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Estado de Minas

Outubro Rosa: veja as li��es de mulheres que venceram o c�ncer de mama

Com foco na preven��o, elas divulgam sua experi�ncia at� em avi�es, destacam a import�ncia dos h�bitos saud�veis e exames peri�dicos e reafirmam: o diagn�stico precoce � essencial


16/10/2019 06:00 - atualizado 16/10/2019 09:33

Jussara da Silva descobriu a enfermidade bem no início, o que facilitou a cura. Agora, faz 'palestras' em voos para encorajar outras mulheres a manter os exames em dia
Jussara da Silva descobriu a enfermidade bem no in�cio, o que facilitou a cura. Agora, faz 'palestras' em voos para encorajar outras mulheres a manter os exames em dia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Durante todo o m�s de outubro, a t�cnica de seguran�a do trabalho Jussara F�tima da Silva, de 48 anos, recebe aplausos a cada voo de partida do Aeroporto Internacional de Confins em que entra para prestar testemunho de vida. Momentos antes da finaliza��o do embarque e das aeronaves decolarem, ela conta como superou o c�ncer de mama e a import�ncia de as mulheres estarem atentas ao diagn�stico precoce. Compartilha com os passageiros que, em dezembro de 2011, recebeu o diagn�stico da doen�a, o que mudou sua vida. Como descobriu a enfermidade logo no in�cio, dedicou-se de maneira esperan�osa ao tratamento, que incluiu cirurgia na mama, sess�es de quimio e radioterapia.



Ao todo foram oito meses de tratamento intensivo, mas sem que ela tivesse d�vida sobre a cura por um s� dia. “O m�dico desenhou para mim, mostrou as fases da doen�a e me disse que eu tinha 95% de chances de cura”. O percentual se deve ao fato de a doen�a ter sido diagnosticada em tempo recorde. Logo que completou 40 anos, Jussara fez a mamografia. Na �poca, foi identificado um n�dulo de gordura, o qual os m�dicos consideraram por bem investigar. “O n�dulo do tumor estava atr�s e era impercept�vel ao toque cl�nico”, recorda-se.

Em Minas Gerais, de acordo com dados do Instituto Nacional do C�ncer (Inca), a estimativa para 2019 � do registro de 5.360 novos casos, sendo 1.060 em Belo Horizonte. Dados do Instituto de Oncologia mostram que mais de 35% das mulheres descobrem o c�ncer de mama em est�gio localmente avan�ado ou metast�tico, quando o tumor j� se espalhou para outros �rg�os. No Brasil, a estimativa de casos registrados no ano passado � de quase 60 mil.

Por saber que o diagn�stico precoce foi fundamental para que se curasse da doen�a, Jussara resolveu se engajar em campanhas para alertar outras mulheres sobre a import�ncia dos exames peri�dicos. Coordenadora de seguran�a do trabalho no hangar de manuten��o da Azul na Pampulha, ela foi convidada, em outubro de 2013, para integrar as campanhas empreendidas pela empresa no Outubro Rosa e faz parte do grupo Vitoriosas. O grupo, inicialmente, tinha tr�s funcion�rias que superaram o c�ncer de mama. Atualmente, elas s�o oito.

Como Jussara, muitas que venceram a doen�a se dedicam � conscientiza��o de outras mulheres, como � o caso da jornalista K�tia Soares, de 44, que criou o projeto Viver Bem at� os 100 para mostrar como h�bitos saud�veis podem ajudar a prevenir a doen�a e, no caso das mulheres em tratamento, contribuir para a cura. “A experi�ncia com dois epis�dios de tratamento contra o c�ncer de mama me fortaleceu e me fez ver a vida de um jeito bem mais colorido que antes”, diz. O primeiro diagn�stico foi aos 36 anos, em 2011. Na �poca ela fez o tratamento completo, mas n�o precisou retirar a mama.

No segundo epis�dio, em 2017, a recidiva foi mais branda, apesar de ela ter de ter feito a mastectomia, com a retirada da mama esquerda – que, posteriormente, foi reconstru�da. “Quando eu fiquei doente, perguntei aos m�dicos o que eu, como paciente, poderia fazer por mim al�m dos tratamentos sugeridos. Perguntei a cinco m�dicos. Nenhum me deu resposta. Diziam: 'Toque sua vida, algo meio m�rbido, uma resposta pronta'”. Foi quando ela teve contato com o livro Antic�ncer (2008), de David Servan-Schreiber. “O autor fez um compilado com dicas de estilo de vida antic�ncer: alimenta��o saud�vel, atividade f�sica e controle do estresse, com comprova��o cient�fica”.

