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Estado de Minas

Luneta arrancada, fios roubados, picha��o: veja como o vandalismo pesa no seu bolso

V�ndalos deixam marcas em toda BH e preju�zo acaba sendo pago por toda a popula��o


28/09/2019 06:00 - atualizado 28/09/2019 09:14

Placa na Praça da Estação, no Centro da capital, é testemunha de todo tipo de depredação: desrespeito que tem alto custo(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Placa na Pra�a da Esta��o, no Centro da capital, � testemunha de todo tipo de depreda��o: desrespeito que tem alto custo (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Lunetas arrancadas, equipamentos de gin�stica quebrados, bebedouros inutiliz�veis, placas de tr�nsito arrebentadas, monumentos pichados, cabos roubados... O vandalismo que espalha suas marcas por todas as regi�es de Belo Horizonte ficou ainda mais evidente nesta semana, gra�as a duas opera��es da Pol�cia Civil – uma para combate � recepta��o de fios de cobre roubados, outra de combate � picha��o. Mas esses s�o apenas dois, de uma extensa lista de tipos de depreda��o em espa�os p�blicos de toda a cidade, cuja repara��o acaba pesando no bolso de todos os cidad�os. Nos primeiros sete meses deste ano, apenas em situa��es que geraram interven��o da Guarda Municipal, foram 262 ocorr�ncias, m�dia mensal de 37, ou mais de uma a cada dia em BH. N�mero que n�o considera a imensa gama de danos menores ou que simplesmente n�o chegam ao conhecimento do poder p�blico.

A Prefeitura de BH n�o tem uma contabilidade geral dos gastos para reparar todos os danos, mas as despesas da BHTrans d�o uma boa ideia do tamanho do preju�zo. No ano passado, a empresa municipal gastou cerca de R$ 1 milh�o apenas com consertos, assist�ncia t�cnica, compra e reposi��o de pe�as em esta��es de integra��o e de transfer�ncia do Move, assim como em escadas rolantes e elevadores nas mesmas estruturas, al�m de sem�foros. Apenas nos primeiros tr�s meses deste ano j� foram consumidos por v�ndalos mais R$ 142,3 mil que poderiam ter sido investidos em outros setores.

As esta��es do Move est�o entre os principais alvos: est�o tomados por picha��es, placas danificadas e extintores de inc�ndio roubados. A BHTrans rotineiramente enfrenta problemas tamb�m devido ao desligamento da escada por parte de passageiros. “Temos preju�zo quando a escada � desligada. Muitos fazem isso por 'brincadeira', mas � um mecanismo que s� deve ser acionado em momento de emerg�ncia”, disse o gerente de Administra��o e Manuten��o Predial da BHTrans, Odirley Rocha dos Santos. O desligamento repentino tamb�m coloca em risco os usu�rios e desgasta o equipamento, gerando aumento no custo da manuten��o. “E ainda prejudica pessoas com mobilidade reduzida, que dependem da escada”, acrescentou o gerente.

Nos elevadores, os baderneiros tamb�m causam estragos, destroem bot�es, roubam c�meras, e lumin�rias e depredam as portas. Quem usa o banheiro das esta��es tamb�m enfrenta problemas at� mesmo para lavar as m�os, j� que � comum a retirada e o roubo de pe�as. Em alguns sanit�rios � poss�vel tamb�m encontrar portas ou at� mesmo o vaso sanit�rio quebrado. Al�m do mais, a picha��o est� por todos os lados. “J� tentamos usar tinta antipicha��o, mas temos que limpar tantas vezes que acabamos desgastando a parede, o que gera a necessidade de nova manuten��o”, lamentou Odirley. No ano passado, foram gastos R$ 94 mil s� para apagar escritos e desenhos nas paredes. Este ano, apenas at� junho, foram R$ 36 mil.


MIRANTE E PRA�AS 

Embora seja intenso nos equipamentos de transporte, a destrui��o de bens que s�o de todos est� longe de se restringir ao setor. Um bom exemplo s�o as lunetas da Rua Sapuca�, acima da Pra�a da Esta��o. Ou o que restou delas. Instalados em dezembro do ano passado como parte das celebra��es pelos 121 anos da capital, os dois equipamentos permitiam ao p�blico observar gratuitamente detalhes dos pain�is que decoram pr�dios do Centro.

Mas, depois que v�ndalos furtaram partes do equipamento, quem passa em frente aos n�meros 265 e 153 da Sapuca� hoje pode observar apenas o esqueleto das lunetas. “Acho muito triste. Estudo perto e passo por aqui todos os dias, � tarde. Eram equipamentos muito legais para o p�blico admirar a arquitetura e os grafites da cidade. � uma sacanagem”, resumiu a esteticista Alice Izabel Rocha, de 36 anos. O estudante Jo�o Henrique Mota, de 25, concorda: “A prefeitura tem que voltar com as lunetas”. A Belotur informou que a previs�o � de que os equipamentos sejam repostos ainda este ano.

