jogo de empurra”, Kika entrou em contato novamente com a prefeitura.
Segundo Kika, a PBH s� atendeu na sexta, quando informou que o evento n�o poderia acontecer por falta do aval da PM. Por isso, a parada contou com apoio do Sindicato dos Trabalhadores em Educa��o da Rede P�blica de Belo Horizonte (Sind-REDE/BH), que cedeu um carro de som e fez nova solicita��o para realiza��o do evento, desta vez como um manifesto.
Contudo, na hora do evento, a pol�cia, segundo o coletivo, n�o autorizou a manifesta��o. “A PMMG n�o autorizou o evento, apesar de se tratar do exerc�cio de livre manifesta��o que, conforme a Constitui��o Federal, independe de autoriza��o, bastando comunica��o pr�via”, denunciou o grupo por nota.
“Esse fato ocorre em territ�rio perif�rico, o que demonstra que o Estado nega direitos humanos e o faz por adotar uma pol�tica racista, LGBTf�bica”, prosseguiu o coletivo.
“O Poder P�blico n�o chega aqui pra nada e s� chega nessa hora, para oprimir a gente”, critica Kika. Segundo ela, a pol�cia amea�ou prender o homem que dirigiria o trio el�trico e ostentou armas e bombas de g�s lacrimog�nio para “oprimir” a popula��o da Serra.
Ainda de acordo com a Parada LGBTQI da Serra, na pr�xima semana, a organiza��o vai solicitar uma nova autoriza��o para realiza��o do evento.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da subsecretaria de Regula��o Urbana, disse que o evento teve seu licenciamento indeferido na quinta-feira (5), "em decorr�ncia da manifesta��o da Pol�cia Militar, parte integrante do processo de licenciamento".
Segundo a prefeitura, pelo "documento emitido pela Pol�cia Militar, n�o haveria condi��es de garantir a seguran�a dos participantes em fun��o do local escolhido para o evento e o volume de p�blico esperado, considerando ainda festividade da independ�ncia".
O Executivo municipal tamb�m informou que “a Secretaria Municipal de Assist�ncia Social, Seguran�a Alimentar e Cidadania, por meio da Diretoria LGBT, esteve no local e colaborou na negocia��o e acompanhamento da manifesta��o”.
Homenagem
O encontro chamaria a aten��o para o Dia do Grito dos Exclu�dos, comemorado neste s�bado, e homenagearia a dan�arina de funk Lacraia, que fazia dupla com o MC Serginho.
A parada teria como o ponto de partida a Pra�a do Cardoso e seguiria at� a Pra�a do Cafezal. Durante todo o trajeto, o evento contaria com apresenta��es musicais de DJs da festa Masterplano, @bsurda, Favelinha Dance e outros.
A parada seria realizada pelos coletivos Baile da Serra nas Quebradas e @bsurda, e contaria com apoio do Observat�rio das Quebradas.