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Estado de Minas

Cerveja contaminada: quadro de pacientes internados do Mater Dei ainda � grave

Segundo Coordenadora do Servi�o de Controle de Infec��o Hospitalar da Rede Mater Dei de Sa�de, intoxicados est�o no Centro de Terapia Intensiva (CTI)


postado em 10/01/2020 12:26 / atualizado em 10/01/2020 13:40

(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.APRESS )
(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.APRESS )
Ainda � grave o estado de sa�de de dois pacientes internados no Hospital Mater Dei, no Bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, com diagn�stico de insufici�ncia renal e altera��es neurol�gicas. Ambos est�o sob os cuidados do Centro de Terapia Intensivo (CTI) da unidade, ap�s ingest�o da Cerveja Belorizontina, da BackerSegundo laudo preliminar da Pol�cia Civil, a bebida foi contaminada por dietilenoglicol, subst�ncia capaz de causar intoxica��o severa. Ao todo, oito pessoas que beberam a Belorizontina foram internadas com sintomas compat�veis com o envenenamento pelo produto qu�mico (uma delas morreu na ter�a-feira (10).

"Os pacientes se encontram em observa��o. A pedido da fam�lia, n�o podemos dar detalhes do quadro cl�nico mas ele inspira cuidados, � delicado, afirmou a m�dica infectologista e Coordenadora do Servi�o de Controle de Infec��o Hospitalar da Rede Mater Dei de Sa�de, Silvana de Barros, ao Estado de Minas

Silvana de Barros explica que quando ingerido, o produto destr�i parte de dentro das c�lulas e pode provocar insufici�ncia renal e problemas neurol�gicos. Segundo a profissional de sa�de, os sintomas come�am com n�usea e v�mitos e podem evoluir para altera��es nos rins e insufici�ncia renal. Tamb�m pode provocar vis�o borrada, cegueira e paralisia facial. 

Conforme a m�dica, a ingest�o de uma pequena quantidade de dietilenoglicol � capaz de provocar estragos. No caso dos pacientes internados no hospital Mater Dei, a quantidade do produto ingerido variou. "Um bebeu muito e o outro pouco. � individual, mas trata-se de uma dose-dependente, ou seja, quanto maior a quantidade, maior o risco", explicou. 

Lotes da Cerveja Belorizontina, da Backer, serão recolhidos do mercado(foto: Ramon Lisboa/EM )
Lotes da Cerveja Belorizontina, da Backer, ser�o recolhidos do mercado (foto: Ramon Lisboa/EM )
Ela tamb�m informou que, apesar da gravidade do estado de sa�de dos pacientes e de poss�veis novos casos, n�o h� motivo para p�nico. "As pessoas devem ficar em alerta e acompanhar o caso por meio de fonte oficiais. A recomenda��o �bvia � n�o ingerir o produto e, quem tiver em casa, entregar as garrafas para a Vigil�ncia Sanit�ria", disse. 
 
A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais convocou uma reuni�o com a for�a tarefa que analisa a contamina��o da cerveja Belorizontina, para discutirem os pr�ximos passos da investiga��o. Comp�em o grupo especial que analisa a situa��o Pol�cia Civil, Programa Estadual de Prote��o e Defesa do Consumidor (Procon), Minist�rio P�blico, Vigil�ncia Sanit�ria e Minist�rios da Sa�de e da Agricultura.  

A reuni�o deve acontecer nesta sexta-feira, e um resultado sobre encaminhamentos m�dicos, epidemiol�gicos e da Vigil�ncia Sanit�ria ser� divulgado em sequ�ncia. 

Por meio de nota, a Backer, disse que a subst�ncia encontrada nas amostras investigadas n�o faz parte do seu processo de produ��o. Os lotes envolvidos ser�o recolhidos de circula��o.

O que � o dietilenoglicol

Segundo a mestre cervejeira Fabiana Arreguy, o dietilenoglicol � uma subst�ncia usada para agilizar o resfriamento no processo de produ��o de cerveja. No entanto, a subst�ncia n�o deveria ter contato com a bebida, uma vez que passa por um cano fora do tanque. 

“Quando a cerveja termina o processo de feitura, que � a parte quente, ela vai para o fermentador e precisa passar por resfriamento imediato. Ent�o, existe uma serpentina externa dos tanques, que n�o passa dentro. L� passam v�rias subst�ncias, �lcool com �gua e o etilenoglicol, que � uma subst�ncia anticongelante. Isso � usado para resfriar de forma imediata o l�quido, mas n�o tem contato direto com a cerveja. Para que houvesse contato com a bebida, teria que ter um furo, um rasgo no tanque, um vazamento ligando a serpentina ao l�quido. Um problema s�rio do equipamento”, explica Fabiana.


Mortes pelo mundo

A subst�ncia dietilenoglicol j� provocou desastres pelo mundo. Em 2009, por exemplo, autoridades de Bangladesh encontraram vest�gios do produto qu�mico t�xico em um xarope de paracetamol que teria matado 24 crian�as.
 
� �poca, as crian�as, que tinham entre 11 meses e tr�s anos, morreram devido a problemas renais depois de terem consumido uma marca de xarope de paracetamol.  

Em novembro de 2008, beb�s come�aram a morrer na Nig�ria ap�s desenvolverem febres e v�mitos. As investiga��es revelaram que todos haviam tomado um medicamento chamado "My Pikin Baby", que continha dietilenoglicol. 
 
O veneno causou a morte de pelo menos 84 crian�as entre dois meses e sete anos. O governo nigeriano localizou o dietilenoglicol em um revendedor de produtos qu�micos n�o licenciado, que o vendeu a um fabricante farmac�utico local. 
 
Em 1990, outro caso na Nig�ria abalou o pa�s. Naquele ano, 47 crian�as foram internadas no hospital universit�rio Jos University, com an�ria, febre e v�mito. As crian�as mais tarde desenvolveram insufici�ncia renal e morreram. 
 
Todas as crian�as receberam xarope de acetaminofeno para tratar infec��es respirat�rias superiores relacionadas � mal�ria. Depois que os m�dicos identificaram um xarope suspeito de paracetamol, as amostras foram enviadas para os Centros de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC) nos EUA. Esse incidente encorajou o governo nigeriano a desenvolver diretrizes de controle de qualidade farmac�utica.
 
A subst�ncia tamb�m j� provocou mortes na Argentina, Espanha e �ndia. 


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