 A partir de 2011, K�tia passou a pesquisar sobre aspectos que poderiam ser modificados para ter uma vida mais saud�vel. Mas n�o ficou com essa informa��o s� para si, come�ou a dividi-la com outras mulheres. “Passei a pesquisar, por exemplo, sobre alimentos que poderiam multiplicar aquelas c�lulas cancer�genas e o que poderia barrar esse crescimento, al�m da quimioterapia e radioterapia. Comecei a entender, tirar algumas coisas da minha vida e incrementar outras”.

Kátia Soares criou o projeto Viva Bem, para divulgar dicas de estilo de vida saudável. %u201CA experiência com tratamentos contra o câncer de mama me fortaleceu%u201D, afirma
K�tia Soares criou o projeto Viva Bem, para divulgar dicas de estilo de vida saud�vel. %u201CA experi�ncia com tratamentos contra o c�ncer de mama me fortaleceu%u201D, afirma (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


O oncologista e diretor da Oncomed Leandro Ramos enfatiza a import�ncia do diagn�stico precoce para a cura do c�ncer de mama. “A preven��o do c�ncer de mama n�o � f�cil. No caso do c�ncer de colo de �tero, tratamos do HPV para que n�o surja e n�o apare�a, mas, no caso do c�ncer de mama, isso n�o � poss�vel”, diz. Ele alerta para alguns fatores que costumam reduzir as chances de aparecimento da doen�a, como a mulher amamentar – quanto mais cedo ela o fizer mais caem as chances –, al�m de evitar o sedentarismo e a obesidade. Mas nenhuma medida previne a doen�a totalmente. “O mais importante � fazer a mamografia. Com o exame, � poss�vel o diagn�stico na fase inicial da doen�a, quando s�o de 80% as chances de cura”, diz.

A maior incid�ncia da doen�a � na faixa et�ria dos 50 anos, em geral, depois que a mulher passou pela menopausa. No entanto, o c�ncer tem acometido mulheres mais jovens, o que o especialista acredita ser em consequ�ncia da vida moderna. Uma s�rie de fatores tem aumentado a incid�ncia de c�ncer de mama em mulheres jovens, na faixa de 30 e 40 anos. “Na atualidade, a mulher tem filhos depois dos 30 anos. A gravidez e a amamenta��o protegem contra o c�ncer de mama. H� duas d�cadas, a mulher engravidava mais jovem. O estilo moderno � fator que aumentou a incid�ncia.”

Tratamento


O tratamento inclui cirurgia para a retirada do n�dulo. Em alguns casos, � necess�rio realizar a mastectomia total. Podem ser necess�rias sess�es de quimioterapia e radioterapia. “O tratamento depende do momento do diagn�stico. Na fase subcl�nica, o tumor ainda n�o � palp�vel, mas pode ser detectado na mamografia. Nessa fase, s�o grandes as chances de a mulher fazer somente a cirurgia”, informa Leandro. A quimioterapia pode ter como efeito colateral a queda de cabelos. “Por que cai o cabelo? A c�lula do cabelo cresce r�pido, assim como a c�lulas cancer�genas. A quimio impede o crescimento tanto das c�lulas doentes quanto das sadias”, diz o m�dico.

No entanto, ele alerta que h� tratamentos mais modernos, que n�o resultam em queda de cabelo. “Temos uma touca que recria o couro cabeludo. Ela resfria o couro cabeludo a 17 graus, o que leva � redu��o do fluxo sangu�neo na regi�o. Sendo assim, chega � �rea menos quimioter�pico tamb�m, o que reduz de forma significativa a queda de cabelo”, informa.

A recomenda��o da Sociedade Brasileira Oncologia e Mastologia � a realiza��o da mamografia todo ano a partir dos 40 anos de idade. “Tamb�m � importante fazer o autoexame. � como se a mulher se conhecesse melhor”, aconselha o m�dico. O melhor momento para fazer o exame � uma semana depois da menstrua��o. “Se algo diferente aparecer � sinal de alerta”.

