
"Ela e o irm�o n�o podiam ouvir a chave na porta que corriam para receb�-la. Gritavam felizes 'mam�e', 'mam�e". � o que contou a ex-cuidadora da crian�a de 5 anos assassinada a facadas na manh� desta quarta-feira, em Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. A jovem Gabriella Victoria, de 21 anos, estava muito emocionada no enterro da menina na manh� desta quinta-feira no Cemit�rio Jardim Parque Cachoeira, tamb�m na Grande BH.
Gabriella Victoria trabalhou de julho de 2018 a fevereiro deste ano com a fam�lia: "era uma crian�a muito alegre, adorava tirar fotos e gravar v�deos. N�o podia ver uma c�mera que mandava beijo. Gostava de se arrumar e de desfilar."
A jovem contou que a m�e das crian�as sa�a logo cedo e ela ficava com a garotinha e o irm�o at� o fim da tarde. Gabriella ficava com as crian�as seis vezes por semana: "a m�e � muito trabalhadora. Fazia tudo pelos filhos", destaca.
A menina gostava muito da cor rosa e de brincar de boneca e assistir a desenhos na internet. Como toda crian�a, a garota era chegada em um doce. "Gostava era muito de a��car", revela Gabriella.
Em fevereiro, Gabriella precisou de trocar de emprego, mas a saudade de cuidar das crian�as fica. "Gostava muito delas. Ela gostava muito de mim. N�o podia ver meu namorado que fechava a cara. Ciumenta ela", brincou. Gabriella pede por justi�a.
“Uma situa��o assim que a gente s� v� por televis�o, a gente nunca imagina que vai acontecer com a gente”, comentou F�bio J�nior, de 33 anos, vizinho da fam�lia da menina. Ele e outras pessoas foram atra�dos pelos gritos de socorro da cuidadora da menina na Rua Perd�es e, chegando ao local, encontraram a crian�a morta.
F�bio reclamou do fato de o assassino estar fora da pris�o e cobrou a presen�a de representantes de �rg�os ligados aos direitos humanos para dar apoio aos familiares da crian�a. “A gente acredita que se a justi�a fosse mesmo efetiva ele estaria preso ainda, cumprindo o que ele fez l� atr�s. Nessa hora os direitos humanos n�o aparece para dar apoio a fam�lia da v�tima, n�? S� sempre o autor do crime que � o coitado. Desde meia-noite eu estou aqui com a m�e e eles n�o vem saber o que a m�e t� passando, o que a fam�lia t� passando, n�o mandou um psic�logo, n�o mandou ningu�m”, afirmou.O rapaz tamb�m fez um apelo para que a popula��o do Bairro Vila Cristina n�o ataque a fam�lia do criminoso.
O vizinho tamb�m falou sobre o abalo sofrido pela comunidade. “A fam�lia dela � boa, a m�e dela � trabalhadora, sai cedo de casa. Ela tamb�m tem um rapazinho de 8 anos que estava junto (no momento do crime). Como que t� a cabe�a dessa crian�a agora? N�o s� dele, como dos familiares. E n�s tamb�m os moradores estamos a�. O Bairro Vila Cristina n�o tem esses casos, � um bairro fam�lia, a gente sempre se comunicando com o outro. E a crian�a sempre muito alegre, ent�o t� (sic) todo mundo abalado, n�o tem palavras n�o”, pontuou.
O sepultamento foi marcado por gritos por "justi�a". Muito emocionados, amigos e familiares caminharam em sil�ncia. Todos rezaram uma ora��o e choraram pela morte da garotinha. "Ieda � uma rosa no jardim de Deus", disse um dos entes durante a cerim�nia.
Entenda o caso
Segundo a Pol�cia Militar (PM), a atual cuidadora disse que estava levando as crian�as � escola como fazia todos os dias, de m�os dadas. Quando passavam pela Rua Perd�es, ela viu a menina cair. Ela havia acabado de levar uma facada. O agressor, de 25 anos, atacou a crian�a pelas costas e come�ou a desferir outros golpes.
Ainda segundo o registro, a cuidadora mandou a outra crian�a sair correndo enquanto ela tentava proteger a menina, a colocando no colo, mas n�o conseguiu. Ela chegou e se colocar entre o agressor e a v�tima, mas ele dava a volta e continuava esfaqueando a crian�a.
De acordo com a pol�cia, ele correu para a Rua Pirapetinga, mas voltou com a faca nas m�os e foi contido por populares. A primeira viatura que chegou ao local encontrou uma multid�o alvoro�ada agredindo Moabe. Eles intervieram e recuperaram a arma do crime, que estava ca�da na rua. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Teres�polis, para onde o jovem foi levado, a equipe constatou les�es leves e um corte na boca que demandou uma sutura.
A morte da menina foi confirmada pelo Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu). Foram constatadas cinco perfura��es na nuca, pesco�o, t�rax e traqueia. O corpo da crian�a foi levado ao Instituto M�dico-Legal (IML) de Betim.
Ainda de acordo com a PM, consta no boletim de ocorr�ncia que, ao ser questionado sobre o motivo do ataque em um primeiro contato, Moabe respondeu que teve um surto. J� dentro da viatura, disse que “estava fazendo um pacto com o diabo”. Na UPA, falou que havia fumado crack a noite toda.
O delegado Ot�vio de Carvalho, respons�vel pelas investiga��es do caso, disse, em coletiva de imprensa ontem, que o rapaz estava tranquilo durante o interrogat�rio, mas apresentava comportamento estranho, falando pausadamente e sem manter contato visual. "Ele disse ter ouvido vozes de 'patr�es' mandando-o cometer o crime", contou o delegado. "Ele revelou que j� tinha pensado em matar e, inclusive, tentou sair com faca de casa, mas a fam�lia n�o deixou", disse o delegado.
O delegado Ot�vio de Carvalho, respons�vel pelas investiga��es do caso, disse, em coletiva de imprensa ontem, que o rapaz estava tranquilo durante o interrogat�rio, mas apresentava comportamento estranho, falando pausadamente e sem manter contato visual. "Ele disse ter ouvido vozes de 'patr�es' mandando-o cometer o crime", contou o delegado. "Ele revelou que j� tinha pensado em matar e, inclusive, tentou sair com faca de casa, mas a fam�lia n�o deixou", disse o delegado.