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Estado de Minas MAPA DE ATAQUES

Assassinatos caem, mas feminic�dios crescem. Minas lidera matan�a de mulheres

Foram 156 mortes em 2018 no estado em ataques provocados por menosprezo ao sexo feminino ou viol�ncia dom�stica. No Brasil, total chegou a 1.206


11/09/2019 06:00 - atualizado 11/09/2019 07:39

Açougueiro foi preso pela PRF após matar a esposa(foto: PRF/Divulgação)
A�ougueiro foi preso pela PRF ap�s matar a esposa (foto: PRF/Divulga��o)


A terceira menor taxa de mortes violentas intencionais (15,4 por 100 mil habitantes) e a terceira maior redu��o (21,5%) no mesmo quesito no Brasil: Minas Gerais se tornou mais segura, no �mbito geral, em 2018, segundo dados publicados no Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica 2019, divulgado ontem pelo F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica. O estado foi um dos que puxaram a queda dos assassinatos no pa�s em 2018: de 64.021 em 2017  para 57.341 no ano passado, decr�scimo de 10,43%.

Se as vidas perdidas de maneira violenta ca�ram na totalidade, um tipo de ocorr�ncia evolui cada vez mais: o feminic�dio. Em 2018, 1.206 mulheres foram v�timas do machismo no Brasil, 55 a mais (4% de aumento) que no levantamento anterior. Em Minas, 156 morreram nesse tipo de crime em 2018, seis a mais que em 2017 – o maior n�mero absoluto do Brasil entre todas as 27 unidades federativas. Na segunda-feira, a pedagoga Ana Paula Lopes Solto entrou para a lista e exemplifica justamente o que os dados informam: negra e aos 33 anos, ela se encaixa no perfil de mulheres que mais s�o alvo da brutalidade dos homens, segundo o anu�rio –, ela teve a vida ceifada pelo marido Julio Cezar Veloso Alves, de 31, em Paracatu, Regi�o Noroeste do estado.

Conforme o levantamento do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica, 61% das mulheres v�timas de feminic�dio no pa�s s�o negras, como Ana Paula. Em 88,8% dos casos desse tipo, um companheiro ou ex-companheiro � o principal suspeito, a exemplo do a�ougueiro Julio Cezar Veloso. O crime ocorreu dentro da casa do casal e o acusado foi detido em uma rodovia pela Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF). Caracteriza-se como feminic�dio o assassinato de pessoas do sexo feminino, pelo menosprezo ou discrimina��o � condi��o de mulher ou por viol�ncia dom�stica. Outros assassinatos de mulheres, provocados por latroc�nio, por exemplo, n�o entram na conta.

Retrato das vítimas do feminicídio, Ana Paula foi assassinada pelo marido na segunda-feira em Paracatu. Homem foi preso pela Polícia Rodoviária e confessou o crime(foto: Reprodução da internet/Facebook)
Retrato das v�timas do feminic�dio, Ana Paula foi assassinada pelo marido na segunda-feira em Paracatu. Homem foi preso pela Pol�cia Rodovi�ria e confessou o crime (foto: Reprodu��o da internet/Facebook)


Outro aumento na criminalidade diz respeito aos estupros. Foram registrados, no Brasil, 180 estupros por dia em 2018 – um crescimento de 4,8% em compara��o ao ano anterior. Entre as v�timas, 81% eram do sexo feminino e 53,5% tinham at� 13 anos. Em Minas Gerais, o aumento dessa ocorr�ncia foi de 2,3% em compara��o a 2017. Foram registrados 5.245 casos em 2017 e em 2018, 5.346. Em Belo Horizonte, houve diminui��o de 11%, sendo que foram registrados 617 casos em 2017 e 422 no ano seguinte.

Al�m dos crimes contra a mulher, outros dados chamam a aten��o no Anu�rio Brasileiro de Seguran�a P�blica 2019. Os homic�dios dolosos ca�ram de 3.966 para 3.095 em Minas Gerais na compara��o dos dois �ltimos anos fechados, enquanto os casos de latroc�nio diminu�ram de 104 para 82. Queda tamb�m na les�o corporal seguida de morte: 66 para 57. Belo Horizonte tamb�m apresentou decr�scimo nessas tr�s ocorr�ncias: de 3.966 para 3.095 homic�dios dolosos; de 104 para 82 latroc�nios; e de 66 para 57 les�es corporais.

Pol�cia


No total, 6.220 pessoas morreram durante interven��es policiais151 dessas em Minas Gerais e 1.534 no Rio de Janeiro. Em m�dia, 17 pessoas perderam a vida por dia pela a��o das corpora��es ou 11% das mortes violentas. Por outro lado, houve redu��o de 8% dos �bitos de policiais no Brasil em 2018, quando 343 perderam a vida. Desses, 75%, ou 256, morreram fora do servi�o – 104 por suic�dio.

