
A apresenta��o dos resultados do estudo feito pela Associa��o dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo) ocorreu na noite desta quarta-feira no Plen�rio JK da C�mara Municipal de Belo Horizonte. Entretanto, nenhum dos representantes convidados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) compareceu ao local.
Desde outubro de 2018, a BH em Ciclo vistoriou a infraestrutura ciclovi�ria de Belo Horizonte. Para isso, foi utilizando da metodologia do �ndice de Desenvolvimento Ciclovi�rio (IDECiclo). Com isso, foram pedalados 200 km em todas as regionais e vistoriado, aproximadamente, 90 km da malha ciclovi�ria da cidade.
Guilherme Tampieri, um dos coordenadores do IDECiclo, explicou que a metodologia foi desenvolvida em Recife. Esse mesmo estudo j� foi aplicado l�, em Bras�lia (DF) e S�o Paulo (SP). Dentre os objetivos, est�o: contribuir na produ��o e divulga��o de informa��es sobre a mobilidade urbana por bicicleta em Belo Horizonte; dialogar e incidir sobre a infraestrutura ciclovi�ria e fomentar a discuss�o sobre a pol�tica da bicicleta na capital mineira.
A metodologia do IDECiclo inclui 17 par�metros em duas categorias – Conforto e Seguran�a –, que permitem avaliar diversas tipologias ciclovi�rias. Alguns deles s�o: declividade, controle de velocidade m�xima da via, sinaliza��o, padr�o de pintura, situa��es de risco, tipo de pavimento e exist�ncia de obst�culos. "O ponto declividade � importante para desconstruir alguns mitos. Tamb�m podemos destacar prote��o da estrutura e velocidade. Por exemplo, uma via de 60 km/h n�o pode ser compartilhada. Temos que ter uma faixa exclusiva e segura para os ciclistas", informou.
Guilherme sustenta que, ap�s o estudo, concluiu-se que a capital conta com menos ciclovias do que o anunciado pela PBH. "Descobrimos que dos 89,9 km considerado pela PBH, s� existem 76 km. Isso porque temos tr�s principais trechos considerados pela PBH que divergem com o nosso estudo. O primeiro deles � a Avenida Vilarinho. L�, s�o 3 km sem sinaliza��o e, de acordo com o C�digo de Tr�nsito e o Manual de Sinaliza��o, n�o pode ser considerada ciclovia. Outro trecho fica no Parque Ecol�gico (Pampulha). Trata-se de um espa�o fechado que n�o liga nenhum lugar a outro. Por fim, tamb�m n�o considerados ciclovia que fica no Parque Municipal (Centro)", ponderou.
"Trata-se de uma conclus�o importante j� que a administra��o municipal tem uma meta de alcan�ar at� 2020, 8,1% de ciclovia. Ent�o, na verdade, temos 1,6%. Assim, a meta fica ainda mais distante", acrescentou.
Document�rio Amanh� ainda ocorrer� o lan�amento do document�rio sobre a aplica��o do �ndice em Belo Horizonte. Ele ser� na exibido na Kasa Invis�vel – que fica na Avenida Bias Fortes, 1034, no Bairro Lourdes, na Regi�o Centro-Sul – �s 19h30min.
A aplica��o do IDECiclo s� foi poss�vel com a participa��o da BH em Ciclo no edital do Fundo Socioambiental, que selecionou projetos. Todo o projeto, desde o treinamento de pessoas para aplica��o da metodologia, passando pelo pagamento da equipe t�cnica, at� a produ��o do document�rio, totalizou R$ 29 mil.
A BH em Ciclo
A Associa��o dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo) � uma associa��o sem fins lucrativos formada por cidad�os que pedalam em Belo Horizonte, que v�em na bicicleta um meio de transporte e que acreditam que os belo-horizontinos s�o capazes de se locomover de maneira mais sustent�vel pela cidade.
Dentre seus objetivos, destacam-se: promover a bicicleta como meio de transporte; discutir com gestores p�blicos quest�es acerca da mobilidade urbana; dialogar com ciclistas de Belo Horizonte para ouvir suas demandas, participar do planejamento urbano da cidade; e levantar dados sobre a mobilidade ativa e o perfil das e dos ciclistas de Belo Horizonte.
BHTrans
Nenhum representante da PBH compareceu ao evento de lan�amento. O Estado de Minas procurou pelo plant�o da BHTrans ap�s expediente comercial e aguardava posicionamento. A empresa de tr�nsito enviou a resposta na manh� de quinta-feira.
Questionada sobre a diverg�ncia na extens�o das ciclovias e a manuten��o delas, a BHTrans respondeu que elaborou em parceria com os ciclistas de BH, no �mbito do grupo de trabalho Pedala, uma auditoria das rotas ciclovi�rias da cidade, constatando que h� problemas relacionados � sua manuten��o na maioria delas. A empresa diz que busca recursos para sanar os problemas existentes. “� interessante tamb�m ressaltar que a inclus�o da bicicleta no PlaMob (Plano de Mobilidade) de Belo Horizonte foi muito bem avaliada no site Bicicleta nos Planos, produzido por organiza��es como a Bike Anjo e Uni�o dos Ciclistas do Brasil. No ranking das cidades avaliadas Belo Horizonte aparece em segundo lugar com a nota 8,44. Vale destacar que a organiza��o que fez esta avalia��o foi a BH em Ciclo”, disse a BHTrans, por meio de sua assessoria de imprensa.
J� sobre os trechos considerados pela BHTrans e que divergem do estudo da BH em Ciclo, como no caso do Parque Ecol�gico da Pampulha, a empresa informou que ainda que a ciclovia tenha uso destinado ao lazer, a BHTrans entende que � um espa�o para bicicletas e, portanto, parte da malha ciclovi�ria. “No processo �rduo de marcar na cidade as �reas destinadas � bicicleta, todo esfor�o � v�lido. Por exemplo, no caso espec�fico da ciclovia do Parque Ecol�gico, sua constru��o marcou a autoriza��o da entrada das bicicletas nos parques da capital, que at� ent�o eram proibidas de acessar esses locais. Essa decis�o foi muito comemorada”, diz a empesa de tr�nsito. (Colaborou Cristiane Silva)