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Estado de Minas IGREJINHA DA PAMPULHA

Jardins s�o recuperados, em passo decisivo para a igrejinha e o conjunto da Pampulha

Renova��o segue � risca o projeto do paisagista Burle Marx e j� pode ser admirada em torno do templo dedicado a S�o Francisco de Assis, que ser� reaberto em 4 e outubro


postado em 13/09/2019 06:00 / atualizado em 13/09/2019 07:40

A custo zero, força-tarefa reconstitui os jardins de Burle Marx(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
A custo zero, for�a-tarefa reconstitui os jardins de Burle Marx (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


A 20 dias da cerim�nia de reabertura, a Igreja S�o Francisco de Assis, �cone do conjunto moderno da Pampulha, em Belo Horizonte, apresenta uma novidade que j� pode ser admirada por moradores e visitantes interessados em conhecer a obra projetada, na d�cada de 1940, por Oscar Nimeyer (1907-2012). Bem do lado esquerdo de quem olha para o painel de autoria de C�ndido Portinari (1903-1962) sobre a vida do padroeiro do templo est� pronto o restauro de parte dos jardins criados pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994) – no total, s�o cerca de 12 mil metros quadrados. Na manh� de ontem, a diretora de Gest�o e Educa��o Ambiental da Funda��o de Parques Municipais e Zoobot�nica (FPMZB), Laura Mour�o, mostrou o andamento do servi�o, que tem acompanhamento do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) e inclui a �rea interna ainda fechada por tapumes. A expectativa � que tudo fique pronto na semana que vem, ap�s duas semanas de trabalho, adianta Laura.

L�rios amarelos e alaranjados se juntam ao crinum branco para cobrir os canteiros ao lado do painel, �nico ponto de visita��o vis�vel na chamada Igrejinha da Pampulha, em obra de restaura��o e fechada aos turistas h� um ano e dois meses e com reinaugura��o marcada para 4 de outubro, data consagrada a S�o Francisco. “A interven��o nos jardins tem custo zero. As mudas vieram do viveiro Burle Marx, no Jardim Bot�nico, na Pampulha, sendo formada uma for�a-tarefa, na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para m�o de obra”, afirmou Laura, que trabalhou com Burle Marx no escrit�rio dele, no Rio de Janeiro (RJ), onde come�ou atuando como estagi�ria, e manteve longa amizade com o homem que, se estivesse vivo, teria completado 110 anos em 4 de agosto.

Com equipe de oito jardineiros da funda��o, que se somam a 15 cedidos pela Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital/Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Sudecap/Smobi), a paisagista explica que as etapas seguem as cartas patrimoniais, por serem jardins hist�ricos, e tamb�m o projeto de Burle Marx. “No in�cio, na d�cada de 1940, os jardins da igreja eram ocupados pelas roseiras, com flores de v�rias cores. “Ele concebeu o local como memorial descritivo sobre a filosofia das rosas. Mas, quando esteve aqui, em 1992, Roberto alterou todo o projeto em forma e conte�do.”
Datam de 26 anos atr�s, portanto, os contornos de cimento nos canteiros, que ficaram sob terra e s� vieram � tona na obra de restauro da igreja em 2005. “Depois, ficaram novamente cobertos pelo mato e enterrados”, mostra a paisagista e coordenadora do viveiro de mudas. “Vamos usar milhares de mudas aqui, nem d� para estimar quantas. Aproveitamos algumas sobreviventes, levamos para o viveiro e estamos produzindo muito.” O objetivo � a consolida��o de todos os jardins p�blicos de Burle Marx em BH, para acabar de uma vez com esse quadro de morte, recupera��o e morte novamente. “Roberto se sentia insultado quando modificavam os jardins dele. Por isso, estamos seguindo rigorosamente o tra�ado”, afirma Laura, debru�ada no canteiro de obras sobre as plantas feitas pelo seu “mestre”.

