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Estado de Minas

Pl�sticas no Brasil crescem sob influ�ncia do culto ao corpo na internet

N�mero de cirurgias deram salto nos �ltimos dois anos, com grande contribui��o de procedimentos est�ticos. M�dicos alertam para a influ�ncia das redes sociais


05/01/2020 04:00 - atualizado 04/01/2020 20:41

(foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)
(foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)
 
Cons�rcio, linha de financiamento no banco, pagamento em at� 48 parcelas. As ofertas para cirurgias pl�sticas e procedimentos est�ticos se multiplicam pela internet, templo do culto ao corpo perfeito. Facilidades de acesso e o apelo � imagem turbinado pelas m�dias sociais fizeram explodir o n�mero de cirurgias pl�sticas no Brasil.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Pl�stica (SBCP), entre 2016 e 2018, as interven��es cresceram 18,3% no pa�s campe�o em procedimentos desse tipo no mundo, conforme levantamento mais recente da entidade. Foram mais de 1,7 milh�o de pl�sticas, sendo 60,3% delas est�ticas. � como se sete em cada 10 pessoas em Belo Horizonte – que tem 2,5 milh�es de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) – tivessem feito uma altera��o no corpo nesse per�odo.

Os procedimentos est�ticos foram os respons�veis pelo aumento, com o crescimento de 25%, passando a marca de 1 milh�o de cirurgias (veja quadro). O levantamento tem como base informa��es de cirurgi�es pl�sticos da SBCP em todo o pa�s, mas, fora dos n�meros oficiais, h� um lado perigoso da busca pela beleza e boa forma, em que a oferta crescente vem de profissionais sem licen�a, com uso de produtos impr�prios e em locais sem alvar�. Somente em dezembro, dois casos na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, assustaram.

No dia 16, uma mulher morreu durante cirurgia de redu��o de mama em uma cl�nica sem alvar� no Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul da capital. A Pol�cia Civil prendeu as “mam�es do bumbum”, duas mulheres acusadas de injetar silicone industrial e que teriam feito pelo menos 100 v�timas. O procedimento era marcado por um grupo de WhatsApp e realizado num sal�o de beleza, em Contagem. A dupla foi presa depois de mais de 10 mulheres procurarem a pol�cia com deforma��es e inflama��o no corpo.

"A rinoplastia deformou meu nariz todo. Sempre que olhava no espelho ficava com muita ansiedade"

M�rcia Vilela, de 48 anos, administradora

“A internet aceita tudo e muita coisa � oferecida ao consumidor”, alerta o cirurgi�o pl�stico Pedro Bersan, membro da SBCP. “Todo procedimento invasivo � considerado procedimento m�dico. � necess�rio entender a cirurgia pl�stica como complexa, que exige uma s�rie de cuidados t�cnicos”, afirma o especialista. Bersan orienta que esses procedimentos sejam realizados somente em hospitais e institui��es de sa�de referenciadas e por profissionais especializados, como cirurgi�es pl�sticos e dermatologistas, em alguns procedimentos. De acordo com o Conselho Regional de Medicina (CRM), de 2012 a 2017, houve 33 processos e 38 m�dicos foram denunciados em casos relacionados � cirurgia pl�stica.

Influ�ncia das redes sociais

A pesquisa da SBCP n�o traz dados espec�ficos de Minas, onde se estima mais de 70 mil cirurgias em 2018, mas aponta o Sudeste como l�der em procedimentos, concentrando mais da metade deles. “O estado segue o que acontece no Brasil. Esse aumento se deve em parte �s m�dias sociais incentivando as pessoas a ter corpo mais bonito”, afirma o presidente da SBCP – Regional Minas Gerais, Alexandre Meira.

(foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)
(foto: Soraia Piva/EM/D.A Press)


Entre os procedimentos est�ticos, o aumento de mama (18,8%) lidera o ranking, seguido de lipoaspira��o (16,1%) e pl�stica no abd�men (15,9%). No caso dos procedimentos n�o cir�rgicos, os mais comuns s�o a aplica��o da toxina botul�nica, preenchimento e peeling. A maior parte das cirurgias (61%) � particular, sem a cobertura de plano de sa�de ou do Sistema de �nico de Sa�de (SUS). J� os procedimentos reparadores aumentaram 9%, a maioria (40%) referente a tumores cut�neos e p�s-obesidade (11,6%).

"Esse aumento se deve em parte �s m�dias sociais incentivando as pessoas a ter corpo mais bonito"

Alexandre Meira, presidente da SBCP %u2013 Regional Minas Gerais

Meira alerta que a procura por padr�o de corpo perfeito � perigosa. “O paciente acaba esperando e cobrando resultados milagrosos que n�o condizem com o corpo que ela tem”, diz. As facilidades para realizar o procedimento tamb�m devem ser vistas com cautela, alerta o especialista. “Um paciente n�o deve procurar um m�dico pelas facilidades comerciais. Ele pode cair nas m�os de quem n�o tem a expertise. O CRM condena a mercantiliza��o da medicina”, ressalta o presidente da SBCP – Regional Minas Gerais.

Nariz deformado em pl�stica

A administradora M�rcia Vilela, de 48 anos, pesquisou pouco antes de operar o nariz e acabou vivendo uma saga de tr�s cirurgias para consertar o procedimento malfeito. Desde a adolesc�ncia, ela se incomodava com o nariz, que considerava desproporcional ao rosto. A primeira interven��o ocorreu 20 anos atr�s, feita por um m�dico que era cliente do escrit�rio onde ela trabalhava. “N�o tinha a maldade de pesquisar o profissional”, conta.

“Nunca quis nariz de atriz. Ficou um pouco melhor, mas fiquei frustrada porque n�o mexeu muito e deixou uma cicatriz. Doze anos depois, ca� no mesmo erro. Ficou horr�vel. A rinoplastia deformou meu nariz todo. Sempre que olhava no espelho ficava com muita ansiedade”, conta M�rcia, que passou a ter problemas respirat�rios.

Em recupera��o da terceira cirurgia, ocorrida em outubro, M�rcia preferiu evitar fotos com o rosto inchado, mas est� satisfeita com a imagem que enxerga no espelho. “Agora est� no formato de nariz”, comemora. Ela precisou tirar cartilagem da costela para refazer a harmonia da face. “�s vezes, a pessoa fica com uma ansiedade t�o grande que n�o presta aten��o nos profissionais, se a pessoa tem experi�ncia, no local onde vai fazer”, alerta. 


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