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Estado de Minas

Vai pegar a estrada? Conhe�a as piores rodovias de Minas

An�lise exclusiva da Confedera��o Nacional do Transporte (CNT) para o Estado de Minas aponta as oito estradas em piores condi��es em Minas


postado em 27/10/2019 04:00 / atualizado em 27/10/2019 08:57

A MG-190, que liga Romaria a Abadia dos Dourados, tem geografia considerada péssima e condição geral ruim(foto: CNT/Divulgação)
A MG-190, que liga Romaria a Abadia dos Dourados, tem geografia considerada p�ssima e condi��o geral ruim (foto: CNT/Divulga��o)

An�lise da Confedera��o Nacional do Transporte (CNT) em mais de 15 mil quil�metros de rodovias em Minas Gerais revela que 4,8% da malha vistoriada para elabora��o da Pesquisa CNT de Rodovias 2019 � considerada p�ssima. S�o 744 quil�metros que, quando analisados crit�rios como pavimento, geometria e sinaliza��o, apresentam a pior classifica��o para seu estado geral em uma escala de cinco n�veis, que vai do p�ssimo ao �timo.

Quando essa an�lise � estendida aos trechos considerados ruins, a segunda pior escala, outros 4.373km, que correspondem a 28,5% da malha, tamb�m entram na conta. Juntas, as duas classifica��es somam 5.117km e significam 33,3% do universo pesquisado em Minas. Com base nessas duas classifica��es, a CNT levantou, a pedido do Estado de Minas, as oito piores rodovias ou trechos rodovi�rios do estado.

Para chegar ao n�mero de oito, a institui��o filtrou entre 123 rodovias ou trechos rodovi�rios estaduais e federais apenas aquelas com a classifica��o geral p�ssima ou ruim e que as caracter�sticas usadas para compor a nota final de cada segmento tamb�m fossem ruim ou p�ssima.

S�o lugares em sua maioria de gest�o estadual, mas que, apesar dos crit�rios, podem causar menos impactos do que nas principais BRs, onde o tr�fego � mais intenso, os percursos s�o longos e, dentro deles, trechos p�ssimos podem ficar mascarados no resultado, compensados por outros peda�os �timos ou bons que influenciam a m�dia da rodovia.

Dos oito trechos de estradas classificados como os piores de Minas, apenas um deles tem o estado geral considerado p�ssimo. � a LMG-633, estrada que liga Mocambinho, comunidade na beira do Rio S�o Francisco que pertence � cidade de Ja�ba, � sede do munic�pio do Norte de Minas. O trecho avaliado pela CNT tem 49 quil�metros de extens�o.

Os 8 piores trechos de estradas de Minas

(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)

(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)

(foto: Arte: Soraia Piva)
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(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)

(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)

(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)

Os outros sete trechos elencados pela CNT a pedido da reportagem t�m a classifica��o geral considerada ruim, mas tamb�m contam com pelo menos uma classifica��o p�ssima quando observados os quesitos separados. Um deles � a MG-818, que na defini��o do Departamento de Edifica��es e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) � a LMG-818, tamb�m denominada como Rodovia Prefeito Dercy Alves Ribeiro.

O trecho avaliado pela CNT tem 30 quil�metros de extens�o e liga a BR-262, em Juatuba, na Grande BH, ao munic�pio de Par� de Minas, na Regi�o Central, passando por Florestal, ainda na Grande BH. Entre as caracter�sticas que contribuem diretamente para a avalia��o negativa, se destaca a aus�ncia de acostamento em todo o trecho.

Remendos recorrentes na pista

A rodovia � muito estreita e as valetas para escoamento de �gua da chuva impedem, inclusive, que os ve�culos encostem em qualquer lugar se houver uma emerg�ncia. O trecho n�o tem nenhum buraco, mas � poss�vel observar alguns remendos no pavimento. A sinaliza��o indica proibi��o para caminh�es com capacidade para mais de 24 toneladas e a geometria � o principal vil�o. Al�m de n�o ter acostamento, o trecho conta com pontes estreitas.

"A rodovia tamb�m n�o tem acostamento e o fluxo aumentou bastante depois que a BR-262 foi pedagiada"

Mozart Luiz da Silva, caminhoneiro

Em uma delas, a placa de pare � uma advert�ncia que indica que a largura da estrutura s� permite o acesso de um carro. Ou seja, quem vem em um sentido precisa esperar se vier outro ve�culo no sentido contr�rio. "Quem n�o tem costume de transitar por aqui pode ser surpreendido e causar um acidente. Falta mais sinaliza��o alertando para esses perigos. A rodovia tamb�m n�o tem acostamento e o fluxo aumentou bastante depois que a BR-262 foi pedagiada", diz o caminhoneiro Mozart Luiz da Silva, de 37 anos.

