Depois de duas semanas de investiga��es, a Pol�cia Civil concluiu que n�o s�o procedentes as den�ncias de abuso sexual contra o auxiliar de educa��o f�sica do Col�gio Magnum – unidade Cidade Nova – no Bairro Nova Floresta, na Regi�o Nordeste de Belo Horizonte, Hudson Nunes de Freitas, de 22 anos. O registro do caso foi feito inicialmente por uma m�e de crian�a de 3 anos e depois chegou a sete boletins de ocorr�ncia. Todas as den�ncias tiveram como alvo crian�as do Maternal III da institui��o de ensino. A equipe que trabalhou no caso entendeu que n�o existem provas de estupro de vulner�vel, crime para o qual foi aberto inqu�rito, que tenha sido cometido por Hudson ou por qualquer outro profissional da escola e n�o foi encontrado nenhum ind�cio de outros abusos que pudessem ter ocorrido fora dos muros do col�gio. O jovem se disse aliviado pela conclus�o do caso comprovando sua inoc�ncia e quer seguir a vida, enquanto seus advogados anunciaram que v�o buscar repara��o pelos danos � imagem do cliente.
Em outra frente de a��o, a Pol�cia Civil recebeu indica��o das duas psic�logas e de uma psiquiatra que trabalharam no caso de cinco elementos que interferiram diretamente para que os pais que fizeram as den�ncias procurassem a pol�cia. O principal deles foram as conversas de maneira considerada inadequada entre pais e filhos, que levaram os respons�veis a acreditar de forma err�nea que tivesse havido algum tipo de abuso. Tamb�m entram nesse caso as conversas entre os pares (crian�as), divulga��o do caso na m�dia, produ��o de rumores nas redes sociais e o recebimento de informa��es de forma indireta.

“A Pol�cia Civil n�o trabalha com o prop�sito de alcan�ar suspeitos a qualquer custo. Conclu�mos pelo n�o indiciamento do suspeito Hudson Nunes de Freitas considerando a aus�ncia de elementos de autoria bem como prova da materialidade”, disse Elenice Cristine, que foi complementada por Tha�s Degani. “A suposta v�tima inicial, bem como as demais, n�o sofreram abuso sexual pelo investigado nem por qualquer outro professor ou integrante da escola”, afirma.
Assim que soube do resultado da investiga��o, Hudson desabafou. "Fui do inferno ao c�u. � uma sensa��o de al�vio misturada com supera��o. Diante de tudo isso, consegui dar a volta por cima, com a ajuda dos meus advogados. Sem eles, eu n�o conseguiria chegar onde chegamos", afirma o jovem. Ele conta que chegou a pensar no pior, mas encontrou for�as para provar sua inoc�ncia. "O desespero veio por ser acusado injustamente. Mas como eu sabia que era inocente, tentei manter a consci�ncia tranquila e agora s� se concretizou o que eu esperava", afirma.
O jovem acredita que a manifesta��o de pais e m�es de alunos que abra�aram sua vers�o dos fatos de que nunca havia ocorrido nenhum abuso foi muito importante para o resultado da investiga��o. "Ao mesmo tempo que me senti no fundo do po�o, percebi que tinha algu�m para me tirar de l�. Eles foram pais e m�es de verdade, porque � muito f�cil julgar e acusar sem ter provas e sem conhecer", afirma. Apesar de o Col�gio Magnum j� ter se manifestado colocando o cargo que Hudson ocupava de auxiliar de educa��o f�sica � disposi��o para o retorno do jovem, ele conta que ainda n�o se decidiu. "Estamos analisando a situa��o e vontade � o que n�o falta. Mas ainda n�o tomei essa decis�o", diz ele.
O advogado Fabiano Lopes, que o defende, pontuou qual ser� o caminho da defesa do jovem de agora em diante. Ele garante que vai buscar repara��o dos danos sofridos por Hudson. "A imagem do Hudson ficou prejudicada para o resto da vida. Entendemos que houve dolo por parte de algumas pessoas, mas tudo precisa ser melhor analisado. Provid�ncias t�m que ser tomadas, porque a imagem do Hudson ficou totalmente desmoralizada perante a sociedade. Mesmo n�o sendo indiciado, qual pai chamaria Hudson para cuidar de seu filho com uma acusa��o t�o grave que ele sofreu?", questiona.
Lopes avaliou tamb�m que a postura da escola foi correta e por isso n�o pretende buscar nenhum tipo de repara��o do Magnum. A escola j� informou que o cargo do auxiliar de educa��o f�sica o est� aguardando de volta, mas o advogado disse que pretende conversar com os respons�veis pela institui��o para que, al�m da recondu��o � atividade, o Col�gio Magnum assuma o compromisso de contratar o jovem quando ele se formar. "Espero que desta vez a sociedade aprenda a respeitar o contradit�rio e a ampla defesa. V�rios pais o condenaram em redes sociais e grupos de WhatsApp de forma indevida, publicando sua foto com a palavra 'estuprador' embaixo. O que a gente espera � que este seja mais um caso em que a sociedade aprenda que existe um processo legal e que as pessoas t�m o direto de se defender”, afirma.
