Greve na educa��o: reajuste e mudan�as na carreira sustentam impasse em BH

 

O primeiro dia de greve dos professores da educa��o infantil e do ensino fundamental de Belo Horizonte foi marcado por informa��es conflitantes no que diz respeito � ades�o ao movimento. Enquanto a Prefeitura de BH sustenta que a paralisa��o se limitou a 3% das institui��es, o sindicato da categoria, que declarou greve por tempo indeterminado, argumenta que houve 80% de paralisa��o dos profissionais. A entidade, no entanto, n�o informa quantas institui��es aderiram.

O Sindicato dos Trabalhadores de Educa��o Municipal de BH (Sind-Rede), afirma que os professores de BH se mobilizam por reajuste salarial, que at� o momento n�o foi anunciado pela Prefeitura de Belo Horizonte. Ainda de acordo com a entidade, a categoria reage contra o Decreto 17.200 da PBH, que pode mudar as progress�es de carreira por meio de especializa��es. A paralisa��o das atividades pode afetar 200 mil estudantes, matriculados na rede municipal, que tamb�m inclui a educa��o de jovens e adultos (EJA).

De acordo com a Secretaria Municipal de Educa��o (Smed), das 323 escolas da rede municipal, apenas 3% estiveram paralisadas nesta quinta, sendo seis escolas de ensino fundamental e quatro de educa��o infantil (EMEI). Em nota, a prefeitura informou ainda que a postura da categoria “causou estranheza” no Executivo municipal, “j� que os tr�s principais pontos destacados ser�o temas de reuni�es j� agendadas”.

A reuni�o, segundo o pr�prio sindicato da categoria, est� marcada para a pr�xima quinta-feira (14), mas a greve seria uma rea��o contra as poss�veis mudan�as nas progress�es de carreira. “Esse decreto foi s� a gota d'agua diante de tudo que j� sofremos”, afirmou Vanessa Portugal, diretora do sindicato. Segundo a entidade, a proposta prev� o fim do incentivo por qualifica��es adicionais, como p�s-gradua��o.

“A prefeitura decidiu mandar para a C�mara o projeto de lei que altera o plano de carreira do servidor, que demoramos anos para construir”, afirmou Vanessa. “Eles optaram por mudar no fim do ano, quando estamos em tempo de prova, fechamento e avalia��es, o que passa a ideia de que somos irrespons�veis e que paramos a qualquer momento”, disse a diretora que tamb�m � professora da rede municipal.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio de nota, que o decreto que altera a progress�o de carreira foi necess�rio por causa da grande oferta de pacotes de forma��o de universidade de ensino � dist�ncia, que se tornam incompat�veis com a jornada de trabalho dos servidores. A institui��o ressalta que o texto do mesmo projeto de lei abrange o cumprimento da carga hor�ria dos cursos e a compatibilidade entre a dura��o do curso e o tempo necess�rio para sua conclus�o.