A taxa de homic�dios para cada grupo de 100 mil habitantes chegou a 27,5 no pa�s em 2018, enquanto em 2017 era de 30,8 – uma redu��o de 10,8%. No recorte por unidades federativas, as maiores taxas est�o em Roraima (66,6), no Amap� (57,9), no Rio Grande do Norte (55,4) e no Par� (54,6).  Em Minas a taxa foi de 18,8 em 2017 e 14,7 no ano seguinte. O estudo associa a taxa de homic�dios alta nos dois primeiros estados � atua��o de fac��es criminosas nessas regi�es.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


Despesas


A seguran�a p�blica foi um dos temas mais levados em considera��o quando o eleitor se deslocou �s urnas no Brasil nas elei��es do ano passado. E segundo o anu�rio, as despesas com o setor tiveram crescimento no ano passado, quando foram gastos R$ 91 bilh�es foram seguran�a p�blica – 3,9% a mais que em 2017. Os valores representam 1,34% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Em Minas, o governo estadual gastou 9,2 bilh�es em seguran�a p�blica. A maior parte desse aporte � classificada no documento como “demais subfun��es”: R$ 8,7 bilh�es. Outros R$ 407,1 milh�es se deslocaram para o policiamento, R$ 45 milh�es para a Defesa Civil e R$ 38,7 milh�es para o setor de intelig�ncia. O �ltimo quesito foi o �nico em que o investimento diminuiu na compara��o com 2017, quando o Executivo aportou R$ 46,5 milh�es na �rea, ou seja, uma diminui��o de 16,7%.

Novo feminic�dio


Mais um caso brutal de feminic�dio aumenta o n�vel de alerta para este tipo de crime em Minas Gerais. Na segunda-feira, a pedagoga Ana Paula Lopes Solto, de 33 anos, foi assassinada pelo companheiro dentro de casa, em Paracatu, Regi�o Noroeste do estado. O autor Julio Cezar Veloso Alves, de 31 anos, foi preso e confessou o crime.

A Pol�cia Militar foi acionada pelo irm�o do pr�prio autor do crime. Segundo ele, Julio Cezar tinha ligado pedindo ajuda afirmando que "havia feito uma besteira". Chegando na casa onde o autor vivia com Ana Paula, o irm�o de Julio o viu evadindo do local de carro, em alta velocidade.
Acompanhado de uma testemunha, o parente entrou na resid�ncia e encontrou o corpo de Ana Paula no sof� da sala com um ferimento no peito. Eles at� chegaram a acionar o Corpo de Bombeiros, mas Ana Paula j� estava sem vida. No local, os peritos apreenderam um p� de cabra e uma marreta, possivelmente utilizados no crime.

Informa��es davam conta de que o Julio Cezar teria fugido para uma fazenda na regi�o. A PM estava a caminho da fazenda quando a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) abordou J�lio Cezar na estrada, sentido Belo Horizonte/Paracatu, cerca de 40 minutos depois do crime. Ele estava com as roupas sujas de sangue e, ao ser questionado a respeito, o homem, que � a�ougueiro, afirmou que havia matado um porco. Os agentes da PRF verificaram no sistema, constataram que um feminic�dio havia ocorrido na regi�o e confirmaram o nome do autor. S� a� Julio Cezar confirmou que matou a esposa, alegando suspeitar de uma trai��o.

A frieza de Julio Cezar chocou o Sargento Menezes, do 45° Batalh�o de Paracatu: “Infelizmente a forma de agress�o � muito similar � maneira de matar um porco. A perfura��o no peito em cima do cora��o, a forma que foi encontrada, ela n�o p�de nem se defender.” afirma. Segundo o militar, Julio Cezar se recusou a fazer o teste do baf�metro. Agentes da PRF suspeitaram de que ele poderia estar alcoolizado ou sobre o efeito de drogas.

Tiros no templo


Em maio deste ano, Rudson Arag�o Guimar�es, de 39 anos, matou a ex-namorada Helo�sa Vieira Andrade, de 59, em Paracatu. Depois de executar a ex, ele ainda abriu fogo contra um templo religioso. Morreram na igreja Ros�ngela Albernaz, de 50; Marilene Martins de Melo Neves, 52; e Ant�nio Rama, 67, pai do pastor Evandro Rama, que celebrava o culto no momento da ocorr�ncia e sofreu uma les�o no p� ao tentar escapar do local. A motiva��o para a chacina foi o afastamento de Rudson da lideran�a de uma c�lula religiosa. A hip�tese, levantada logo no in�cio das apura��es, foi confirmada por meio de mensagens enviadas pelo autor em grupos de aplicativos, depoimentos de testemunhas e dilig�ncias de investigadores. 


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