O que diz o Magnum
Em nota, o Col�gio Magnum comemorou o resultado das investiga��es e destacou que seus protocolos de seguran�a foram cruciais para o esclarecimento do caso. “Inicialmente, decidimos pelo afastamento do colaborador supostamente envolvido, com o duplo objetivo de resguardar a integridade da fam�lia e do colaborador e de permitir que o inqu�rito pudesse tramitar de forma isenta. Cumprimos nosso papel perante a sociedade, as fam�lias, nossos educadores e as autoridades competentes. Estando a investiga��o conclu�da, permanece o compromisso j� firmado com o colaborador afastado de manter sua vaga garantida t�o logo ele queira e possa retomar suas atividades”, informou a escola.
Como foi a apura��o

A Pol�cia Civil concluiu pelo n�o indiciamento do auxiliar de educa��o f�sica Hudson Nunes de Freitas, de 22 anos, no inqu�rito que investigou den�ncia de estupro de vulner�vel
» A conclus�o foi baseada em levantamentos que totalizam um inqu�rito de 385 p�ginas
» A investiga��o se apoiou em sete t�cnicas para concluir o trabalho:
1) 41 depoimentos foram colhidos, incluindo o de Hudson, crian�as que eram alvo da den�ncia, pais e representantes da escola. As oitivas das crian�as foram feitas por meio de escuta qualificada
2) An�lise de mais de 30 horas de c�meras focadas nas aulas de educa��o f�sica da turma do Maternal III do col�gio
3) Avalia��es psicol�gicas de crian�as e seus representantes legais
4) Laudos de avalia��o de �udios entregues por alguns dos pais que questionaram seus filhos sobre os fatos
5) Levantamento da vida pregressa do investigado para buscar elementos que pudessem justificar alguma conduta de abuso
6) Exames de corpo de delito nas crian�as cujos pais fizeram a den�ncia
7) An�lise do telefone do investigado, a partir do cumprimento de um mandado de busca e apreens�o
» Ao fazer esse levantamento, a equipe policial n�o encontrou nenhuma evid�ncia. Por isso, concluiu que n�o houve abuso. Para explicar os motivos das den�ncias que n�o tiveram comprova��o, as delegadas ouviram de duas psic�logas e uma psiquiatra que cinco fatores interferiram na situa��o:
1) T�cnicas de conversa entre pais e filhos que prejudicam a exatid�o da declara��o
2) Conversas entre pares (conversas entre as pr�prias crian�as levadas ao conhecimento da pol�cia)
3) Recebimento de informa��es de forma indireta
4) Ampla divulga��o do caso pela imprensa
5) Produ��o de rumores a partir da circula��o da informa��o em redes sociais
E mais
Morre crian�a furtada pelo pai
O pequeno Jo�o Miguel, diagnosticado com atrofia muscular espinhal (AME), morreu ontem. O menino, filho de homem preso sob suspeita de desviar verba arrecadada por meio de campanha de doa��es, tinha acabado de completar 2 anos de idade, no dia 5. “A m�e est� muito abalada e n�o consegue explicar direito o que aconteceu. Toda a situa��o � muito triste”, contou a advogada da fam�lia, Vanessa Reis. A crian�a morreu em Belo Horizonte, ap�s ser internada na madrugada, e o corpo ser� enterrado em Conselheiro Lafaiete, na Regi�o Central de Minas, onde a fam�lia reside. Em julho, Mateus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, pai da crian�a, foi preso em Salvador, onde levava uma vida de luxo depois de fugir com mais de R$ 1 milh�o em doa��es para o tratamento da crian�a.
Autoriza��o para plantar maconha
Em meio � discuss�o da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) sobre utiliza��o medicinal e plantio da Cannabis sativa, a maconha, uma fam�lia de Minas Gerais ganhou o direito de cultivar a planta. Um casal de Uberl�ndia, na Regi�o do Tri�ngulo Mineiro, obteve na Justi�a autoriza��o para plantar a maconha em casa. O cultivo foi considerado fundamental para o tratamento do filho, que tem paralisia cerebral e s�ndrome de West. Isso faz com que ele tenha diversas convuls�es. A decis�o da 3ª Vara Criminal de Uberl�ndia ratificou liminar concedida em novembro do ano passado. Na �poca, o casal solicitou a autoriza��o alegando que o garoto, de 5 anos, tem uma p�ssima qualidade de vida devido �s seguidas convuls�es.