A depreda��o atinge inclusive espa�os que passaram recentemente por revitaliza��o. Na Pra�a Carlos Chagas, mais conhecida como Pra�a da Assembleia, por exemplo, tr�s dos equipamentos de gin�stica do Programa Academia a C�u Aberto j� est�o estragados e dois bebedouros do espa�o foram quebrados. A advogada Marcela Adriana Carvalho, de 28, que vai � pra�a do Bairro de Lourdes, na Regi�o Centro-Sul de BH, todos os dias para passear com seus cachorros, � testemunha da degrada��o. “Moro muito perto. Mesmo depois da revitaliza��o, percebo a grama pouco verde e sempre muito suja. Acho que a pra�a at� conta com um bom n�mero de lixeiras, mas as pessoas precisam se conscientizar”, avaliou.

J� na Pra�a da Liberdade, no Bairro Funcion�rios, mesma regi�o, funcion�rios de limpeza da prefeitura contaram que o pr�prio coreto j� foi pichado depois da revitaliza��o, embora j� tivesse sido limpo. De acordo com a Guarda Municipal, � justamente a Regi�o Centro-Sul o principal alvo de v�ndalos. “Isso ocorre pela grande quantidade de espa�os p�blicos a serem patrulhados, bem como a facilidade em utilizar um pincel, uma caneta ou at� as pr�prias m�os para danificar bancos, esculturas ou at� paredes dos locais de acesso livre ao p�blico”, informou a corpora��o, sobre os principais desafios para reduzir os n�meros.

Os guardas atuam no patrulhamento preventivo da capital, com rondas 24 horas por dia em pra�as, parques e imedia��es de unidades de sa�de, de educa��o e de outras instala��es da prefeitura. Esse trabalho, segundo a corpora��o, � otimizado por imagens captadas pelo Centro de Opera��es da Prefeitura de Belo Horizonte (COP-BH), com 1.500 c�meras espalhadas pela cidade. “As ocorr�ncias de vandalismo e depreda��o do patrim�nio p�blico s�o encaminhas � delegacia da Pol�cia Civil da �rea onde ocorreu o fato, cabendo ao delegado adotar as medidas cab�veis”, informou a Guarda Municipal.


Pedestal foi tudo o que sobrou de luneta instalada na Rua Sapucaí: %u2018Acho muito triste%u2019, diz Alice Rocha (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Pedestal foi tudo o que sobrou de luneta instalada na Rua Sapuca�: %u2018Acho muito triste%u2019, diz Alice Rocha (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)


Pichadores s�o presos

Uma das principais formas de depreda��o de bens – p�blicos e particulares – em Belo Horizonte motivou ontem mais uma fase da opera��o “Muro Limpo”, da Pol�cia Civil. Mandados de busca e apreens�o e de pris�o foram cumpridos na capital e em Esmeraldas, na Grande BH. Tr�s pessoas foram presas e diversos materiais, como documentos e celulares, foram apreendidos. Um dos alvos foi encontrado em um apartamento de luxo em �rea nobre da capital mineira.

A busca pelos pichadores come�ou no fim de 2018, depois que o muro da Diretoria de Transportes da Pol�cia Civil de Minas Gerais foi pichado. Segundo a Pol�cia Civil, o valor do preju�zo foi superior a R$ 600 mil. Outras depreda��es contra o patrim�nio p�blico e privado provocadas pelos infratores foram mapeadas durante as apura��es.

De acordo com o Delegado do Departamento Estadual de Investiga��o de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Eduardo Vieira Figueiredo, os suspeitos presos nesta sexta-feira responder�o por  associa��o criminosa, dano e picha��o. “Percebemos que essa modalidade criminosa est� presente tanto em classes sociais mais baixas, como tamb�m naquelas de alto padr�o, a exemplo de um dos presos na opera��o, que vive em uma cobertura de alto luxo localizada em zona nobre da capital”, afirmou.

A opera��o foi realizada pelo Dema e teve apoio de policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), de drones da Coordena��o Aerot�tica (CAT) e da Guarda Municipal de Belo Horizonte. Duas fases anteriores da opera��o resultaram no cumprimento de 13 mandados de busca e apreens�o. Nas a��es, foram apreendidos sprays, latas de tintas, anota��es contendo picha��es dos suspeitos, aparelhos celulares, instrumentos para rapel, vestimentas com siglas de associa��es criminosas investigadas e outros materiais relacionados � pr�tica dos delitos.

COBRE 

Na quinta-feira, outra opera��o da Civil resultou na pris�o em flagrante de quatro homens suspeitos de envolvimento com o mercado de roubo de fios de cobre, que s� em BH, de janeiro a agosto, representou 297 ocorr�ncias e R$ 100 mil de preju�zo com o roubo de 22 quil�metros de cabos de sem�foros. “O furto de cabos � um problema recorrente que prejudica a vida da cidade, com risco de causar congestionamento e acidentes”, explicou Ge�rgia Ribeiro, diretora do Centro Integrado de Opera��es da Prefeitura de BH.

No in�cio da semana, o Centro de Sa�de Dom Orione, na Avenida Otac�lio Negr�o de Lima, na Regi�o da Pampulha, ficou com o atendimento comprometido devido ao furto de fios. Os ladr�es agiram durante a madrugada de segunda-feira, o que prejudicou a refrigera��o das vacinas que estavam dentro de uma c�mara fria da unidade. Todas as doses foram perdidas. Em 2019, foram registradas pela Cemig 109 ocorr�ncias de furtos de cabos. O preju�zo da empresa � estimado em R$ 1,5 milh�o.


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