Outubro Rosa


Desde 1990, o m�s de outubro � dedicado aos cuidados femininos para preven��o de uma das doen�as que mais mata mulheres. S�o in�meras campanhas para alertar sobre a import�ncia do diagn�stico precoce do c�ncer de mama. A Oncomed promove o Casa Delas, no Shopping Boulevard, de 22 a 26 de outubro. No espa�o, ser�o realizados workshops, palestras, oficinas, �rea para descanso, medita��o e beleza dedicado a todas as mulheres, em tratamento do c�ncer ou n�o. Programa��o e inscri��es gratuitas pelo site casadelas.com.br

A Federa��o Brasileira de Institui��es Filantr�picas de Apoio � Sa�de da Mama (Femama), lan�ou campanha nacional para colocar em pauta o acesso ao tratamento personalizado. O tema deste ano � #MeTrateDireito. Al�m disso, foram estabelecidas parcerias para dar visibilidade � causa. A Adidas criou camiseta rosa, exclusiva dos times S�o Paulo e Flamengo. Parte do valor obtido com as vendas ser� revertido para a Femama. O lan�amento oficial das camisetas e da campanha Outubro Rosa Femama 2019 foi feito no fim de setembro, no Maracan�.

Parte do valor da venda de kits de escova para cabelos, escova de dentes feminina, vassoura e esponja ser� revertida � Femama pela Condor. Al�m disso, a marca realizar� a a��o Like do Bem, que associa curtidas no Facebook a um valor adicional a ser revertido � Federa��o. Quanto mais likes a a��o receber, maior ser� o valor doado � Femana.

No dia 29, �s 11h, na sala de cinema do Shopping Cidade, ser� proferida uma palestra aberta ao p�blico com o tema “Preven��o e a Import�ncia do Diagn�stico Precoce”, que ter� abordagem esclarecedora e acess�vel. A entrada � franca, com ingressos dispon�veis desde ontem para retirada na plataforma do Sympla.

A cor rosa ilumina a fachada de quatro pr�dios na Pra�a da Liberdade, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte como parte das a��es preventivas contra o c�ncer de mama. Os edif�cios do Espa�o do Conhecimento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os museus das Minas e do Metal, o Memorial Minas Gerais Vale e o Centro Cultural Banco do Brasil aderiram ontem � campanha. As atividades ser�o realizadas no shopping Boulevard, de 22 a 26 de outubro.

O melhor � prevenir


Conhe�a o c�ncer de mama e saiba o que fazer para preveni-lo ou detect�-lo precocemente

O que �
» O c�ncer de mama � uma doen�a causada pela multiplica��o desordenada de c�lulas da mama, formando um tumor.

Tipos
» H� v�rios tipos de c�ncer de mama. Por isso, a doen�a pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos t�m desenvolvimento r�pido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem �s caracter�sticas pr�prias de cada tumor.

Preval�ncia
» O c�ncer de mama � o tipo da doen�a mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele n�o melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. No Brasil, esse percentual � de 29%.

Causas
» O c�ncer de mama n�o tem somente uma causa. A idade � um dos mais importantes fatores de risco para a doen�a. Aproximadamente quatro em cada cinco casos ocorrem ap�s os 50 anos. Entre os outros fatores est�o a obesidade e sobrepeso ap�s a menopausa; sedentarismo e inatividade f�sica; consumo de bebidas alco�licas; primeira menstrua��o antes de 12 anos; n�o ter tido filhos; primeira gravidez ap�s os 30 anos; menopausa ap�s os 55 anos; uso de contraceptivos hormonais (estrog�nio-progesterona); reposi��o hormonal p�s-menopausa;  hist�ria familiar de c�ncer de ov�rio; casos de c�ncer de mama na fam�lia e altera��o gen�tica, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

Preven��o
» Cerca de 30% dos casos de c�ncer de mama podem ser evitados com a ado��o de h�bitos saud�veis como: praticar atividade f�sica; alimentar-se de forma saud�vel; manter o peso corporal adequado; evitar o consumo de bebidas alco�licas; amamentar; e evitar uso de horm�nios sint�ticos, como anticoncepcionais e terapias de reposi��o hormonal.

Detec��o precoce
» O c�ncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfat�rias. Todas as mulheres devem fazer o autoexame. Al�m disso, O Minist�rio da Sa�de recomenda que a mamografia de rastreamento – realizada quando n�o h� sinais nem sintomas suspeitos – seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A mamografia diagn�stica, para investigar les�es suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a crit�rio m�dico. O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, conforme indica��o m�dica.

Sintomas
» N�dulo (caro�o), fixo e geralmente indolor: � a principal manifesta��o da doen�a, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o c�ncer � percebido pela pr�pria mulher
» Pele da mama avermelhada, retra�da ou parecida com casca de laranja
» Altera��es no bico do peito (mamilo)
» Pequenos n�dulos nas axilas ou no pesco�o
» Sa�da espont�nea de l�quido anormal pelos mamilos

Fonte: Instituto Nacional do C�ncer (Inca)


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