(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Escola adota medidas ap�s a 2� den�ncia de abuso. Confira como proteger crian�as

Col�gio de BH anuncia pacote para proteger estudantes. Especialista indica o que observar e como agir. Suspeito sustenta inoc�ncia


postado em 08/10/2019 06:00 / atualizado em 08/10/2019 07:53

Primeiro dia de aulas depois de a denúncia vir à tona foi marcado por reunião com pais e anúncio de providências preventivas por parte da escola(foto: Edésio Ferreira/EM/DA Press)
Primeiro dia de aulas depois de a den�ncia vir � tona foi marcado por reuni�o com pais e an�ncio de provid�ncias preventivas por parte da escola (foto: Ed�sio Ferreira/EM/DA Press)


As den�ncias de abuso infantil em uma escola particular de Belo Horizonte acenderam o alerta a pais e m�es sobre a dif�cil tarefa de detectar essas situa��es e como enfrent�-las. Prestar aten��o aos sinais dados pelos filhos e cobrar das institui��es de ensino medidas de preven��o s�o as primeiras a��es, na opini�o de especialista, que chama a aten��o ainda para o limiar entre o real e a imagina��o da crian�a. Ontem, a escola onde h� suspeita de dois casos, no Bairro Nova Floresta, na Regi�o Nordeste da capital, anunciou um pacote de medidas a serem colocadas em pr�tica imediatamente. O acusado afirma ser inocente.

A segunda den�ncia no Col�gio Magnum – Cidade Nova foi levada � pol�cia anteontem � noite e relatada durante reuni�o de pais, ontem de manh�, convocada em car�ter de emerg�ncia. A nova suspeita envolve, assim como no primeiro caso, uma crian�a de 3 anos. A escola informou que j� marcou atendimento com a fam�lia, al�m de ter colocado um psic�logo � disposi��o da comunidade escolar. A reuni�o de ontem foi interrompida depois que uma m�e passou mal. O homem apontado como suspeito � um estagi�rio de educa��o f�sica, que foi afastado da escola. A primeira suspeita veio � tona no fim de semana. Durante a reuni�o de ontem, foi relatado que o suposto envolvido n�o levava as crian�as ao banheiro. As crian�as eram acompanhadas por uma assistente.

Em entrevista � R�dio Itatiaia, o acusado afirmou n�o ter autoriza��o nem autonomia para tirar crian�a da aula para lev�-la ao banheiro. Segundo ele, a tarefa � exclusiva de estagi�rias de pedagogia e os monitores n�o ficam sozinhos com os alunos. “A escola � muito rigorosa nesse aspecto. Tem circuito de v�deo muito bom. Uma pessoa n�o conseguiria entrar no col�gio e abusar de uma crian�a”, disse. “Est� doendo muito em mim, uma crian�a que precisa de um apoio e eu n�o tenho culpa nenhuma nesse caso. N�o quero ser mais uma v�tima entre pessoas que sofrem acusa��es injustamente e pagam por isso”, disse, com voz embargada.

O acusado relatou que trabalhava na escola havia quase cinco anos e disse ter sido demitido na ter�a-feira passada, sob argumento de corte de gastos – ele recebia uma bolsa de R$ 500. Ele contou que soube das acusa��es quando amigos da escola e pais de alunos come�aram a ligar e a relatar boatos sobre supostos abusos. “Tenho ficha limpa. S� eu sei o que estou sofrendo”, disse. O jovem de 22 anos informou estar disposto a depor e a colaborar com as investiga��es para provar sua inoc�ncia.

A escola p�s � disposi��o dos pais e dos alunos o atendimento da coordena��o pedag�gica, paralelamente ao servi�o de psicologia, por meio de agendamentos individualizados. Informou ainda que todo o sistema de seguran�a eletr�nica passar� por revis�o e que a entrada de todos os banheiros ter� monitoramento por c�meras.

