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Estado de Minas

Novo superintendente do Iphan em Minas fica poucas horas no cargo; veja o motivo

Jeyson Dias Cabral da Silva foi empossado em Bras�lia (DF), na quinta-feira passada, no gabinete do ministro Osmar Terra. Poucas horas depois, voltou atr�s e pediu para ser exonerado


postado em 17/10/2019 13:48 / atualizado em 17/10/2019 14:00

A indicação de Jeyson para o cargo gerou polêmica(foto: Reprodução/Redes sociais)
A indica��o de Jeyson para o cargo gerou pol�mica (foto: Reprodu��o/Redes sociais)

Durou poucas horas a perman�ncia do cinegrafista Jeyson Dias Cabral da Silva como superintendente em Minas do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Minist�rio da Cidadania. Ap�s ser empossado em Bras�lia (DF), na quinta-feira passada, no gabinete do ministro Osmar Terra, Jeyson tomou conhecimento das atividades e resolveu voltar atr�s na decis�o. Segundo fontes ouvidas pelo Estado de Minas, t�o logo viu que n�o tinha “perfil” para assumir o posto, escreveu uma carta pedido para ser exonerado. Em seguida, comunicou o mesmo ao deputado federal Charles Thomacelli Evangelista, do PSL, respons�vel pela sua indica��o e de quem foi assessor, quando o parlamentar era vereador em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

A indica��o de Jeyson gerou grande pol�mica e, principalmente, preocupa��o entre os gestores e defensores do patrim�nio cultural de Minas, estado que det�m o maior n�mero (60%) de bens tombados pela Uni�o e tamb�m de s�tios reconhecidos como patrim�nio da humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). O cinegrafista substituiria a muse�loga C�lia Corsino, que ocupava o cargo havia quatro anos Em car�ter interino, assumiu a superintend�ncia a chefe da Divis�o T�cnica em Minas, Daniela Lorena. Em 29 de setembro, o EM publicou reportagem sobre a exonera��o de C�lia e nomea��o de Jeyson.

A maior preocupa��o era quanto � n�o qualifica��o t�cnica adequada de Jeyson para assumir o cargo que envolve n�o apenas a prote��o do patrim�nio edificado e fiscaliza��o de obras de restaura��o, como tamb�m busca de recursos, quest�es ligadas � minera��o em munic�pios com monumentos tombados, licenciamentos e uma s�rie de outras atribui��es. Conforme o curr�culo, o substituto tem licenciatura plena em estudos sociais (geografia e hist�ria), experi�ncia em �rea de venda, assessoria legislativa e telemarketing, al�m de conhecimento b�sico de ingl�s e na �rea de inform�tica, tendo trancado o curso de direito no quarto per�odo.

Temendo pela integridade e seguran�a do patrim�nio cultural de Minas, por se configurar uma indica��o pol�tica e n�o t�cnica, a atitude do governo federal gerou mobilizou de prefeitos de tr�s munic�pios mineiros com bens reconhecidos como patrim�nio da humanidade t�o logo Bolsonaro assumiu a presid�ncia. Em carta dirigida ao ministro Osmar Terra, os chefes do Executivo de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, Juscelino Roque, e Ouro Preto, J�lio Pimenta, e Congonhas, Jos� de Freitas (Zelinho) Cordeiro, na Regi�o Central, pediram que C�lia Corsino fosse mantida, principalmente pela compet�ncia e tamb�m por enfrentar momentos de crise econ�mica com a forma��o de parcerias e boa gest�o.

“Estamos perdendo uma grande gestora e uma parceira dedicada para resolver as urg�ncias do patrim�nio de Minas”, lamentou, na �poca, o prefeito de Congonhas, onde est� o Santu�rio Bas�lica do Bom Jesus de Matosinhos, com destaque para os 12 profetas em pedra-sab�o, no adro da igreja do s�culo 18, e as pe�as da Paix�o de Cristo esculpidos por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814).

Para Zelinho Cordeiro, o fundamental na indica��o est� na qualifica��o do superintendente. “Trata-se de um cargo que exige compet�ncia t�cnica, o que foi demonstrado nesses quatro anos por C�lia Corsino”, disse o prefeito. Funcion�ria de carreira do Iphan por 39 anos, dos quais quatro � frente da autarquia em Minas, a ex-superintendente � muse�loga de forma��o, tendo trabalhado no Museu Nacional, do Rio de Janeiro (RJ), destru�do por um inc�ndio h� mais de um ano.


Nova carta


Em setembro, diante da especula��o de que o cargo seria ocupado mediante “indica��o pol�tica”, os prefeitos voltaram a enviar cartas ao ministro – o que foi feito tamb�m pelo presidente da Associa��o das Cidades Hist�ricas de Minas Gerais, que congrega 30 munic�pios, Jos� Fernando de Oliveira, prefeito de Concei��o do Mato Dentro, na Regi�o Central. Ao saber da exonera��o, Jos� Fernando lembrou que � preciso “cuidado” ao nomear uma pessoa a superintend�ncia em Minas. “Estamos falando do estado que det�m o maior n�mero de bens tombados do pa�s. C�lia Corsino tem uma hist�ria na institui��o, por isso estou vendo com muita apreens�o este momento”, disse o prefeito de Concei��o do Mato Dentro, que tem dois bens tombados, entre eles a rec�m-restaurada Matriz de Nossa Senhora da Concei��o.

Atualmente consultor na �rea cultural, o ex-secret�rio estadual de Cultura de Minas, Angelo Oswaldo, ficou igualmente preocupado, j� que v� uma cargo � frente do Iphan em Minas como “miss�o”. Ele lembra que a autarquia federal, com mais de 80 anos e fundada por um mineiro de Belo Horizonte, Rodrigo Melo Franco (1898-1969) tem import�ncia por “fazer pol�tica de estado”, exigindo, assim, muita qualifica��o para o exerc�cio da “miss�o” e o cumprimento da Constitui��o. “O que est� havendo � um desmanche do Iphan”, disse Angelo Oswaldo, que foi prefeito de Ouro Preto e presidente de institui��es federais, como o pr�prio Iphan (de 1985 a 1987).


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