Segundo ele, os riscos pioraram a partir do momento em que houve aumento de fluxo de ve�culos fugindo do ped�gio da 262 em Florestal. A LMG-818 � uma alternativa que evita o pagamento da tarifa da primeira pra�a de ped�gio para quem sai de Belo Horizonte e segue para o Tri�ngulo Mineiro.

DEER analisa crit�rios da pesquisa

Em nota o Departamento de Edifica��es e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG) informou que os crit�rios e metodologias pr�prios usados pela CNT dificultam a an�lise dos resultados por outros �rg�os, "sem levar em conta a geografia montanhosa que Minas Gerais possui e o fato de sua localiza��o central que recebe fluxo de todas as outras regi�es do pa�s".

O DEER ainda informou que administra cerca de 20 mil quil�metros de rodovias no estado, muito mais do que os 7 mil vistoriados na pesquisa CNT e tem a seguinte avalia��o para a malha: 53,9% das rodovias estaduais est�o em bom estado de conserva��o da pista, 31,1% em situa��o regular e 14,6% em mau estado de conserva��o.

Geometria das estradas em Minas é um dos problemas mais graves, aponta a CNT(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Geometria das estradas em Minas � um dos problemas mais graves, aponta a CNT (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O �rg�o informou ainda que investiu, at� agosto deste ano, R$ 139,5 milh�es em servi�os de conserva��o e manuten��o nas rodovias estaduais, que contemplam tapa-buracos, ro�ada, capina, limpeza dos dispositivos de drenagem e refor�o da sinaliza��o. Por fim, o DEER destacou que o "governo do estado herdou uma d�vida de R$ 34,5 bilh�es da administra��o anterior dos quais R$ 28 bilh�es em restos a pagar, que s�o despesas assumidas por servi�os prestados e n�o pagos. Al�m disso, o or�amento deste ano tem d�ficit previsto de R$ 15 bilh�es. Diante desse cen�rio, o Estado tem se empenhado para encontrar alternativas para superar a crise e voltar a investir", finaliza.

Tra�ado da pista � desafio

Uma situa��o que chama a aten��o com base nos dados da Pesquisa CNT Rodovias 2019 � o retrato das condi��es das rodovias por crit�rio avaliado. Enquanto no denominado estado geral Minas tem apenas 4,8% da malha pesquisada considerada p�ssima, quando � analisado apenas o crit�rio geometria, a pior classifica��o poss�vel se torna preponderante.

Dos mais de 15 mil quil�metros vistoriados no estado, 6.072 s�o considerados p�ssimos em geometria, o que equivale a 39,5% do universo pesquisado. Outros 3.272 quil�metros s�o considerados ruins, o que corresponde a outros 21,3%. Apenas nas duas piores classifica��es o quesito geometria dos mais de 15 mil quil�metros de rodovias em Minas Gerais significa 60,8%.

O levantamento ainda aponta 3.216km considerados regulares nesse aspecto (20,9%), 2.320km de classifica��o boa (15,1%) e 483km �timos, apenas 3,1% da malha do estado.

De acordo com a Confedera��o Nacional do Transporte (CNT), uma das caracter�sticas da geometria � o tipo da rodovia, que significa se ela � duplicada ou simples. Dados do Sistema Nacional de Via��o (SNV) de 2018 mostram que 87,6% da malha de todo o Brasil � simples, o que gera baixa velocidade em �reas de alta densidade populacional.

Outra caracter�stica da geometria � o perfil da rodovia, que est� diretamente ligado ao relevo. Se h� inclina��o, o perfil � considerado ondulado ou montanhoso, o que � muito comum em Minas Gerais. Uma terceira caracter�stica ligada � geometria � a presen�a de faixa adicional nos trechos de subida e outra quest�o que tem rela��o com esse crit�rio � a configura��o de pontes e viadutos.

"Nossas estradas foram constru�das com uma tecnologia de muitos anos atr�s"

Gladstone Lobato, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg)

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Lobato, a presen�a de viadutos e pontes mais estreitos do que a largura da rodovia � um problema s�rio de geometria em Minas Gerais.

"� comum voc� encontrar uma estrada larga com pontes estreitas, o que cria um gargalo para a circula��o e aumenta o risco de acidentes", afirma Lobato. Ele tamb�m acrescenta que a grande quantidade de curvas perigosas, que � outra caracter�stica analisada no fator geometria, prejudica demais a circula��o pelas rodovias mineiras.

