
Na luta di�ria que Belo Horizonte trava diariamente contra a polui��o que tomou conta da Lagoa da Pampulha, um problema j� hist�rico da capital mineira, quem vem de fora se junta aos esfor�os da prefeitura, na esperan�a ver o cart�o-postal recuperado.
A atividade foi coordenada pela escola de neg�cios Skema, a partir do projeto Hope (sigla em ingl�s para Organiza��o Humanit�ria para a Promo��o da Igualdade), e retirou diversos sacos de lixo, principalmente pl�stico, espalhado pelas redondezas da Igreja S�o Francisco de Assis. Uma iniciativa particular que se soma ao trabalho de trabalhadores a servi�o da prefeitura, que retiram todos os dias cerca de 5 mil quilos de detritos de dentro do espelho d'�gua.
O principal objetivo da iniciativa, segundo o coordenador do projeto no Brasil, Thibault Trouche, de 21 anos, � conscientizar quem passa pela Pampulha a ter um dia a dia mais sustent�vel. “O primeiro objetivo � sensibilizar as pessoas para reduzir a polui��o e o uso do pl�stico. E tamb�m um bom momento para que brasileiros e franceses possam trabalhar em conjunto para preservar um local simb�lico para Belo Horizonte”, conta o franc�s nascido na cidade de Nice, localizada no Sul do pa�s europeu.
Na pr�tica, a iniciativa funcionava como uma gincana. O contingente de estudantes franceses foi dividido em pequenos grupos, que percorriam a orla da Lagoa da Pampulha recolhendo res�duos, principalmente pl�stico. Os vencedores, ou seja, aqueles que voltaram com o maior n�mero de sacos de lixo cheios, tinham direito de se refrescar diante do calor de BH com cerveja gelada.
“O que a gente quer � mostrar que n�o estamos aqui como turistas, mas como atores da sociedade do Brasil. � muito triste olhar para as �guas do nosso mundo polu�das como temos visto”, explica o coordenador do Hope, Thibault Trouche.

Sujeira
Na edi��o de ontem, o Estado de Minas mostrou que o espelho d'�gua que mais representa o patrim�nio de Belo Horizonte est� tomado pelos tons de verde, justamente devido � polui��o, j� vis�vel at� por quem passa de carro pela Avenida Otac�lio Negr�o de Lima. O reservat�rio ainda se encontra na classe 3 dos par�metros do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), na qual apenas contatos indiretos e espor�dicos s�o recomendados, sob risco de prejudicar a sa�de humana.
A Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) faz, diariamente, a limpeza do espelho d’�gua da Lagoa da Pampulha, com uso de dois barcos e uma balsa. Cerca de 30 homens trabalham rotineiramente nessa manuten��o. O volume de lixo flutuante recolhido diariamente � de cinco toneladas, em m�dia, durante o per�odo de estiagem e de 10 toneladas no per�odo chuvoso.
Desde setembro de 2018, tamb�m est�o em execu��o servi�os de desassoreamento e de tratamento da qualidade das �guas do reservat�rio, para a remo��o de material submerso, inibi��o do processo de eutrofiza��o (excesso de algas e maus odores) e promo��o do reequil�brio do ambiente aqu�tico.
A escolha dos franceses para estudar e promover a sustentabilidade no Brasil n�o foi por acaso. De acordo com Thibault Trouche, a escola de neg�cios Skema exige que seus p�s-graduandos saiam da Fran�a ao menos seis meses para completar o curso.
H� dois meses na �nica unidade da organiza��o na Am�rica Latina, o estudante de administra��o disse que veio para o Brasil atra�do pela riqueza cultural, e, tamb�m, por ser um pa�s em crise ambiental, devido ao grande n�mero de queimadas que tomaram conta da Amaz�nia, por exemplo. “A gente pode ir para outras cidades francesas (Paris e Lille), Estados Unidos, �frica do Sul ou China, mas boa parte prefere vir para o Brasil”, detalha.
� sujeira
Res�duos recolhidos rotineiramente na orla e na Lagoa da Pampulha
- Lixo fluente: cinco toneladas durante o per�odo de estiagem e 10 toneladas em �poca de chuva
- Varri��o: 2 toneladas recolhidas nas tr�s varri��es semanais
- Carca�a de coco: 1 tonelada por dia de segunda a domingo
- Coleta domiciliar: 3,5 toneladas/dia, tr�s vezes por semana
- Capina: 20 toneladas de res�duos em toda a orla a cada 2 meses
- Deposi��es clandestinas: 6 toneladas por semana
Fonte: SLU e Sudecap