Dona de asilo estuprava idoso e jovem com paralisia em Santa Luzia

As investiga��es acerca dos abusos cometidos pelos propriet�rios e funcion�rios da Casa Acolhendo Vidas, em Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, conclu�ram que duas pessoas foram v�timas de estupro dentro do asilo. Trata-se de um idoso de 72 anos e uma jovem de 23 que tem defici�ncia f�sica. Outros 76 idosos foram v�timas de agress�o e tortura. Desses, 18 perderam a vida. A Pol�cia Civil apresentou na manh� desta quarta-feira os resultados das apura��es. O caso veio � tona em julho deste ano, quando um m�dico do Hospital Madalena Calixto, na mesma cidade, denunciou os maus-tratos � corpora��o.

O inqu�rito terminou com o indiciamento de quatro pessoas da fam�lia da propriet�ria do asilo e de um cuidador. Ao decorrer das investiga��es, a corpora��o prendeu Elizabeth Lopes Ferreira, de 47 anos, dona do asilo; a filha dela, Poliana Lopes Ferreira, de 27; a outra filha da mesma, Patr�cia Lopes Ferreira, de 21; e o marido Paulo Lopes Ferreira, de 53.

De acordo com a delegada Bianca Prado, a jovem de 23, que tem os membros superiores e inferiores atrofiados, foi uma das maiores v�timas no asilo. Al�m das agress�es, ela era vista sendo beijada por Elizabeth e Paulo. "Isso a gente consegue comprovar por meio dos relatos das testemunhas. Paulo e Elizabeth foram vistos, por mais de uma vez, a beijarem na boca � for�a", disse a delegada. Al�m disso, a jovem – que n�o tem condi��o de se mover em fun��o da paralisia nos bra�os e pernas – dormia vestida e acordava sem as roupas. "Uma interna contou que ela gritava durante � noite devido aos abusos", acrescentou.

Elizabeth foi apontada por estuprar o idoso. Na ocasi�o, ele tinha 70 anos, e contou a pol�cia que ela o obrigava a fazer sexo oral, al�m de outros atos libidinosos. "� importante dizer que esse senhor � l�cido. Ele estava no asilo por conta de um problema na perna. Hoje, inclusive, � uma pessoa que mora sozinha", disse.

Torturas e mortes

De acordo com a delegada respons�vel pelo caso, os internos relatam que tinham como castigos a priva��o de alimenta��o e at� de �gua, em per�odos que iam desde 24 horas, mas com relatos de at� tr�s dias. Depoimentos denunciam ainda banhos frios e com baldes de �gua retirada da piscina como puni��o.

As mortes n�o s�o relacionadas diretamente com as agress�es, mas, sim, ao agravamento do quatro cl�nico por falta de cuidados ou por falta de medicamentos. "As mortes ocorreram por neglig�ncia ou tiveram o processo acelerado. Os idosos j� chegavam adoecidos, mas pioravam muito", disse.

A delegada respons�vel pelo caso acredita que o n�mero de v�timas pode ser maior do que o inqu�rito conclu�do. Por meio dos documentos encontrados no asilo foi poss�vel identificar 43 v�timas. As outras surgiram por relatos de testemunhas no decorrer da investiga��o, chegando a 76. "Mas s�o cinco anos de funcionamento do asilo, possivelmente temos muito mais v�timas", acrescentou. Por isso, a delegada faz um apelo: "A gente precisa que as v�timas e testemunhas nos procurem."

Durante os trabalhos, iniciados em 25 de julho, os investigadores ouviram mais de 50 pessoas, apreenderam documentos e obtiveram laudos m�dicos dos internos. Per�cias tamb�m foram feitas.

 

 

Confira a mat�ria da TV Alterosa sobre o caso