Estrada que liga Uberlândia a Planura, com dois trechos separados por um segmento entre eles não pavimentado(foto: CNT/Divulgação)
Estrada que liga Uberl�ndia a Planura, com dois trechos separados por um segmento entre eles n�o pavimentado (foto: CNT/Divulga��o)
"Nossas estradas foram constru�das com uma tecnologia de muitos anos atr�s, quando n�o existia uma tecnologia para elimina��o de curvas. Hoje isso j� � poss�vel, mas n�s n�o temos grandes investimentos em novas constru��es de estradas aqui no estado. O governo coloca uma placa dizendo que a curva � perigosa em vez de elimin�-la", diz. O �ltimo fator que � considerado dentro do quesito geometria � a presen�a ou n�o de acostamento na pista.

Rotina de acidentes

Essa situa��o destacada pelo presidente do Setcemg � bem percebida na BR-352, rodovia que liga munic�pios como Par� de Minas, Pitangui, Martinho Campos e Abaet�. O trecho completo avaliado pela pesquisa, de 247 quil�metros, � considerado ruim, mas a geometria foi avaliada como p�ssima. Uma das situa��es que contribui diretamente para esse resultado � a ponte em curva entre Par� de Minas e On�a do Pitangui.

O caminhoneiro Gelson Garcia trabalha no transporte de leite na região de Pará de Minas e critica a situação da pista(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O caminhoneiro Gelson Garcia trabalha no transporte de leite na regi�o de Par� de Minas e critica a situa��o da pista (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
A estrutura � mais estreita em rela��o � pista e exige uma placa que a antecede avisando sobre o risco. "Toda semana tem um caminh�o virado ali. � o lugar que concentra mais acidentes. O pavimento est� bom, mas a aus�ncia de acostamento tamb�m � um problema. � uma rodovia muito estreita, que acaba ficando perigosa por isso", diz o caminhoneiro Gelson Garcia, de 25 anos, que trabalha no transporte de leite das fazendas da regi�o.

De acordo com o coordenador da Pesquisa CNT Rodovias 2019, Jefferson Cristiano, uma situa��o importante que prejudica a quest�o da geometria � a explos�o da frota de ve�culos que supera a casa dos 80% no Brasil nos �ltimos 10 anos. No mesmo per�odo, ele pontua que a expans�o da malha rodovi�ria federal ficou na casa de 6,7%, o que cria um problema de circula��o nas rodovias do pa�s.

Em nota o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que o trecho da BR-352 citado pela reportagem voltou para a gest�o federal e j� foram iniciados os procedimentos administrativos para recupera��o. "Neste momento, para melhoria das condi��es de trafegabilidade, encontra-se em fase de licita��o a contrata��o de servi�os de restaura��o e manuten��o rodovi�ria (CREMA)", informa o Dnit.

Preju�zos para a economia no Ja�ba

Com a extens�o de 49 quil�metros, a LMG-633 � usada para o escoamento da produ��o do Projeto Ja�ba – situado no munic�pio de mesmo nome no Norte de Minas, o maior per�metro irrigado da Am�rica Latina, com cerca de 27 mil hectares em produ��o. Apesar da sua import�ncia, a estrada, que liga o distrito de Mocambinho � LMG-404 (estrada Ja�ba/Matias Cardoso), sofre com a m� conserva��o, figurando entre as rodovias em piores condi��es do estado, de acordo com o estudo da Confedera��o Nacional do Transporte (CNT).


Os produtores do projeto de irriga��o alegam que o grande problema do trecho rodovi�rio � a sucess�o de "remendos" e ondula��es no asfalto. Com isso, a trepida��o danifica as frutas e verduras transportadas em caminh�es que saem do Ja�ba, sendo que a maioria deles tem como destino a Central de Abastecimento (Ceasa), em BH.

"A situa��o dessa estrada � muito ruim. O asfalto est� cheio de lombadas e de remendos. Tem lugar que parece estrada de ch�o", reclama Jos� Valci Ferreira de Ara�jo, um dos agricultores instalados no Projeto Ja�ba. Ele diz que a LMG-633, h� pouco tempo, passou por mais uma reforma, sendo feitos mais remendos no asfalto. "Mas, � s� iniciar as chuvas que come�aram a aparecer os buracos".

Os agricultores do Projeto Ja�ba reclamam tamb�m das m�s condi��es das estradas vicinais dentro do projeto de irriga��o. De acordo com Sim�o Pedro Dantas, as estradas de acesso aos lotes do Ja�ba (que t�m a previs�o de chegar a 80 mil hectares irrigados) somam cerca de 500 quil�metros. "O grande problema � a falta de fiscaliza��o da qualidade dos servi�os de constru��o e reforma das estradas", afirma Dantas.


(foto: Arte: Soraia Piva)
(foto: Arte: Soraia Piva)


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