Org�nico

Milhares de mudas de viveiro são usadas para refazer projeto do paisagista(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Milhares de mudas de viveiro s�o usadas para refazer projeto do paisagista (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)

Embora esteja proibida a visita ao interior da igreja, pertencente � Arquidiocese de Belo Horizonte, principalmente para fotos, d� para ver, pela vidra�a, que n�o h� mais andaimes. Na fase atual, funcion�rios da empresa contratada pela PBH cuidam do sistema de ilumina��o externa, cujos equipamentos devem se harmonizar com os jardins. Ao ver a movimenta��o, Laura conta que as formas dos canteiros, na igrejinha, s�o org�nicas – “livres e naturais”, ressalta. Do outro lado da lagoa, v�-se o Museu de Arte da Pampulha (MAP), onde a manuten��o dos jardins de Burle Marx est� em fase final.

Integrante do conjunto reconhecido como patrim�nio da humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), os jardins da igrejinha t�m predomin�ncia de cana-da-�ndia, uma das plantas preferidas de Burle Marx. “Os mineiros precisam entender que t�m um tesouro e devem preserv�-lo, n�o destruindo, n�o pisoteando, n�o arrancando as mudas, enfim, conservando”, diz a diretora. Sobre as capivaras, ela tem uma certeza: causam menos estragos do que a a��o humana. “Se os animais arrancarem uma ou duas plantas, podemos substitu�-las. Mas, se n�o houver conscientiza��o, os estragos ser�o enormes e permanentes”, acredita.

Na manh� de ontem, com calor escaldante, c�u muito azul e total aus�ncia de chuvas, muita gente foi � orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, para curtir a paisagem, caminhar ao ar livre ou ver o conjunto reconhecido pela Unesco (Igreja S�o Francisco de Assis, Casa do Baile, MAP e Iate T�nis Clube, unidos pelo espelho d'�gua). Um grupo de turistas da Holanda, Estados Unidos e B�lgica, acompanhados de guia, ficou longo tempo admirando o painel e o jardim. J� os amigos Ana J�lia Fiocco, designer, e Rafael Barros, engenheiro, de S�o Paulo, consideram fundamental o restauro dos jardins, certos da import�ncia deles no cen�rio urbano. “Esse patrim�nio � a hist�ria de nosso pa�s”, observou Ana J�lia.

L�rios, bela-em�lia, lantana, clorofitos, grama pelo-de-urso e muitas outras plantas chegam, em centenas de caixotes, ao canteiro de obras de igrejinha. Laura explica que a �nica n�o produzida no viveiro na Pampulha, por falta de matrizes em BH, � a cana-da-�ndia laranja, que foi, ent�o, cedida pela Floricultura Beija-Flor. “� para fazermos os contornos dos jardins”, concluiu.

Andamento


Em nota, a PBH informa que as obras na Igreja S�o Francisco de Assis se encontram praticamente finalizadas, restando apenas a execu��o de pequenos servi�os de acabamento na parte externa. Cumprindo o cronograma previsto, “a reabertura da Igrejinha da Pampulha est� pr�xima e o valor total investido foi de aproximadamente R$ 1,1 milh�o”. Os recursos s�o do PAC Cidades Hist�ricas, do governo federal, sob coordena��o do Iphan.

A interven��o contemplou, al�m da remo��o completa do forro e do reboco e a impermeabiliza��o de toda a laje interna com instala��o de forro novo, a recupera��o das juntas de dilata��o; prote��o dos pisos e dos bens integrados, tais como afresco, p�lpito, batist�rio, degraus e pain�is internos em azulejos; remo��o do reboco deteriorado e lixamento da pintura na laje frontal; instala��es el�tricas e cabeamento estruturado; tratamento do sistema de drenagem e reforma de esquadrias e passeios externos frontais.

Enquanto isso


Quadros sob guarda


Com a reabertura da Igrejinha da Pampulha, voltar�o a ser expostos, nas paredes da nave, os 14 quadros de autoria de C�ndido Portinari (1903-1962) recriando as cenas da via-sacra. As pe�as foram retiradas em 18 de outubro de 2017 e encaminhadas para restauro, sob escolta da Pol�cia Militar do Meio Ambiente, � reserva t�cnica do Centro de Conserva��o e Restaura��o de Bens Culturais (Cecor), da Escola de Belas Artes, no c�mpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Por quest�o de seguran�a, o acervo n�o pode ainda ser mostrado.


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