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Estado de Minas A��O SOCIAL

Ap�s 65 anos de apoio a m�es e beb�s, Colmeia pede socorro para prosseguir

Entidade com 8 mil beneficiados em mais de seis d�cadas de hist�ria de ajuda a adolescentes e seus beb�s em Belo Horizonte precisa de ajuda para manter trabalho


postado em 30/12/2019 06:00 / atualizado em 31/12/2019 16:32


“Meu filho n�o podia ser biologicamente meu, ent�o Deus o mandou de outra forma.” Ap�s anos de espera, Vera* realizou o sonho de ser m�e e passou este ano o primeiro Natal com o filho Jo�o. Foi por meio da ado��o que ela e o marido conseguiram a guarda do pequeno. Mas esse sonho s� foi poss�vel porque o menino foi acolhido por uma organiza��o da sociedade civil sem fins lucrativos, que h� 65 anos apoia mulheres e crian�as como ele, em situa��o de vulnerabilidade. 

Depois de ajudar 8 mil pessoas que tiveram a vida transformada ap�s passar por l�, chegou a hora de a Colmeia pedir apoio, para enfrentar o desafio de pagar as contas em 2020. A entidade, que j� conta com ajuda de volunt�rios, passa por dificuldades e precisa de levantar R$ 35 mil para construir um refeit�rio e uma brinquedoteca para as crian�as.
 
A Colmeia nasceu do desejo de um grupo de mulheres pertencentes � A��o Cat�lica, em 1954. Em setembro daquele ano, iniciou as atividades no Centro de Belo Horizonte. Os atendimentos ent�o consistiam em encaminhar mulheres em situa��o de vulnerabilidade social, especificamente gestantes e m�es com rec�m-nascidos, para servi�os p�blicos de sa�de e acolhimento.

Em maio de 1965, foi instalada a sede no atual endere�o, na Rua Gast�o Br�ulio dos Santos, Bairro Nova Gameleira, na Regi�o Oeste da capital. “Foi quando o projeto passou, ele mesmo, a oferecer apoio e acolhimento, pois muitas das gestantes eram expulsas de casa e at� mesmo de cidades do interior, por estarem gr�vidas. Desde o princ�pio, a Colmeia sempre trabalhou com o empoderamento da mulher, para que ela conquistasse independ�ncia financeira por meio de empregos formais”, conta a diretora-presidente volunt�ria, Maria V�nia Alc�ntara de Medeiros Magalh�es.
 
O projeto consiste no acolhimento de adolescentes, de 12 a 17 anos e 11 meses, gestantes ou m�es com seus rec�m-nascidos, residentes em Belo Horizonte. S�o jovens v�timas de neglig�ncia familiar, viol�ncia psicol�gica ou f�sica, explora��o do trabalho ou sexual e trajet�ria de vida nas ruas. A casa tamb�m oferece atualmente um lar para 11 beb�s de at� 6 anos e 11 meses. “As adolescentes e crian�as apoiadas t�m rotina de trabalho, escola, atividades de lazer e cultura em seu dia a dia.

No que diz respeito � sa�de, temos em nosso quadro uma equipe multidisciplinar composta por dois psic�logos, dois assistentes sociais, uma coordenadora de psicologia, uma pedagoga volunt�ria e uma enfermeira volunt�ria. Articulamos junto ao Sistema �nico de Sa�de (SUS) para que a jovem m�e e as crian�as recebam todo o apoio psicol�gico e m�dico necess�rio”, explica a diretora.
 
A casa com grande gramado verde, muito arborizada, cercada de �rvores frut�feras carregadas, foi o lar do pequeno Jo�o, do come�o desta hist�ria. “Estamos casados h� quase 16 anos. Depois de um tempo sem conseguir engravidar, procuramos alguns especialistas. Saindo do segundo consult�rio, j� decidimos pela ado��o. � engra�ado, mas eu sempre me imaginei m�e, mas n�o me via gr�vida. Desde cedo achei que a maternidade seria pela ado��o, n�o consigo explicar o motivo”, disse Vera. “Este ano ganhei o melhor presente da vida”, disse, sobre o primeiro Natal com o pequeno.
 
A fam�lia conheceu o abrigo por meio da Vara da Inf�ncia e da Juventude, durante o processo de ado��o. “O primeiro abrigo que visitei na minha vida foi a Colmeia. Tem-se a ideia de que um abrigo � um lugar triste, mas n�o �. � um lugar feliz, onde as crian�as s�o muito bem cuidadas e brincam muito. S�o muito felizes. E o que acho mais fant�stico � que a Colmeia � um dos poucos centros que n�o separam os filhos das m�es biol�gicas. Sou muito grata � casa e ao carinho que meu filho recebeu l�”, contou Vera, que se lembra exatamente do primeiro encontro com o beb�.

DESAFIOS Apesar da nobreza do trabalho, manter o equil�brio financeiro da Colmeia tem sido um desafio. Este ano, algumas despesas foram cortadas para fechar o or�amento, e n�o h� sobra para fazer melhorias e adequa��es necess�rias no im�vel. “A crise tem atrapalhado um pouco. As doa��es que entram s�o em menor quantidade e muitas vezes de material j� utilizado”, conta a diretora-presidente Maria V�nia Magalh�es.

Mensalmente, s�o gastos cerca de R$ 11 mil com as duas unidades de acolhimento, apenas entre material de limpeza e higiene, medicamentos e leite. Volunt�rios encerram 2019 com o desafio de construir um refeit�rio e uma brinquedoteca para as crian�as. “Para isso estamos com uma 'vaquinha' on-line, com o desafio de arrecadar R$ 35 mil”, acrescenta a dirigente. At� o fechamento desta edi��o, o grupo tinha arrecadado apenas 4% do total: R$ 1.250,00.
 
A diretora explica que o acolhimento institucional � a �ltima medida a ser tomada, por isso a Colmeia � o �ltimo est�gio de encaminhamento para uma crian�a ou adolescente. “Orientamos que seja procurado o Conselho Tutelar, Centro de Refer�ncia em Assist�ncia Social (CRAS), centros de sa�de e outros quando houver caso de neglig�ncia ou viola��o de direitos. A mensagem que deixamos � de que � dever de todo cidad�o buscar o melhor e ajudar as crian�as que possam se encontrar nessa situa��o, mas somente a Vara da Inf�ncia e Juventude pode destinar crian�as para a Colmeia”, explica.
 
Servi�o

Para ajudar a Colmeia em sua vaquinha virtual: www.linktr.ee/colmeia

*Os nomes usados nesta reportagem s�o fict�cios, para proteger as identidades de crian�as e adolescentes acolhidas 


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