Al�m disso, cada banheiro da escola ter� uma pessoa respons�vel pela fiscaliza��o, mas todas as crian�as da educa��o infantil continuar�o a ser acompanhadas por uma monitora, que permanecer� no local com a fiscal de banheiro, at� que a crian�a seja acompanhada no retorno para a sala. Por meio de nota, o col�gio disse que toda a equipe “passa por criterioso processo de sele��o e teste psicol�gico, por treinamento de integra��o para alinhamento de princ�pios e conduta, al�m de capacita��o profissional continuada”.

Medidas para preven��o


Essas medidas s�o essenciais na vis�o da psicopedagoga e mestre em educa��o Jane Patr�cia Haddad. Segundo ela, na educa��o infantil, uma crian�a nunca pode ficar sozinha com um adulto. Ter o m�ximo de c�meras na escola � outro ponto fundamental, e o banheiro s� pode ficar desprovido do equipamento caso haja sempre um auxiliar no local.

Saber quem lida com os filhos na escola � outro cuidado a ser adotado pelos pais. Ela adverte que, diante de uma situa��o anormal, a crian�a sempre sinaliza e denuncia um fato estranho, normalmente com uma mudan�a imediata e brusca de comportamento. Altera��o de humor, o h�bito de p�r a m�o nas partes �ntimas o tempo todo e se essas �reas do corpo est�o machucadas ou com vermelhid�o s�o ind�cios de que algo pode estar indo na dire��o errada.

“A melhor forma de a crian�a se expressar � na brincadeira com bonecos. Muitas vezes, consigo detectar sinais de abuso nas brincadeiras. Tiram a calcinha o tempo inteiro na boneca, batem, enterram o boneco. Tenho investigado sobre isso em um paciente. A primeira coisa que faz quando chega ao meu consult�rio � pegar um boneco menino e escond�-lo debaixo da almofada. Quando sai, vai l� ver se est� ainda no mesmo lugar”, relata. “Houve mudan�as repentinas. Ele passou a acordar � noite, dormia sozinho e agora s� quer ir para a cama dos pais”, conta. “Hoje temos que observar tudo, porque os abusadores s�o normais, s� v�o ser anormais quando lidam com o pr�prio desejo. Para eles, a crian�a � como se fosse um igual dele”, afirma a psicopedagoga – embora sem tra�ar qualquer paralelo direto com as den�ncias investigadas na escola de BH.

Psicopedagoga indica o di�logo


Com a crian�a, a melhor forma de conversar para prevenir casos de abusos � falando abertamente, explica a mestre em educa��o Jane Patr�cia Haddad. “Explicar que h� muitas pessoas diferentes, ensinar os filhos a se limparem, caso precisem ir ao banheiro e falar que nas partes �ntimas do corpo s� eles podem mexer, ou s� mam�e e papai. Em caso de desconfian�a, uma estrat�gia � pedir para a crian�a desenhar, por exemplo, como foi o banho na escola”, ressalta.

Em casos em que a condi��o f�sica ou de mudan�a de comportamento n�o s�o vis�veis, a especialista destaca que � preciso verificar, mas sem desconsiderar a possibilidade de fantasia da crian�a nesse tipo de relato. “H� um leque de op��es hoje que podem fazer um menino ou menina falarem algo que n�o ocorreu de fato, como a liberdade da m�dia e de como o pr�prio casal se porta frente aos filhos”, diz. “Como saber se � verdade ou mentira? A crian�a deve ser encaminhada a um profissional especialista e na �rea da terapia isso vai aparecer. Em S�o Paulo, v�rios casos que n�o eram ver�dicos levaram ao fechamento de escolas, por isso, � importante ter cuidado. Isso nos traz a necessidade de redobrar o olhar, acompanhar, escutar e orientar a crian�a.”

A Pol�cia Civil de Minas Gerais confirmou que foi registrado o segundo boletim de ocorr�ncia contra o estagi�rio de educa��o f�sica. Em nota, a corpora��o informou que as investiga��es est�o em andamento. “A Delegacia Especializada de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente realiza v�rias dilig�ncias para coleta de dados, procedendo com escutas especializadas realizadas por psic�logos”, informou, em nota. Ontem investigadores estiveram na escola colhendo evid�ncias.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)