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Estado de Minas

Mulher presa por esquema de aborto em hot�is de BH medicava gestantes com rem�dio de vaca

Presa em flagrante no in�cio de setembro, universit�ria de 37 anos quase matou uma cliente gr�vida de oito meses e seu beb�


06/10/2019 23:38 - atualizado 07/10/2019 00:55

(foto: Ramon Lisboa/EM)
(foto: Ramon Lisboa/EM)

Mais de 200 abortos realizados durante tr�s anos, em mulheres gr�vidas de at� sete meses, mediante pagamentos que variavam de R$ 3 mil a R$ 8 mil reais, de acordo com o est�gio de gesta��o. Amplo conhecimento sobre medicamentos - alguns deles de uso veterin�rio e administra��o controlada com rigor at� mesmo em animais. Uma rotina de trabalho disciplinada, que n�o ultrapassava o hor�rio comercial, mantida dentro de 24 hot�is confort�veis da capital mineira

O "curr�culo" � de Luciane Fernandes Ferreira, de 37 anos, acusada de comandar ume esquema de abortos clandestinos com extensa clientela no Brasil e no exterior. Estudante de jornalismo, ela se passava por enfermeira e foi presa em flagrante em 6 de setembro deste ano na Regi�o Leste de BH, durante o atendimento de duas mulheres. Ambas estavam prestes a tomar rem�dios abortivos. 

Solta ap�s 21 dias de pris�o sob alega��o de que precisava cuidar do filho de seis anos, ela responde processo em liberdade. Conclu�das as investiga��es, a Pol�cia Civil de Minas Gerais deu detalhes sobre os crimes - incluindo um caso de aborto malsucedido realizado em uma mo�a de Formiga, Regi�o Centro-Oeste de Minas, que resultou em hospitaliza��o em estado grave da m�e e do beb�

As informa��es s�o do programa Fant�stico. 

Segundo revelou o delegado Emerson Moraes � TV Globo, a universit�ria ministrava nas gr�vidas uma medica��o injet�vel, frequentemente utilizada no meio veterin�rio para dilatar as tetas de vacas para ordenha. A subst�ncia � usada com restri��o at� mesmo nos bovinos, considerando seus efeitos colaterais. 

Obstetras ouvidos pela reportagem ressaltam que os rem�dios, al�m de n�o serem adequados para uso humano, eram administrados em dosagens alt�ssimas, visando obten��o de r�pido resultado. 


Em �udios de WhatsApp obtidos pelos investigadores, Luciane explica por que preferia realizar os procedimentos em hot�is. "O meu atendimento � seguro para a paciente justamente por cauda disso tamb�m. Em hotel, tem o seu registro de entrada. Qualquer coisa que acontecer comigo ou com voc�, ou com qualquer pessoa, a fam�lia consegue encontrar", diz a grava��o exibida pelo Fant�stico. 

Erro quase fatal

Uma das pacientes de Luciane, por�m, n�o obteve a assist�ncia segura prometida. Ap�s o aborto, a mulher de 22 anos, gr�vida de oito meses, expeliu o beb� e percebeu que ele ainda estava vivo

M�e e filha foram levados em estado grave ao atendimento de emerg�ncia de um hospital de Formiga. A crian�a permanece internada, sem previs�o de alta, embora o quadro seja est�vel.  

Segundo o delegado Emerson Moraes, a atividade ilegal proporcionava a Luciane  uma vida de luxo. "Ela estava ostentando um aparelho celular de �ltima gera�ao. As vestimentas encontradas no guarda-roupa s�o de marca. Tinha cal�a de R$ 2 mil reais, R$ 1,5 mil", afirmou o policial ao Fant�stico. 

Investiga��o

As apura��es sobre o caso come�aram em junho deste ano, quando a pol�cia recebeu den�ncias de posts em redes sociais oferecendo o servi�o. Depois de identificar a acusada, os investigadores receberam �udios de whatsapp com as negocia��es.

“Ela estabelecia o pre�o dependendo do tempo de gesta��o. Tudo era feito em hot�is e mot�is da capital que, segundo Luciane, seria mais seguro para ela e as gestantes”, contou o delegado Luciano Guimar�es do Nascimento. “O caso chamou ainda muita aten��o pela amplitude das pessoas que a procuravam: do Sul, do Norte e Nordeste do pa�s e do exterior", completou. 

Na sexta-feira em que foi presa, a enfermeira havia reservado dois quartos num hotel. Ela foi presa em flagrante, dentro de um deles. Nos quartos, foram encontradas cinco cartelas de comprimidos abortivos no valor de R$ 500 a R$ 800 cada dr�gea, rem�dios para dor, anest�sicos, gazes e seringas, al�m de 11 vidros da medica��o injet�vel de uso veterin�rio.

As duas gestantes encontradas no momento do flagrante tinham, na �poca, entre 2 e 3 meses de gravidez. A primeira estava  com R$ 4 mil para o pagamento do servi�o. A segunda, com R$ 5,5 mil. Em depoimento, elas informaram que tomariam os rem�dios para expelir o feto em casa. As mulheres foram levadas ao Hospital Odilon Behrens e, em seguida, ouvidas e liberadas, pois o C�digo Penal n�o pune o ato preparat�rio. Na casa de Luciane, em Justin�polis, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, a pol�cia achou mais 30 vidros do rem�dio injet�vel, R$ 12 mil em esp�cie, al�m de comprimidos.

Mais de 25 mulheres foram identificadas, qualificadas e intimadas a depor. De acordo com o delegado Emerson Morais, os investigadores tiveram acesso � documenta��o de que estavam gr�vidas, como exames de ultrassom e de sangue. Se provado que essas clientes conclu�ram o procedimento, elas est�o sujeitas a pena de 1 a 4 anos de pris�o.

J� Luciane, est� sujeita a pena bem maior. Ela foi presa por cometimento de aborto com consentimento da gestante, cuja puni��o prevista � 1 a 4 anos de deten��o, e tamb�m por dep�sito de medica��o de uso proibido, considerado crime hediondo e com pena prevista de 10 a 15 anos de pris�o.


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